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Que fim levou o Asus Padfone?

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Há mais de 11 anos, a Asus apresentava ao mercado um conceito revolucionário: o Asus Padfone. Um dispositivo único que funcionava como telefone e tablet, permitindo aos usuários uma experiência versátil e inovadora.

O segredo do produto estava em seu dock, uma tela com câmeras e alto-falantes, onde o telefone era inserido, transformando-se instantaneamente em um tablet completo, com toda a potência e conteúdo do telefone.

Bom… pelo menos era isso o que a Asus tentou na época. Na teoria, tudo é muito lindo e perfeito. Mas na prática…

Mesmo com várias iterações do produto, o Asus Padfone não conseguiu garantir sua continuidade no mercado. O que teria levado ao seu declínio? Onde foi que a Asus errou? E por que até hoje esse conceito de produto não funciona no mercado?

 

Não era para dar certo

Alguns especialistas apontam a falta de interesse comercial no conceito, ou talvez uma concorrência feroz com gigantes da época, como Samsung, Motorola e Huawei, ou até mesmo a questão da relevância da Asus na indústria móvel. Mas a questão pode ser um pouco mais complexa do que imaginamos.

Apesar disso, é inegável que o conceito do Padfone fazia sentido, principalmente para os usuários multitarefa. E dá até para dizer que esse produto estava à frente do seu tempo. Agora, em 2023, imaginemos esse produto com hardware e software atualizados. Certamente, a história poderia ser diferente.

A evolução do entretenimento móvel, com serviços de vídeo sob demanda e recursos de armazenamento mais generosos, cria um cenário propício para um dispositivo como o Padfone, especialmente para aqueles que buscam uma experiência de consumo multimídia em movimento.

Pense nos gamers de smartphones que poderiam optar em rodar os seus jogos em uma tela maior, ou até mesmo as pessoas que consomem vídeos por streaming. Um conceito como esse seria uma ótima oportunidade para economizar um bom dinheiro, já que na época o Asus Padfone era vendido em um kit único de smartphone e tablet, dispensando a necessidade de comprar um tablet dedicado ou realizar investimentos adicionais para uma experiência completa.

Então… de novo… na teoria, tudo é lindo.

 

Não era para mim

Eu mesmo reconheço que o tablet não é exatamente o melhor dispositivo para a produtividade de um modo geral. Pode servir para cenários mais específicos, mas não me imagino substituindo o notebook para produzir textos em um teclado virtual ou até mesmo em um teclado físico com tela em separado.

Porém, quando se trata de desfrutar de filmes e séries ou assistir a eventos esportivos enquanto viajo, a ideia do Asus Padfone moderno desperta um certo saudosismo que é até satisfatório. Afinal, quem não gostaria de aproveitar ao máximo o espaço livre de armazenamento do telefone, sem precisar pagar por componentes secundários, ao mesmo tempo em que desfruta da potência que um smartphone atual oferece?

Se bem que eu uso o iPad Mini 6 para viajar, pois nele eu consigo assistir filmes e séries sem maiores problemas, ou até mesmo ler livros (apesar de não abrir mão do meu Kindle Paperwhite Signature Edition).

Vale a pena lembrar que a primeira versão do Asus Padfone ainda contava com um teclado acoplável ao dock, proporcionando uma experiência mais próxima à de um laptop básico. Ou seja, ele vinha pronto também para a produtividade.

É verdade que questões de software precisariam ser abordadas, mas o resgate dessa ideia poderia ser um passo significativo para impulsionar a versatilidade dos smartphones e, ao mesmo tempo, resgatar um pouco a validade dos tablets em um sentido mais amplo.

 

Quem vai querer apostar nessa ideia hoje?

Contudo, mesmo com as barreiras tecnológicas superadas, o desafio mais relevante para um possível retorno do Asus Padfone seria comercial. Estaria alguma empresa disposta a canibalizar as vendas de seus próprios tablets ou notebooks para oferecer smartphones que se transformam em tablets?

Neste momento, olhando para o cenário de tecnologia como um todo, a resposta mais sensata é NÃO.

Mas… quem sabe uma empresa como o Google, com sua visão mais aberta e interesse em dinamizar o mercado Android, poderia assumir esse desafio. Já vimos a gigante de tecnologia realizar movimentos semelhantes no passado, como com um tablet de uso doméstico, e o Google Pixel Tab é um dispositivo bem completo, que chega a fazer inveja ao iPad por conta de alguns detalhes bem específicos.

No entanto, é inevitável relembrar os precedentes que não foram bem-sucedidos, como o modo desktop que chegou com o Android Q em 2019 e não encontrou seu espaço. Ou ainda empresas como Mirabook, que lançaram acessórios com ideias semelhantes, mas que não decolaram.

O Asus Padfone pode ter sido uma ideia à frente de seu tempo, mas até hoje levanta dúvidas se ele seria bem recebido no presente.  Ainda assim, o sonho de uma combinação perfeita entre smartphone e tablet permanece vivo na mente e no coração daquele usuário mais nostálgico, e também em quem entende que a tecnologia precisa ser sempre versátil, mesmo em conceitos que podem simplesmente não dar em nada.


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@oEduardoMoreira