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Primeiras Impressões | The Amazing Race Brasil (Space, 2012)

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E estreou no Canal Space a versão 100% nacional de The Amazing Race. Em anos anteriores, a Rede TV! exibiu o programa A Corrida Extraordinária, que era “altamente inspirado” no reality show, e nas três primeiras edições produzidas pela Disney Latin America em parceria com o Canal Space, duas contavam com participantes de todas as Américas, e a terceira, foi apenas com latino-americanos, mas sem brasileiros. Logo, essa versão brasileira será exibida em todo o continente latino-americano. Mas… será que vai?

Bom, a mecânica do programa continua a mesma: 11 duplas que vão passar por diversas etapas de uma corrida ao longo do Brasil e da América Latina (justamente para que o programa tenha algum atrativo para ser exibido nos demais países do continente, e para criar a tradicional barreira do idioma entre as etapas), atravessando por etapas, desafios e imprevistos dos mais diversos. Aquele que atravessar primeiro a linha de chegada vai levar para casa o prêmio de US$ 250 mil. Sim, você não se torna um milionário ao vencer o The Amazing Race Brasil, mas meio milhão de reais, nos dias de hoje, me fariam bem feliz.

O ponto positivo de The Amazing Race é que, tradicionalmente, ele é um reality show barato para se produzir. O programa conta com o apoio das secretarias de turismo que vão receber as provas, e os patrocinadores que investem no programa. No Brasil, isso se torna ainda mais claro e explicito, quando um grande fabricante de smartphones (que não pagam um tostão para o SpinOff) patrocina uma das provas, onde os candidatos precisavam tirar fotos de monumentos da cidade. Ou seja, nesse ponto, se o Canal Space tiver boa vontade para fazer o programa funcionar, pode realizar pelo menos uma temporada por ano. Até porque a tal Lei da Ancine obriga o canal a ter essa iniciativa, para cumprir as contas de programação.

O problema é que o programa comete algumas gafes. Fazer as duplas chegarem ao local de largada de kombi, e não de ônibus, me fez lembrar que realmente estamos no Brasil. Mas, tudo bem. Produção com orçamento restrito. Mas… e o Paulo Zulu? O mesmo que no passado foi chamado de “vidro de álcool disfarçado de modelo” confirma que tem a mesma espontaneidade de um vidro de álcool ao apresentar o programa. Não que o apresentador original, Phil Keoghan seja o melhor apresentador do mundo (até porque o máximo que ele faz é levantar uma sombrancelha), mas nosso amigo modelo é mecânico demais, e é travado até pra falar. Ainda bem que, tal como no original, Paulo Zulu pouco aparece no programa.

Sobre o programa em si, está tudo no seu lugar certo. Duplas com as mais diferentes relações de parentesco e afinidade, indo de mãe e filho, passando por casal gay, dupla de amigos, pai e filho, entre outros. E, como em toda edição de The Amazing Race, algumas duplas já se destacam, tanto pela capacidade de raciocínio rápido, quanto pela aptidão física para enfrentar as provas mais exigentes, ou até mesmo pela burrice mesmo. Pessoas se esquecendo de ler a pista por completo, esquecendo mapas, não conseguindo raciocinar em cima de uma pista, entre outras peculiaridades que fazem desse um dos melhores realitys da TV.

E, como não poderia deixar de ser, a primeira etapa não foi eliminatória. O que justificou a premiere dupla do programa. Em compensação, as primeiras penalidades também surgiram. É incrível que, a cada edição, diversos imprevistos acontecem que, ou impedem que alguém faça a prova, ou que essas mesmas duplas não prestam atenção aos detalhes. Tais falhas podem ser fatais para a eliminação.

Aliás, que fique o registro que ver as cidades de Brasília e Ouro Preto (MG) em alta definição deixa o programa visualmente ainda mais interessante.

Bom, sou suspeito para falar. Eu acho que The Amazing Race é um dos melhores realitys da TV no mundo, e acho que a versão brasileira deve sim vingar, mesmo com Paulo Zulu como apresentador, e um orçamento mais restrito. Vou acompanhar a temporada por completo (isso é, se o Space não começar a reprisar o mesmo capítulo do programa por quatro semanas seguidas), e sempre que for possível, deixo os meus pitacos por aqui.


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@oEduardoMoreira