Os números são frios, e a fragmentação de um sistema operacional consegue ser ainda mais fria que os números.
Muito se fala sobre a fragmentação do Android, mas quando olhamos para o lado do Windows, o cenário não é muito melhor. A vida do Windows 11 não está nada fácil, uma vez que o sistema operacional está presentem em apenas 15,4% de todos os PCs instalados no planeta. Ou seja, 1 em cada 6 PCs ativos hoje.
É muito pouco, considerando que este é um sistema operacional que conta com uma atualização gratuita para um número considerável de computadores ativos.
Então… o que está acontecendo?
O Windows 11 não decolou
O Windows 11 chegou ao mundo em 5 de outubro de 2021, mostrando que a Microsoft mentiu quando afirmou que o Windows 10 seria “o último Windows da história”. Hoje, vemos que a mentira custa caro, ou pode resultar em uma enorme indiferença por parte dos usuários.
Neste momento, o Windows 10 é a versão dominante do sistema operacional da Microsoft, contando com nada menos que 71,29% de participação do mercado. Se serve de consolo, o Windows 11 ao menos consegue superar o Windows 7 (9,61%).
Ou seja, mesmo com a Microsoft oferecendo o Windows 11 de graça, o sistema operacional simplesmente não decolou, e já podemos considerar essa versão do sistema operacional um fracasso nos aspectos comerciais. Ele só consegue aumentar em porcentagens residuais mês a mês, algo que é simplesmente inaceitável para uma empresa como a gigante der Redmond.
Eu sei que é covardia o que vou fazer, mas quando colocamos o ritmo de atualizações do Windows 11 lado a lado com o iOS 16 (a mais recente versão do sistema operacional móvel para o iPhone), constatamos que o trabalho que a Apple faz neste aspecto é algo simplesmente invejável.
O que consola a Microsoft é ver o Windows (em todas as suas versões) instalado em 76% de todos os computadores do mundo. Por outro lado, ele não é mais utilizado que o Android (42,37%), que é o software mais utilizado do planeta, considerando todos os dispositivos informáticos.
Por que o Windows 11 não atrai os usuários?
Existem vários motivos para explicar o fracasso do Windows 11.
Tudo começa pelos elevados requisitos técnicos e de segurança para que um computador receba o Windows 11. A exigência do chip TPM 2.0 simplesmente transformou PCs e notebooks de quatro ou cinco anos que são excelentes até hoje em dispositivos incompatíveis com o novo sistema operacional, e isso irritou a muitos usuários (para não dizer a maioria).
Outro motivo para essa rejeição é a ausência de grandes novidades no Windows 11, com uma interface mais limitada no uso que o Windows 10 para quem usa um desktop, uma vez que a nova versão tem um foco maior para o uso nos portáteis.
Além disso, algumas das novidades mais interessantes estão focadas exclusivamente para o público gaming, enquanto outras até agora não chegaram ao Windows 11.
Mas o principal motivo para as pessoas fugirem do Windows 11 foi a perda de desempenho em jogos e aplicativos mais exigentes (em média 10% mais lentos que no Windows 10), e isso acontece por conta das várias capas de segurança do sistema.
Resultado: o Windows 11 é um irrelevante no mundo da tecnologia, um ano depois de sua chegada ao mercado. Ninguém gosta de uma interface mais limitada e um menor desempenho em tarefas mais pesadas.
Ninguém tem um computador caro com um hardware potente para se sentir limitado por um software que precisa ser melhorado.
Entendeu, dona Microsoft?