Quando este artigo for ao ar, será 29 de fevereiro. E você sabe o que isso significa: ano bissexto. É um evento que sempre acontece a cada quatro anos, e fica mais fácil lembrar que todo ano que tem Jogos Olímpicos você terá um dia a mais naquele ano.
Por que isso acontece? Por que nós temos um ano bissexto a cada quatro anos? O que aconteceria se esse dia não existisse em nossas vidas? Quais seriam as consequências? Será que nossas vidas entrariam em colapso?
Acredito que não é todo mundo que sabe quais são as respostas das perguntas acima (eu mesmo não sei, e estou desenvolvendo essa pauta depois de uma pesquisa). Por isso, entendo que vale a pena escrever algumas palavras sobre isso.
O que é, por que existe e como seria nossa vida sem ele
Um ano bissexto consiste na adição de um dia extra ao calendário a cada quatro anos, no final de fevereiro, com o propósito de manter sincronização com o tempo astronômico.
O calendário mais amplamente utilizado é o gregoriano, que adota essa prática. E, diferente do que muitos pensam, o ano bissexto não afeta apenas de forma direta aqueles infelizes que nasceram em 29 de fevereiro e só podem comemorar o aniversário de verdade a cada quatro anos.
A necessidade do ano bissexto surge da diferença entre a duração real da órbita terrestre (365.25 dias) e o ano convencional de 365 dias. Na prática, cada ano tem 6 horas a mais que não são computados no tempo cronológico, de modo que esse dia que todo mundo perde precisa ser adicionado a cada quatro anos para realizar o ajuste desse tempo.
A implementação do ano bissexto a cada quatro anos é resultado do cálculo simples de 0.25 (dias extras por ano) multiplicado por 4 (intervalo de anos).
Se o calendário não incorporasse o dia extra a cada quatro anos, ao longo do tempo, haveria um descompasso significativo em relação às estações astronômicas. Por exemplo, as estações do ano não poderiam ser registradas no tempo correto e até mesmo os dias de aniversário e datas comemorativas ficariam completamente desregulados.
Outro fator relevante para justificar a existência do ano bissexto é a precisão da órbita terrestre. O nosso planeta leva aproximadamente 365.2425 dias para dar uma volta completa ao redor do Sol. Por conta disso, ocasionais ajustes no calendário são necessários.
Vai ser assim para sempre?
Aí é que está: não, pois essa regra do ano bissexto tem prazo para não acontecer, pelo menos em um cenário pontual.
A grande exceção para a aplicação do ano bissexto está nos anos múltiplos de 100, mas não múltiplos de 400. Sim, eu sei… não é tão simples quanto parece, e nesse momento você se questiona por que ficou dormindo nas aulas de matemática.
Vou tentar apresentar um exemplo mais prático e tangível para a compreensão de todos: anos como 1700, 1800 e 1900 não foram bissextos por causa da regra do múltiplo de 100 mencionada no parágrafo anterior, mas o ano 2000 foi, por ser múltiplo de 400.
Logo, de acordo com as regras de exceção, o próximo ano sem ano bissexto será 2100. E tudo isso, só para que você, que nasceu em qualquer outro dia do ano que não seja 29 de fevereiro, não comemore o seu aniversário em julho quando nasceu em janeiro.
Agora você sabe por que você tem um dia a mais a cada quatro anos. Então, aproveite esse dia para “se dar uma folga” do trabalho. Afinal de contas, não é todo dia que você ganha um dia de graça (por mais redundante que isso possa parecer).