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Precisamos conversar sobre Zack Snyder…

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No meio de tantos temas de debate nas redes sociais no último final de semana, escolhi Zack Snyder porque eu tenho minhas questões pessoais com esse cara. E pelo visto, eu não sou o único após o lançamento de “Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes”, que estreou na Netflix.

Quero acreditar que boa parte do mundo civilizado está (finalmente) chegando à mesma conclusão que eu: precisamos parar de levar Zack Snyder a sério, pois este homem beira ao estelionatário no cinema.

A essa altura do campeonato, quem defende Zack Snyder como “visionário” ou é amante dele ou usa substâncias ilícitas para compartilhar opiniões erradas na internet.

 

Não é de hoje que ele faz isso

Não vou perder meu tempo com “Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes”, pois tenho mais o que fazer da vida. Mas pelos relatos compartilhados na internet e análises de outros produtores de conteúdo, Zack Snyder não só repetiu a fórmula batida dele em fazer filmes, como conseguiu piorar no aspecto que é muito mais importante que qualquer cena de ação ou efeito especial.

O roteiro.

Alguém precisa tirar o MacBook Air da frente do Zack Snyder com urgência, pois está mais do que claro que o principal problema dele é a sua incapacidade de contar boas histórias.

De novo: não venha você defender esse homem por causa de “Madrugada dos Mortos” (cujo roteiro nem é dele, mas sim do James Gunn com o George Romero), “Watchmen” (onde Snyder não decidiu nada sozinho na construção narrativa) e “300” (que tem vários dos defeitos que todo mundo está criticando).

Até meu pai fez coisas boas na vida, e eu não converso com ele desde as eleições de 2022, pois não relativizo as palhaçadas que ele decidiu defender.

Zack tem decisões mais do que controversas em TODOS OS FILMES do seu Snyderverso, adotando aquela fotografia pálida e sem sal só para deixar o ambiente dos filmes mais sério e soturno, o excesso de “zoom in – zoon out” em várias cenas de ação e o uso exagerado da câmera lenta, que deixa tudo muito mais cafona do que já é.

Mas… o grande problema dele continua a ser o uso irresponsável do MacBook na hora de escrever.

A morte de Jonathan Kent, aquele Lex Luthor insuportável, um Bruce Wayne com decisões patéticas (mesmo sendo “o melhor detetive do mundo”, o uso do tema musical da Mulher-Maravilha de forma extremamente desnecessária, um filme de quatro horas como se fosse um drama épico (onde ele acredita que é o Scorsese)…

e, principalmente, o “salve a Martha”.

Todos esses argumentos justificam e respaldam o meu problema com Zack Snyder nos aspectos criativos.

 

Dessa vez, a culpa é só dele (Zack Snyder)

Não podemos nos esquecer (de forma alguma) que todo o conceito e trama narrativa de “Rebel Moon” foram concebidos por Snyder ao longo de 20 anos. E, mesmo assim, ele não conseguiu passar de uma versão genérica de Star Wars com várias referências a outras histórias de ficção científica.

Este universo é descrito como uma versão rocambolesca de várias outras produções de Sci-Fi que todo mundo conhece, sem qualquer tipo de inovação que chame a atenção do grande público para o novo.

E o que é pior: é a repetição da já apresentada e tão criticada “fórmula Zack Snyder”. E esse cara realmente acredita que é um visionário. Tanto, que planeja ATÉ SEIS FILMES para essa saga.

O que é um absurdo.

Para quem ainda vai defender com o argumento do “ain, mas é o filme mais visto da Netflix nesse momento, e impulsionou as visualizações da primeira parte da história”…

Esse argumento passa bem longe de ser válido porque:

  1. Popularidade nunca foi sinônimo de qualidade;
  2. Eu tenho certeza de que boa parte desse público foi assistir pelo mesmo motivo que você perdeu tempo lendo este artigo até aqui: a curiosidade mórbida;
  3. Estamos falando da mesma Netflix, que entregou ao mundo filmes horrorosos, com o símbolo máximo da ruindade materializado na trilogia “365 Dias”.

Entendo que o mundo civilizado está despertando para essa mentira chamada Zack Snyder. Até quando ele vai ficar enganando o grande público com um pseudodiscurso de “sou foda, vocês é que não entendem a minha genialidade?”.

Passou da hora das verdades serem ditas de forma dura, cruel e implacável para os defensores de um diretor que, com muita boa vontade da minha parte, dirige bem. E que já desperta dúvidas seríssimas de sua visão cinematográfica que se repete de forma cansativa.

E eu dou um prêmio para o primeiro que aparecer na frente do Snyder, pegar o MacBook dele com as duas mãos, se aproximar da cara dele e berrar com toda força um “apenas pare de arruinar as nossas vidas, seu desgraçado” e arremessar aquele caro computador portátil da Apple com toda a violência possível, movido pela genuína força do ódio que, neste caso, é legítima e mais do que justificada.

Ou simplesmente conversa com ele de forma civilizada.

O que acontecer primeiro.


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