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Quando o governo japonês ficou com medo que o PlayStation 2 fosse utilizado como armamento militar

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A Sony lançou o PlayStation 2 em 4 de março de 2000 no Japão. E jamais imaginou que esse produto representaria tanto para a empresa. Afinal de contas, depois de muitos anos no mundo da tecnologia, ela entregava ao mundo aquele que seria o console de videogames mais vendido da história.

O que a Sony não imaginou também (além do enorme sucesso comercial desde os primeiros dias de venda) é que o mesmo PlayStation 2 seria cogitado em um uso que iria muito além do entretenimento doméstico.

O PlayStation 2 era tão potente, que seu hardware foi considerado para o uso bélico. E essa é uma das histórias mais inusitadas do mundo da tecnologia.

 

Mísseis e drones a caminho

Foi o governo japonês que percebeu todo o potencial do PlayStation 2 ir muito além de um brinquedo eletrônico na casa das pessoas. O chip Emotion Engine tinha uma capacidade monstruosa para processar imagens em três dimensões, o que era uma verdadeira revolução tecnológica para a época.

Ou seja, era um chip tão potente, que contava com um potencial para uso em finalidades militares como, por exemplo, mísseis teleguiados. Isso fez com que o governo local criasse regras específicas para a exportação do PlayStation 2, temendo que a sua tecnologia fosse utilizada para fins bélicos contra o Japão (inclusive).

A Sony teve que entrar em um acordo com o governo japonês para poder exportar o PlayStation 2 para o resto do mundo. E, mesmo assim, vários países foram vetados de receber o console (Líbia, Irã, Iraque e Coreia do Norte, entre outros).

Não adiantou, pois saltaram o veto. O FBI investigou o envio de 4 mil unidades do PlayStation 2 para o Iraque, que poderiam ser utilizados para criar um supercomputador com finalidades militares. Aliás, acusaram Saddam Husssein de ter essa ideia (ou não).

Além disso, os supercomputadores compostos por várias unidades do PlayStation 2 poderiam ser utilizados para calcular dados balísticos para mísseis de longo alcance, ou no desenvolvimento de armas nucleares. Lembrando que, em teoria, os consoles de videogames não estavam vetados pelas Nações Unidas, que estabeleceram impedimentos na venda de tecnologias para o Iraque.

Tudo isso parece uma paranoia, mas que foi investigado de perto pelos especialistas em questões bélicas. E tudo isso mostra como o PlayStation 2 era poderoso demais para o seu tempo.

 

O PlayStation 2 falhou, mas o PlayStation 3 não

O tal supercomputador composto por várias unidades do PlayStation 2 se tornou uma realidade em 2002, em um projeto da NCSA dos EUA em parceria com a Sony.

Foram utilizadas 70 unidades do PS2 que custaram US$ 50 mil nessa tentativa. Todos os consoles foram adaptados para rodar o Linux em suas entranhas.

O resultado: uma vida útil menor do que a de um supercomputador tradicional, o que tornou a tentativa algo inviável para o mundo prático. Ou seja, um supercomputador com o PlayStation 2 foi sinônimo de fiasco completo.

O mesmo não aconteceu com o supercomputador composto por várias unidades do PlayStation 3.

O exército dos EUA comprou 1.760 unidades do PS3 para combinar com 168 GPUs independentes, criando assim um supercomputador para o laboratório de pesquisas da Força Aérea norte-americana.

Essa combinação resultou no computador mais potente do Departamento de Defesa dos EUA na época. O Condor tinha um poder de cálculo de 500 TFLOPS, se tornando assim o 33º supercomputador mais potente do planeta.

A brincadeira custou nada menos que US$ 2 milhões, ou 10% dos custos de um supercomputador tradicional. Sem falar que ele consumia apenas 10% de energia em comparação com a solução de hardware adotada desde sempre.

O Condor foi utilizado para, entre outras coisas, a análise de imagens de satélite de alta definição.

No final das contas, a paranoia de muita gente com um supercomputador composto por várias unidades do PlayStation 2 só deve ter servido para uma única coisa: jogos de videogames para muita gente.


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@oEduardoMoreira