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A obsessão das câmeras gigantescas nos smartphones

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Estamos no auge da obsessão pelos inflados números de megapixels nas câmeras dos smartphones, e não é um absurdo que se levante o questionamento sobre a real necessidade desse tipo de configuração nos sensores fotográficos.

Todos os principais fabricantes do setor estão inserindo números generosos de megapixels nos sensores principais dos conjuntos de câmera nos smartphones. O Galaxy S23 Ultra tem 200 megapixels, o iPhone 15 Pro promete sair dos 48 megapixels para entrar na briga com o modelo da Samsung, e o Xiaomi 13 Pro deve chegar com um sensor com nada menos que uma polegada.

Será que precisamos de tudo isso para obter boas fotos? Ou todos os fabricantes estão sofrendo com a famigerada “síndrome do pau pequeno”?

 

A imensa maioria se contenta com o modo automático nas fotos

O conjunto fotográfico da grande maioria dos smartphones top de linha é composto hoje por um sensor gigante na câmera principal, que é acompanhado de lentes teleobjetivas e de sensores grandes angulares. Tudo isso é pensado no objetivo de se obter fotos cada vez melhores, mas a impressão que fica é que ninguém pensa que a maioria das pessoas que vão utilizar os dispositivos são usuários que vão registrar fotos em modo automático.

Sensores gigantescos não significam nada se o telefone não consegue processar direito tanta informação de imagem. E a maioria dos usuários fica mais do que satisfeita com um telefone que recebe no sensor principal uma lente de 50 megapixels. A prova do que estou falando é que a maioria dos telefones intermediários carregam sensores principais com esse tamanho.

E um dos principais problemas nos aspectos fotográficos nos smartphones ainda está presente, que é a enorme quantidade de ruído nas fotos noturnas, que pode ser resultado de uma sobressaturação típica de softwares fotográficos que tentam deixar as fotos mais vívidas.

No lugar de inflar os sensores com um enorme número de megapixels, os fabricantes deveriam centrar esforços no pós processamento de imagens, trabalhando nos algoritmos em conjunto com os processadores presentes nos dispositivos. E ainda assim, muitos fabricantes não respeitam as cores naturais dos elementos fotografados.

Ou seja, as fotos não mostram o que o usuário vê na realidade, mas sim o que a câmera consegue registrar. É quase o mesmo efeito do ultrarrealismo nos jogos de videogames de última geração, mas voltados para os aspectos fotográficos.

Quero dizer, as câmeras são potentes, mas podem entregar resultados muito mais artificiais do que o desejado pela maioria dos usuários.

 

Precisamos de softwares amigáveis

Com tantos recursos fotográficos disponíveis em sensores com uma enorme quantidade de megapixels, a grande maioria dos usuários vai precisar contar com softwares de câmera cada vez mais amigáveis e intuitivos. Ao mesmo tempo, os usuários profissionais vão precisar de recursos que entregam resultados avançados melhores, com maior flexibilidade.

Essa equação é mais difícil de ser encontrada conforme a tecnologia fotográfica vai avançando. Tanto o Android como o iOS precisam trabalhar mais neste aspecto, até mesmo para justificar a presença de câmeras com número de megapixels inflados, tal e como estamos encontrando ultimamente.

O ano de 2023 só está começando, mas tem claro que terá como um dos principais pontos de avanço a questão fotográfica. Se o cenário para os telefones intermediários está basicamente resolvido com os sensores de 50 megapixels, os telefones tops de linha ou premium estão com um grande desafio a ser superado, mesmo que aparentemente as lentes gigantescas sejam pontos positivos para esses telefones.

Assim como acontece com o pau do homem (ou com o órgão sexual masculino, como preferem dizer os mais conservadores), a quantidade dos megapixels não são relevantes se o telefone não  sabe o que fazer com tanta informação de imagem.

É como ter um taco de baseball e não saber jogar o jogo. Se torna um elemento inútil na vida do cidadão.


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@oEduardoMoreira