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2022, o ano que marcou a volta em definitivo dos videogames portáteis

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Até eu, que não tenho muito tempo na vida de sobra para jogar videogames, acabei investindo o meu dinheiro em mais um videogame portátil, o excelente Anbernic RG-353P (que deve virar um review em breve). E este é o segundo produto da marca que entra na minha vida.

Ou seja, eu sou uma pequena amostra de uma realidade que foi perceptível para qualquer um que acompanhou de perto o mundo da tecnologia: o ano de 2022 teve como um dos seus vencedores os consoles de videogames portáteis.

Porém, até chegar nesse ponto, o segmento passou por um movimento de montanha russa, onde ficou em baixa por anos.

 

Sindrome da morte anunciada (e precoce)

No começo da década de 2010, Nintendo e Sony bateram de frente no mercado de videogames portáteis, onde o Nintendo DS e suas variantes, com destaque maior para o Nintendo 3DS, foram grandes campeões de vendas.

Já a Sony lançou o PS Vita em 2012, e registrou rapidamente uma queda de demanda por conta do elevado preço do produto e um catálogo limitado que não ajudava de forma alguma.

O resultado desse duelo foi bem claro: 76 milhões de unidades vendidas para o Nintendo DS, contra apenas 12 milhões de unidades comercializadas no PS Vita.

O PS Vita morreu em março de 2019, enquanto o Nintendo 3DS só foi descontinuado em setembro de 2020. Para ambos, estava mais ou menos claro que, naquele momento, os smartphones eram mais que suficientes para atender aos anseios daqueles que queriam jogar videogame em qualquer lugar.

Ou será que não?

 

Nintendo Switch reconstruiu a estrada

O smartphone é um ótimo dispositivo para muitas coisas, mas contava com algumas limitações na hora de ser utilizado como dispositivo para os games. E uma das principais limitações estava no catálogo de jogos, tanto para o Android como para o iOS.

E foi essa a brecha que a Nintendo aproveitou para retomar o controle dos videogames portáteis. Ou, neste caso, basicamente reconstruir um segmento que estava destinado ao desaparecimento.

A Nintendo lançou o Nintendo Switch em 2017, que nada mais é do que um console híbrido entre portátil e desktop. O produto revolucionou o mercado, e recuperou a imagem da empresa que estava sensivelmente arranhada depois do fracasso do Wii U.

Mesmo sendo mais modesto que o Xbox One e o PS4, o Nintendo Switch, que nunca quis competir com as propostas da Microsoft e Sony, tinha como diferencial o seu catálogo exclusivo de jogos que não parava de receber títulos incríveis.

Sua grande tela de 6.2 polegadas (ou 7 polegadas na versão OLED) deixa o Nintendo Switch menos portátil que um smartphone, mas isso pouco importava para os seus usuários. O que realmente vale aqui é a experiência de uso, que é simplesmente fantástica.

 

Pode vir, Steam Deck (e inúmeros imitadores)

A Valve bem que tentou antes com as Steam Machines, mas não deu muito certo. Mas isso não impediu que o Steam Deck chegasse ao mundo em julho de 2021.

Este console portátil apareceu com a credencial de desafiar tudo o que foi apresentado até agora no segmento de videogames portáteis, com a proposta de surpreender do começo ao fim.

Mesmo sendo um produto diretamente relacionado com a Steam, o Steam Deck é compatível com plataformas de peso, como Game Pass, Epic Games, GOG e outros. Sem falar no seu enorme potencial para rodar emuladores do passado.

Mesmo com problemas de produção, as primeiras unidades do Steam Deck começaram a chegar aos seus compradores ao longo de 2022. Muito rapidamente, esses felizardos começaram a substituir o Linux instalado no produto pelo Windows 11, transformando o console portátil em um autêntico computador portátil.

O sucesso do Steam Deck foi tamanho, que vários fabricantes lançaram propostas similares em relação ao formato e orientação. Por exemplo, o AYN Loki, o AYANeo Air Plus, o OneXPlayer e o GPD Win 3 são alguns dos exemplos mais relevantes.

Sem falar nos produtos que apareceram pelas mãos de gigantes da tecnologia, como o Logitech G Cloud ou o Razer Edge, que entregavam algumas diferenças substanciais em relação ao Steam Deck, mas com produtos que consolidam esse interesse pelos videogames portáteis.

Por fim, esse ressurgimento do setor abriu as portas para produtos fantásticos que apostam na emulação de jogos do passado para alimentar a nostalgia das crianças crescidas que agora podem investir dinheiro nesses produtos que devolvem os videogames que tanto amamos.

A tendência dos videogames portáteis está mais evidente do que nunca. O interesse dos usuários é claríssimo, ainda mais agora que alguns produtos podem rodar títulos AAA de computadores e consoles via streaming. E este é mais um argumento muito forte para que mais e mais usuários invistam tempo e dinheiro nestes produtos tão interessantes.

Ou seja, não é um exagero dizer que você ainda vai ter um videogame portátil no futuro, mesmo com o seu caro smartphone que você usou para consumir esse conteúdo até aqui.


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@oEduardoMoreira