Dona Samsung… pelo amor de qualquer coisa… facilita a vida dos produtores de conteúdo de tecnologia. Ninguém aguenta tantos lançamentos em apenas um mês.
Em um passado não muito distante, a Samsung tinha uma mania irritante e nefasta: lançar um smartphone por semana. E ela fez isso mais de uma vez, em anos consecutivos. E nunca agradou com essa estratégia.
E agora, estamos no final de janeiro de 2024, e a mesma Samsung apresentou nada menos que SEIS MODELOS DIFERENTES DE SMARTPHONES, considerando as séries Galaxy S e Galaxy A. Sem falar nas variantes dentro de cada modelo.
Por que a Samsung faz isso?
Porque alguém dentro da Samsung entendeu que era válido criar segmentos de produtos dentro dos próprios segmentos, oferecendo uma maior diversidade de preços e, ao mesmo tempo, criando o pesadelo na Terra para quem tem que analisar tudo isso.
Normalmente os fabricantes de smartphones lançam pelo menos duas variantes de alguns modelos de smartphones, principalmente nos segmentos de linha média e premium. Isso é algo normal e aceitável, dentro de limites racionais.
Mas o que a Samsung fez em janeiro de 2024 é uma verdadeira agressão aos produtores de conteúdo, e até mesmo um desserviço para o consumidor. Algo detestável em diferentes níveis.
Esse fenômeno não acontece tanto nos modelos da linha Galaxy S, que são três telefones diferentes que contam com características muito bem definidas. Diferenças no tamanho de tela, processadores, materiais de construção e sensores de câmera são evidentes entre o Galaxy S24, S24+ e S24 Ultra.
Aliás, são esses diferenciais que determinam que são três modelos diferentes dentro da mesma família de produtos, com características diferentes que ajudam a posicionar cada um deles em diferentes faixas de preço.
Agora… o que a dona Samsung faz na série Galaxy A, especialmente considerando os telefones de entrada e linha média… é uma verdadeira aberração em desfile.
Conseguiram segmentar o segmento já segmentado
A frase acima pode parecer estranha, mas é o que define melhor o meu sentimento e entendimento diante dos fatos apresentados.
Em uma janela de MENOS DE 30 DIAS, a Samsung apresentou três modelos diferentes de telefones da série Galaxy A, onde cada variante tem singularidades técnicas relevantes para determinar a recomendação em um ou em outro modelo.
O Galaxy A05 é significativamente diferente em relação ao Galaxy A05s, a ponto de muitos questionarem se o primeiro modelo realmente merece existir no mercado.
Eu mesmo me convenci que a Samsung só lançou o Galaxy A05 para fazer bullying com a Motorola, pois ele chegou ao Brasil na mesma semana que o Moto G34.
Fora isso, o Galaxy A05 se tornou um telefone quase descartável. O Galaxy A05s poderia ser o lobo solitário, custando R$ 999 e agradando muito mais ao publico que procura um telefone de baixo custo.
Os novos Galaxy A15 e Galaxy A15 5G (este último o autêntico concorrente do Moto G34, tanto no preço como nas especificações), são os “smartphones de entrada intermediários”, que ficam no meio do caminho entre o A05 e o A25, por motivos óbvios.
Ambos se diferenciam pelo processador que, por sua vez, permite a compatibilidade (ou não) com as redes 5G. Do mais, são rigorosamente iguais, mas com uma diferença de preço maior que impede que um canibalize o outro.
Os podem até entregar a mesma experiência de uso e performance, mas sempre precisamos destacar essas diferenças para as versões. Eu mesmo encaro como o mesmo telefone, mas preciso desenvolver a narrativa das variantes.
E o Galaxy A25 5G é o único modelo dentro do “smartphone de entrada premium” da nova série de produtos da Samsung. Ele é um bom telefone… ou é o Galaxy A53 reformulado e com algumas restrições técnicas, dependendo do seu ponto de vista.
Me ajuda a te ajudar, Samsung!
Eu juro que eu me esforço para não brigar (de novo) com a assessoria de imprensa da Samsung. Ainda mais agora, que recebo release das novidades da marca todos os dias.
Porém, isso não é motivos para não levantar dúvidas razoáveis sobre essa estratégia de levas de lançamentos desenfreados da marca. Hoje, temos uma quantidade de telefones da Samsung que são suficientes para falar de cada um deles por semana até fevereiro.
E como a Mobile World Congress 2024 acontece no final de fevereiro, não seria uma surpresa se a Samsung não conseguisse segurar a sanha em anunciar um ou dois smartphones até o início do evento em Barcelona.
Samsung… vai com calma.
É muita coisa. Eu tive que escrever sobre esses produtos de forma intensa para atender a demanda do blog. Mas não quero entrar em cenário de ‘burnout’ porque a Samsung não sabe como controlar o ímpeto em anunciar novos smartphones para o mercado.
E tenta não brigar comigo por causa desse artigo. Só compartilhei aquilo que penso sobre esse comportamento que me lembra a Samsung de 2014.