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Primeiras Impressões | Do No Harm (NBC, 2013)

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Não, amigos. Não estamos falando do vigésimo episódio da primeira temporada de Lost. Nem de uma expressão típica da medicina. Estamos falando de Do No Harm, o novo drama médico/psicótico da NBC, que estreia oficialmente nos Estados Unidos no dia 31 de janeiro, logo após o series finale de 30 Rock. Mas como a internet é uma bênção, e alguém na NBC achou que seria legal liberar o piloto antecipadamente para os internautas, demos uma olhada no episódio, e compartilhamos nossas opiniões com vocês.

A premissa da série segue a regra do tipo “o médico e o monstro”, que já foi visto em séries como Jeckyll e My Own Worst Enemy. Criada por David Schulner, Do No Harm conta a história do médico Jason Cole (Steve Pasquale), um neurocirurgião bonzinho, educado, gentil e competente. O homem perfeito… #SóQueNão! O calcanhar de Aquiles de Jason é o seu alter-ego, Ian Price, que é o oposto de Jason (logo, mais interessante de se acompanhar, se a série fosse interessante… calma, falo disso daqui a pouco). Depois de cinco anos se tratando para impedir de Ian tomasse o seu corpo, Jason descobre que o medicamento que ele toma para deixar Ian no seu devido lugar não está mais fazendo efeito, uma vez que Ian é esperto, e desenvolveu imunidade ao medicamento.

Ian quer se vingar de Jason, por causa de um incidente do passado. E, para entrar em ação, ele tem hora marcada: todos os dias, às 20h25, Ian toma o corpo de Jason, e permanece em nosso mundo por 12 horas, até que às 8h25, Jason volta a assumir o controle, para viver a sua vidinha “normal”. Nas 12 horas em que está no controle, Ian pode fazer qualquer coisa, literalmente. Até mesmo quase operar um paciente de Jason, algo que só foi proibido porque sua adrenalina estava elevada, o que foi confundido com uma alta taxa de glicose no organismo, impedindo assim que o “médico” operasse.

Resumindo: a série se centra em Jason, que tenta controlar Ian, e agora está disposto até a destruí-lo para ter a sua vida ao normal novamente. E vice-versa.

Com essas informações em mãos, é sempre bom lembrar que as duas séries que citamos no começo do post, e que tiveram essa mesma premissa básica (Jeckyll e My Own Worst Enemy) foram canceladas na primeira temporada. E não vejo como Do No Harm possa ter um futuro diferente. Para começar, vai ao ar na NBC, um canal que não consegue audiência de jeito nenhum nas noites de quinta-feira. É a última colocada em audiência, e não acredito que a série vai ter esse apelo todo para segurar a audiência. Só aí, é meio caminho andado para o cancelamento.

Segundo, Steven Pasquale não é carismático. Não era personagem central em Rescue Me por motivos óbvios. Aqui, ele não tem pegada para ser protagonista, e o seu personagem não tem apelo suficiente para que o telespectador realmente se importe com o seu drama. Aliás, o piloto conta com um problema seríssimo: as “barrigadas” nos argumentos. Exemplos: o “vou operar de qualquer jeito” o paciente que tem 5% de sobreviver em uma neurocirurgia, o fato dele ter um distúrbio SÉRIO de personalidade, uma pessoa apenas saber (tá, mais gente sabe, mas no hospital que ele trabalha, só uma), e justamente essa uma ser a única que está desenvolvendo o medicamento que mantem Ian preso no corpo de Jason, e uma simples injeção de glicose manter Ian apagado durante as horas necessárias. Glicose, amigos. E nada mais.

O piloto de Do No Harm é fraco, e não tem nada que realmente torne a série minimamente interessante. A premissa até que pode trazer algum ponto de interesse, mas como já se provou antes, se não for bem feita, o público não compra, e o cancelamento é certo (vale lembrar que Jeckyll foi feita por ninguém menos que Steven Moffat, de Sherlock… e mesmo assim, rodou). A série da NBC está programada para 12 episódios, mas se não mostrar alguma coisa mais empolgante logo no segundo episódio, me arrisco a dizer que essa encomenda não será cumprida. Pode até ser que alguém se interesse pela premissa, e ache o piloto interessante. Mas… meu conselho de amigo? Tente não se apegar muito. Pode ser que não dure muito tempo.


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@oEduardoMoreira