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Pentium 5, o processador que nunca existiu

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A família de processadores Intel Pentium chegou ao mundo em 1993. Quatro anos depois, em 1997, nasceram os processadores Pentium II. Em 1999, a família Pentium III chegava ao mundo. No final de 2000, as primeiras unidades do Pentium 4 desembarcaram no mercado.

E em 2002, todo mundo ficou esperando pelo Pentium 5.

Estamos em 2023, e desconfio fortemente que ainda existem pessoas esperando pelo lançamento do Pentium 5 por parte da Intel.

O que aconteceu aqui? Por que o Pentium 5 nunca existiu?

A partir de agora, algumas respostas.

 

Pentium 5, o processador que não poderia ser

Algumas teorias podem responder a principal pergunta deste artigo.

Uma das mais populares é que a numeração do nome era na verdade um indicativo do sistema de classificação de desempenho, e não estava relacionado à geração do processador.

Neste sentido, as quatro classificações de desempenho do Pentium 4 são: Willamette, Northwood, Northwood (Extreme Edition) e Prescott. Todas elas dão sobrenome ao processador principal.

O Pentium 4 Prescott chegou ao mercado em 2004, e enfrentou alguns problemas de elevado consumo que tornaram a sua presença entre nós algo impossível.

Então, em 2006, a Intel mudou o seu paradigma, lançando processadores com mais de um núcleo. Aqui nasceu o Intel Core Duo, onde cada geração (hoje estamos na décima segunda) recebeu nomes específicos em função de sua arquitetura híbrida (como, por exemplo, no caso da Alder Lake).

E o Pentium 5 nunca existiu (também) por causa disso.

 

E o que aconteceu com o Pentium 5?

Alguns planos sobre o lançamento do Pentium 5 que nunca foi lançado foram apresentados, e não foge muito de algumas especulações, onde uma delas é: a Intel desenvolveu um produto melhor.

A Intel até previu o lançamento do Pentium 5, que prometia alcançar velocidades máximas de até 7 GHz. Um relatório com um PC equipado hoje com um processador Core-i9 19200K tem uma velocidade máxima de 5.2 GHz.

Ou seja, a Intel meio que “deu uma viajada” ao afirmar que poderia lançar um processador que era MAIS POTENTE que chips que só existiriam daqui a 15 anos.

Queria ter o otimismo da Intel e carregar esse lema de vida ao longo dos desafios.

Porém, o Intel Pentium 4 Prescott ligou os sinais de alerta na empresa. As elevadas temperaturas registradas pelo processador impediram que essa geração vivenciasse a informática de forma plena.

A Intel estava trabalhando no que seria o Pentium 5 anos antes, desenvolvendo as arquiteturas de chips Texas e Jayhawk. A primeira delas seria a destinada para o Pentium 5, desde que essa filosofia generacional fosse apresentada de verdade: os dois projetos foram cancelados em maio de 2004.

De qualquer forma, a Intel alcançou alguns dos objetivos propostos inicialmente, e não podemos dizer que ela não agiu certo nesse caso. A corrida pelos GHz em 2011 está efervescente hoje, mudando o seu foco para o desempenho, mas sem abrir mão da velocidade dos seus chips.

O problema térmico presente em uma das variantes de um chip Intel Pentium foi o determinante para o cancelamento da Intel neste cenário.

O processador mais rápido da empresa hoje com uma marca de 3.8 GHz e um TDP de 115 watts em um ambiente controlado. Ou seja, o que a Intel estava tentando no passado era uma sandice sem qualquer sentido.

Na verdade, podemos considerar o trabalho da Intel como algo extraordinário, levando em consideração a velocidade em realizar o desafio e os números alcançados com esse hardware há 20 anos atrás.

Por outro lado, era uma autêntica Estrela da Morte dos processadores, e tudo poderia ir para os ares sem uma refrigeração de chassi adequada (líquida, de preferência.

Um TDP de 250 watts era, na época, um monstro para o uso do computador, e em qualquer tipo de atividade, além de ser consideravelmente caros para o seu tempo. Por outro lado, certamente a Intel passou anos trabalhando ou desenvolvendo esses times.

Cancelar os projetos Texas e Jayhawk foi uma decisão bem complicada, porém, necessária. Os próprios engenheiros da Intel afirmaram que foi um alívio ver que aquele produto não chegou ao mercado.

A “tropeçada” na caminhada da Intel resultou em um caminho de paradigma iniciado com o Intel Core Duo. O novo processador nos levou ao ponto que nos encontramos hoje: esperando o lançamento dos processadores Intel Core de 13ª geração (ou neste caso, o Intel Core i9-139000) com 24 núcleos e 32 hilos, flertando com os 6.1 GHz.

Ou seja, o Pentium 5 nunca chegou, mas ao menos existiu de alguma forma. A Intel chegou a produzir algumas unidades desse processador. Quem sabe se os engenheiros da Intel tivessem encontrado o principal motivo para essa baixa adesão desse hardware, e essa história poderia ser um pouco diferente dessa que conhecemos hoje.

É claro que, por outro lado, se duas equipes de engenharia não conseguiram detectar o problema a tempo do produto chegar ao mercado, mas é no mínimo estranho esses profissionais com recursos de sobra não encontrarem a real raiz do problema presente no Pentium 4 Presscott.

Logo, só nos resta mesmo usar a imaginação para tentar projetar como seria o nosso futuro com o Pentium 5 (e, quem sabe, com o adiamento do Intel Core Duo também).


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@oEduardoMoreira