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A “moda” de 2024 nas Big Techs é demitir em massa: o que está por trás disso?

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Ainda bem que eu trabalho para mim mesmo (e não posso me demitir por isso), pois virou moda novamente as gigantes de tecnologia demitirem funcionários em massa. São milhares de desempregados graças ao mundo tech.

Google, Amazon, Discord e outras gigantes do setor estão mandando embora centenas de seus funcionários. E nem sempre isso está acontecendo com o devido tato ou respeito.

Vou fazer uma revisão sobre essa enorme leva de demissões divulgadas nos últimos dias, mostrando quais são as maneiras que as empresas de tecnologia estão adotando para mandar esse povo todo para casa.

 

As levas de demissões no mundo tech

Começando pela Amazon, que é a que menos motivos tem para demitir esses profissionais. O desespero para manter as obscenas margens de lucro da pandemia é tamanho, que Jeff Bezos e sua turma tomaram decisões que beiram ao insensato.

A gigante varejista promoveu demissões nas plataformas Twitch, Prime Video e Audible nos últimos dias. Só no time da Twitch, o corte foi de 35%, e vários funcionários que trabalham nas atividades relacionadas ao serviço de streaming de vídeo foram afastados sem maiores explicações.

No caso do Audible, 100 funcionários dessa divisão estão sem emprego neste momento. E este é um grupo que acabou entrando no programa de redução dos funcionários iniciado pela Amazon em 2022, em uma medida que afetaria a diversas áreas da empresa.

O Google segue com sua expansão de programa de demissões, também iniciado depois da pandemia. Várias divisões foram afetadas, como hardware, realidade aumentada, assistente de Google e equipes centrais de engenharia.

A Fitbit, empresa de relógios inteligentes que é de propriedade do Google, também foi impactada com as decisões de dispensa de funcionários, o que resultou também na saída dos seus fundadores James Park e Eric Friedman.

Já o Discord anunciou a demissão de 17% de sua equipe de profissionais, o que se materializa em um total de 170 funcionários. A justificativa da empresa é a busca por eficiência após uma fase intensa de contratações em 2020.

A grande maioria das empresas de tecnologia foram forçadas ou obrigadas a aumentar a sua força laboral diante da maior demanda de trabalho durante a pandemia. E agora que tudo acabou, essas pessoas são tratadas como dispensáveis ou descartáveis.

A única coisa que faz com que a situação do Discord seja um pouco diferente de outras plataformas é a não dependência da publicidade online para obter a sua rentabilidade, mas sim das assinaturas pagas do serviço.

Logo, é evidente que a margem de lucro da empresa é (bem) menor quando comparado com outras gigantes do mundo tech.

A Duolingo dispensou 10% de seus contratados, que foram substituídos por uma inteligência artificial. A empresa nega o impacto na jornada de trabalhadores em tempo integral, destacando a mudança estratégica para aumentar a produtividade.

É uma justificativa plausível. Se vale para mim aqui no TargetHD.net, deve valer também para a Duolingo. A grande diferença é que eu não promovi a demissão de ninguém para seguir produzindo o trabalho que eu faço sozinho.

Mas de todas essas empresas, a campeã na cara de pau nas demissões no começo de 2024 foi mesmo a Unity Software.

Depois de muitas polêmicas em 2023, a Unity anunciou a sua maior leva de demissões de sua história, na quarta onda de dispensas na empresa desde a fusão com IronSource, afetando centenas de funcionários.

 

Isso vai parar?

Tenho minhas dúvidas.

Várias dessas empresas viram lucros pornográficos que alcançaram durante a crise sanitária global, e ficaram absolutamente embevecidos e, por que não dizer, mal-acostumados com os números muito inflados.

Com a volta do (algo parecido com o) normal, esses lucros caíram assustadoramente. E agora, todas essas empresas tentam se recuperar. Não dos prejuízos, mas sim das perdas desses lucros inflados.

Agora, some isso ao fato de que os novos profissionais membros da Geração Z que estão chegando ao mercado de trabalho estão com uma dinâmica de relação laboral muito diferente das gerações anteriores, e temos um potencial cenário de crise nos escritórios se aproximando.

Sem falar que essa estratégia de demissões em massa tem outro objetivo não revelado: a recontratação desses mesmos funcionários com salários muito mais baixos, já que as empresas entenderam que pagaram demais para tantas pessoas quando a demanda de trabalho foi maior.

São várias peças neste tabuleiro de xadrez metafórico, e os executivos das gigantes de tecnologia precisam se coçar para não perder o jogo para eles mesmos.

Seria péssimo ver a rainha caindo do tabuleiro por causa de um terremoto.


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@oEduardoMoreira