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Que fim levou o RealPlayer?

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Hoje, o streaming é o formato que domina para o consumo de música ao redor do mundo. Mas em 1995, tudo era muito diferente, já que as músicas ficavam salvas em nosso HD mecânico em arquivos no formato .MP3.

Porém, muitos de nós ouvimos pela primeira vez a palavra ‘streaming’ graças ao RealPlayer, um reprodutor de mídia que rapidamente se fez presente no mercado, se tornando uma das forças dominantes da época. Esse software tem o registro histórico de ser o primeiro a transmitir um evento esportivo ao vivo pela internet, o jogo de baseball entre os New York Yankees e os Seattle Mariners, em 1995.

O RealPlayer nasceu, cresceu, prosperou e, depois, desapareceu, tal e como tantas outras tecnologias e softwares que dominaram o mercado. Chegou a hora de entender o que aconteceu com ele.

 

Como funcionava o RealPlayer?

O RealPlayer funcionava com o formato .rm (RealMedia), que se popularizou rapidamente na internet por causa dos seus codecs patenteados de compressão. A reprodução acontecia com os conteúdos alojados na nuvem, o que permitia uma experiência minimamente decente, considerando a internet da época.

O RealMedia em si não foi a revolução que os seus criadores esperavam, pois a maioria dos usuários de internet na época contavam com conexões muito lentas, a partir de modems de 56K (e vocês, membros da geração Millennial, não fazem ideia do quanto eu sofri com isso).

O RealPlayer até foi popular no seu tempo, mas cultivou o ódio em muitos usuários por fazer muita gente passar mais tempo olhando para a palavra ‘Buffering’ na tela do aplicativo do que visualizando o conteúdo em si, entregando falhas constantes na execução de mídia.

Além disso, o aplicativo protagonizou várias polêmicas relacionadas aos problemas de privacidade e instalação de softwares não desejados. E isso ajudou a manchar a imagem desse software junto ao grande público.

Logo, não é difícil entender por que ele desapareceu tão rápido.

 

O tempo passou, e o RealPlayer não evoluiu

Por outro lado, seus rivais faziam movimentos importantes, ao mesmo tempo que as conexões ADSL estavam se popularizando. O Adobe Flash apareceu como uma alternativa real (sem trocadilhos) no campo do streaming, onde Netflix e YouTube se aproveitaram disso para crescer e prosperar.

Além disso, a Microsoft melhorou muito o seu Windows Media Player, o que também contribuiu para um lento processo de decadência do RealPlayer. Seus usuários tinham menos motivos para seguir insistindo neste software para a reprodução de conteúdos de mídia online e offline.

Hoje, o RealPlayer ainda existe, e qualquer pessoa pode fazer o download e a instalação desse reprodutor para experimentar como foi a experiência desse software. Porém, prepare-se para receber em troca do tempo perdido no processo em frustração, pois este é um programa absolutamente genérico e que pouco tem a oferecer na sua versão gratuita.

O que é mais curioso em tudo isso é que, neste momento onde o streaming domina o consumo de mídia no mundo, a versão premium (paga) do RealPlayer vende como seu principal atrativo o recurso de download de vídeos online publicados em plataformas como YouTube, Facebook, TikTok, Vimeo e similares.

Algo que qualquer bom aplicativo instalado no smartphone que é gratuito também faz.

De fato, a RealNetworks perdeu o bonde da história. Não evoluiu o RealPlayer, se envolveu em polêmicas diversas e até teve problemas com os tribunais por lançar softwares para copiar discos de DVD (RealDVD), algo que deixou algumas pessoas em Hollywood muito irritadas.


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@oEduardoMoreira