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O Galaxy S24 Ultra? Ou o meu rim?

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Eu passei o ano de 2023 afirmando que iria gastar o pouco dinheiro que tenho no Galaxy S23 Ultra. E aí vem a Samsung e apresenta a sua versão do iPhone 15 Pro Max, que consegue ser mais caro e, em alguns aspectos, mais controverso.

O Samsung Galaxy S24 Ultra é sim um excelente smartphone, e muito do que vou escrever a partir de agora tem como motivadores a inveja e o recalque. Até pode soar como vingança contra a marca por não ter me convidado para o evento em São Paulo.

Na verdade, é tudo isso. Mas também é uma boa dose de realidade para as pessoas ridículas que tem muito mais dinheiro do que eu e vão comprar o telefone logo de cara (ou que vão contrabandear substâncias ilícitas para ser chamado de early adopter).

 

Samsung segue copiando a Apple

É claro que o Galaxy S24 Ultra tem identidade própria e é bem diferente do iPhone de um modo geral. E tinha que ser assim, pois a Samsung estava cansada de pagar por custos advocatícios em processos.

Mas nem mesmo todo o tempo que passou desde o primeiro Galaxy S até aqui impede a Samsung de seguir copiando a Apple em várias coisas. Dessa vez, foi no polêmico uso do titânio na estrutura do telefone.

Tá, eu sei que outros fabricante estão usando o titânio como material de construção dos seus telefones premium. Mas… para de encher o meu saco e me deixa pegar no pé da Samsung do mesmo jeito que faço com a Motorola (e todo mundo se diverte com isso)?

Para quem vai pagar a partir de R$ 10 mil, é melhor começar a torcer para esse titânio não começar a descascar. E se isso acontecer, a teoria da clonagem desenfreada por parte da Samsung está provada.

 

Um trambolho no bolso

Estou para dizer que o Galaxy S24 Ultra existe no mundo para ajudar a compensar o complexo de inferioridade e disfunção erétil de pessoas como eu, geeks de meia idade em crise ou que contam com diagnóstico de diabetes.

Carregar o Galaxy S24 Ultra deve ser um desafio, pois você pode chamar esse telefone de tudo, menos de “confortável para o transporte”. Ou você passa a usar calças largas ou uma pochete horrorosa só para carregar o smartphone, ou deixa o dispositivo em casa e compra um iPhone mini para se mostrar na balada (e aceita pagar um segundo IPTU).

Entendeu a piada? Sim, eu sei que entendeu… você é inteligente…

Deve ser horrível ter o Galaxy S24 Ultra dentro do bolso frontal da calça jeans apertada que eu uso para pagar de macho alfa. Por mais que o meu ego fique mais inchado e mostrando que estou aparentemente animado por me encontrar com a Dona Gorete para dançar no forró do Zezão, o “volume a mais” não compensa o possível processo por assédio que vou receber por causa desse telefone.

 

Pagar tanto para ficar circulando coisas na tela

Está todo mundo falando da Galaxy AI e se esquecendo que a maioria das pessoas tem mais medo da Inteligência Artificial do que de um encontro com o Kid Bengala em um quarto escuro.

É claro que a IA é a nova palavra de ordem para os smartphones. Mesmo porque não tem mais nada o que inventar no setor. Porém, os usuários vão pagar caro para ficar circulando fotos de tênis da Nike e flores com uma caneta.

Será que não é melhor economizar uma grana e seguir utilizando o Google Lens? Ou até mesmo usar o ChatGPT instalado no smartphone para seguir fazendo os textos de baixa qualidade para tentar enganar o professor na escola?

Ah, sim… esqueci… quem compra o Galaxy S24 Ultra tem mais chances de conversar com empresários chineses para os negócios ilícitos que a gente bem sabe que existem. E isso justifica o investimento no telefone: o tradutor em tempo real.

Só me pergunto se a Inteligência Artificial vai traduzir também os palavrões que as pessoas normalmente falam todos os dias uns para os outros. Ou só serve para escrever receitas com os restos mortais da geladeira.

 

Eu tenho amor ao meu rim

É obvio que o meu nível de sandice não chegou ao ponto de sair vendendo o meu corpo para as velhas ricas e mal casadas de Florianópolis para conseguir dinheiro para comprar o Galaxy S24 Ultra logo de cara.

Farei isso com o decorrer do tempo, pois a clientela aqui é enorme.

Falando sério: se vou comprar esse telefone em um futuro distante (2026 ou 2027, talvez), só o tempo vai dizer. Sei que vou trocar o meu Galaxy S21 Ultra por outro top de linha da Samsung, pois me vendi com força para os sul-coreanos.

Mas investir o preço de um Celta 2016 duas portas com pouco mais de 20 mil quilômetros rodados em um smartphone que tem inteligência artificial, titânio e câmeras com zoom bom o suficiente para tirar fotos comprometedoras da vizinha que mora no prédio do outro lado da rua, mas que não me leva para o tal baile para me encontrar com a Dona Gorete não faz muito sentido para mim.

Por mais que o meu rim não funcione direito por causa da diabetes, eu ainda tenho amor à ele. Não me imagino perdendo esse órgão interno para ter um smartphone, por melhor que ele seja.

Até porque a mancha vermelha que vai se formar ao lado do Galaxy S24 Ultra no meu corpo não vai combinar com a cor da minha pele, e é preciso sempre ter um certo senso estético para sair de casa.


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@oEduardoMoreira