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Como o Tinder mudou a visão de amor e relacionamentos para uma geração inteira

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Não é um exagero dizer que praticamente todo mundo que tem hoje entre 18 e 35 anos já utilizou o Tinder pelo menos uma vez na vida. E eu conheço algumas pessoas com idades maiores ou menores que também se valeram dos benefícios deste aplicativo.

Pode não parecer, mas o Tinder já tem mais de uma década de atividades na internet. O aplicativo foi lançado em 2012, mas ganhou popularidade nos últimos anos, principalmente durante o período da pandemia.

Alguns especialistas afirmam que uma década foi tempo suficiente para o Tinder promover uma verdadeira revolução no comportamento de uma geração, que passou a encarar o amor e os aplicativos de relacionamento de outra forma.

Vamos entender melhor os motivos para essa afirmação.

 

Uma revolução construída por um aplicativo despretensioso

Quando o Tinder chegou ao mundo em 2012, seus criadores não pensaram muito no seu conceito e desenvolvimento. Tanto, que o aplicativo ficou pronto em apenas oito semanas, em uma postura típica de um pequeno grupo de jovens que acreditavam que essa ideia era boa o suficiente para levar adiante.

Porém, eles jamais imaginaram que o aplicativo seria influente e relevante para toda uma geração de adolescentes.

Um dos segredos do sucesso do Tinder é o seu sistema de interação através do deslizamento ou swipe. O responsável por esse mecanismo é Jonathan Badden, um dos cofundadores do aplicativo.

É um mecanismo de funcionamento bem simples: se você desliza para a direita, você curtiu o perfil da pessoa; se deslizou para a esquerda, você está descartando o indivíduo em questão.

Hoje, tal mecanismo de funcionamento parece algo bem óbvio. Porém, essa era uma grande novidade em 2012. Os usuários abraçaram essa mecânica como se fosse um jogo, o que fez com que outros aplicativos de relacionamentos adotassem o mesmo sistema, com algumas variantes.

O sistema de deslizamento é algo divertido e compulsivo, e ajuda a manter os usuários no Tinder por horas. Especialistas afirmam que o aplicativo libera a dopamina, substância que produz a sensação de prazer no cérebro, o que mantém as pessoas presas na plataforma.

 

O swipe pode levar ao amor?

Essa é a grande pergunta que o Tinder levantou ao longo de uma década. E essa pergunta ficou sem resposta ao longo do tempo.

Muitos encontraram parceiros estáveis dentro do Tinder, mas a grande maioria usa o aplicativo como uma espécie de roleta russa, ou como plataforma de pegação: o objetivo principal é encontrar alguém, ter aquela experiência, descartar a pessoa e seguir em frente. Que venha a próxima pessoa.

Em 2014, o Tinder informou que os usuários produziram mais de 2 bilhões de matches. Mas nem de longe isso significa que são mais de 2 bilhões de relacionamentos felizes ou estáveis. E por mais que o modelo de negócio seja bem-sucedido, seu efeito nos usuários ainda não é muito claro.

Muitos usuários usam o Tinder como um vício, em busca de novas pessoas para conhecer, potenciais namorados e namoradas e, quem sabe, um relacionamento estável. Mas não existe qualquer tipo de garantia que isso realmente vai acontecer.

Hoje, não são fornecidos os dados de quantos casais que se conheceram no Tinder seguiram em relacionamentos estáveis ou que duraram pelo menos alguns meses. Porém, a realidade é que o aplicativo gamificou o processo de busca por um parceiro ou relacionamento, o que pode ser um fardo pesado para qualquer pessoa que procura preencher suas lacunas emocionais e afetivas.

A pergunta que fica é: se você ganha um grande prêmio na vida, você fica com esse prêmio ou vai seguir jogando para ganhar mais?

O Tinder se vale muito das pessoas que decidem continuar no jogo, buscando outras pessoas para outros relacionamentos. E isso mudou por completo o panorama dos aplicativos de namoro e a perspectiva de uma geração inteira para envolvimentos afetivos.

Se o ser humano precisa gamificar tudo para liberar a dopamina e se sentir bem, é fácil entender como e por que o Tinder marcou um antes e um depois no processo de busca e envolvimento afetivo.

Só resta saber se vamos conseguir lidar com tudo isso com o mínimo de racionalidade.


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@oEduardoMoreira