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Primeiras Impressões | Olympus (Syfy, 2015)

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Te amo, Syfy! De verdade! Quando eu imagino que o canal ia cair no “lugar comum”, oferecendo pilotos como 12 Monkeys, lá vem “o canal mais legal do mundo” nos oferecendo um piloto SEN-SA-CIO-NAL! Olympus tem o típico episódio piloto que merece ser guardado para sempre, e as próximas gerações precisam estudar esse material com profundidade, pois podemos extrair várias lições desses 42 minutos que… olha, sem trocadilhos… foram “um presente dos deuses”.

A “maravilhosa” Olympus, como o próprio nome indica (dãããã) se passa no Olimpo, aquele da Grécia Antiga. Uma série de homens e mulheres valentes e corajosos foram expulsos de lá, e todos querem saber a verdade do que está acontecendo. Principalmente o protagonista, que vamos chamar de Herói. Até porque o seu nome não pode ser dito, pois alguma maldição acontece com aquele que pronuncia essa cominação amaldiçoada.

O Herói é corajoso, valente, inteligente e forte. Tudo isso ajudou à ele derrotar um ciclope, dois inimigos albinos, e quase detonou os capangas da Oráculo de Gaia. E tudo isso, em um único piloto. Não é “espetacular”? Aliás, por falar nessa Oráculo, ela era uma das prisioneiras do tal ciclope, e complica um pouco a vida do Herói, porque o poder dela todo mundo quer ter: as ditas visões do passado e do futuro.

Uma das pessoas interessadas em ver o circo pegar fogo é a Rainha Medea. Manipuladora que só ela, ela engana inimigos com um espelho, dá pra Deus e o mundo, e vê no Herói a sua grande chance de ampliar o seu poder. Até porque o Herói é filho de um Deus, mas só fica sabendo disso agora. E porque o marido de Medea já não é mais tudo isso depois que foi ferido em combate.

Em resumo: o Herói tem uma jornada para descobrir o seu passado. Ele vai descobrir que é um Deus, e que pode enfrentar os demais deuses do Olimpo frente a frente. Vai tirar satisfações com a mãe mais pra frente, para saber por que ela forneceu a marmita dela para um Deus e não contou para ele. Por fim, teremos vários e vários combates por disputa de território, onde no final apenas o mais forte vai sobreviver.

E muito provavelmente o mais forte é o nosso protagonista. O Herói.

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E o piloto começa com cenas como essa acima. Como “não amar essa delícia”?

Olympus é, disparado, o piloto “mais impactante” que assisti na temporada 2014-2015 (e entendam o “mais impactante” do jeito que vocês quiserem, pois cabem várias interpretações aqui). Eu realmente estava sentindo muita falta do canal Syfy moleque, o Syfy “pé no chão”, o Syfy “roots”. Aquele Syfy que todo mundo aprendeu a amar, mostrando a sua essência. De onde veio. E por que chegou até aqui.

Se é que foi possível contar, tivemos no máximo UMA CENA DE EXTERNA EM 42 MINUTOS DE PILOTO em Olympus. E é assim que tem que ser a TV mesmo! Afinal de contas, inventaram a tecnologia do chroma key pra que? Tem mais é que usar e abusar de um dos recursos mais bem vindos da história da televisão. Ainda mais em um tempo onde vemos tudo em alta definição, o que deixa a experiência televisiva “a mais crível possível”.

O roteiro também é “super bem amarrado”, com situações até coerentes para uma série mitológica. Afinal de contas, você não precisa se preocupar muito com o fato de um Deus não conseguir se defender ou ficar preso pelos pés e se libertar com dois ou três golpes de facão. Ou um olho dentro da boca do ciclope (que não pode ouvir). Ou um espelho que estava na sala da rainha Medea o tempo todo, mas só o falecido inimigo não percebeu.

O elenco é outro ponto forte de Olympus, com interpretações marcantes, cheias de expressividade e de muito impacto. Aliás, deixo aqui o registro que sempre achei injusto o bullying que fizemos durante anos com o “espetacular” ator Ricardo Macchi. Afinal de contas, o Cigano Igor fez escola, e o elenco de Olympus é uma prova clara que essa categoria de interpretação pode “evoluir” a níveis jamais imaginados.

Enfim, Olympus é tudo isso e muito mais! É aquela série que você se sente aliviado por existir. Aquela série que você tem vontade de ir pro Twitter e escrever em caixa alta mesmo “OBRIGADO, SYFY, PELA GRAÇA ALCANÇADA”. Se as pessoas não entenderam todas as licenças poéticas e técnicas que esse piloto nos ofereceu, eu não posso fazer nada, a não ser dizer “lamento por você, que perdeu uma das melhores experiências televisivas de sua vida”.

Se você quer diversão e entretenimento sem qualquer tipo de compromisso, Olympus foi feita para você!

 

P.S.: não será surpresa se alguém ler esse texto pela metade e não entender que ele está recheado de ironias. Até porque algumas pessoas simplesmente são incapazes de interpretar um texto. Para esses, sou obrigado a perder alguns minutos da minha vida escrevendo esse parágrafo. Ah, e antes que eu me esqueça: te odeio, @edu_sacer, por me obrigar a passar por essa experiência!


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@oEduardoMoreira