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Eu falhei em zoar o POCO M6 Pro

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POCO M6 Pro. Seu lindo.

Vamos combinar que ele é bonito? Mais bonito que o POCO X6 Pro com aquele couro vegano que agrada ao povo que adora aplaudir o pôr do sol na praia? E que beleza é algo totalmente subjetivo e eu só estou dando a minha opinião?

Então… será que a Xiaomi conseguiu esconder pequenos pedaços metafóricos de Kinder Ovo estragados nesse smartphone que tem como objetivo principal agradar a Classe C brasileira da qual eu também faço parte?

Ou tudo isso é um exagero de alguém que está enchendo linguiça para completar o volume de palavras necessárias para começar esse artigo?

 

É difícil MESMO zoar a Xiaomi

Eu tenho enormes dificuldades em fazer piadas dos produtos da Xiaomi, e não é nem pelo fato dos fãs serem tão devotos a ponto de se reunirem em gangues para fazer justiça com as próprias mãos com os detratores da marca.

Aliás, eu tenho até algumas dúvidas se a marca ainda tem os tais fãs por aqui. Depois que a Xiaomi veio para cá fazendo todo barulho do mundo, foi embora pianinho e voltou através da DL Eletrônicos que apostou mundos e fundos no “fator Brasil”, acredito que teve uma galera que pulou desse barco.

Mas sei que existe muita gente berrando na frente dos quarteis metafóricos da internet: “a Xiaomi bota a Apple para mamar”.

Fato é que os smartphones da Xiaomi são realmente muito equilibrados, principalmente os modelos da POCO, que vem acertando constantemente desde o Pocophone F1.

Logo, deixo claro que todo o esforço que estou fazendo neste artigo (e que fiz no texto do POCO X6 e POCO X6 Pro) está deixando o meu cérebro ainda mais lesado. E eu já não tenho mais idade para ter meus neurônios ainda mais prejudicados. O Alzheimer já está trabalhando nisso.

 

Então… sem 4G, né?

A verdade é que eu fiquei mal-acostumado em viver cinco anos em uma das capitais mais caras do país.

Criticar o POCO M6 Pro apenas e tão somente porque ele não tem 5G em pleno 2024 é o meu lado burguês de alguém que é classe média (inclusive nas dívidas), mas acha que é rico só porque mora a 70 quilômetros da cidade onde o Neymar decidiu ter o prédio mais alto do Brasil para justificar o seu complexo de inferioridade.

Eu tenho que entender que o 5G existe em Florianópolis (parcialmente) e em outras capitais brasileiras, mas não em todo o território nacional. No Brasil, a expansão das redes de quinta geração está tão rápida quanto eu caminhando na Beiramar Norte de Floripa.

Ou seja, lento o suficiente para as senhoras saradas daqui me ultrapassarem com muita facilidade.

Eu sei que para muitos a ausência do 5G é um ponto negativo do POCO M6 Pro, mas isso não torna o telefone uma enorme porcaria. E nem mesmo entra na regra do “campo de distorção da realidade”, tal e como a Samsung fez com o Galaxy A05.

Então… eu realmente não tenho muito o que zoar esse smartphone, e me sinto um fracassado que acabou de ter um bloqueio criativo.

 

Derrotado pela honestidade da Xiaomi

Acho que a pior coisa que o POCO M6 Pro pode ter é, por incrível que pareça, a interferência da DL Eletrônicos.

Tudo indica que esse produto será lançado no Brasi de forma oficial em algum momento no futuro. E se isso não acontecer, eu vou desconfiar se existe alguém que pensa na DL Eletrônicos. O produto cai como uma luva para conquistar o brasileiro médio.

Aliás, a DL Eletrônicos pode até justificar a vinda desse telefone com um preço um pouco mais caro se conseguir o milagre de trazer esse modelo com conectividade 5G. Algo que eu realmente duvido que aconteça.

Primeiro, a decisão em lançar o POCO M6 Pro global com 4G veio da Xiaomi. Esse telefone no mercado asiático possui a sua variante com 5G. E acredito que o principal motivo para deixar o mundo de fora do modelo com 5G está na minha explicação do próximo parágrafo.

Segundo, se o POCO M6 Pro chegar ao mundo com o 5G, ele pode canibalizar as vendas do POCO X6, que é muito similar nas especificações técnicas (mesmo contando com um processador mais forte) e recebe a compatibilidade com as redes de quinta geração.

Dito tudo isso, eu prefiro assumir a derrota em não conseguir fazer tantas piadas com o POCO M6 Pro. Ele não é o melhor smartphone do mundo, mas também não é um LG K10 (e meu pai vai entender essa referência).

Ele só é um smartphone de linha média como outro qualquer, que deseja viver a sua vida tranquilo e sossegado, sem se submeter à pressão de ser compatível com as redes de quinta geração.

Ele é quase um Zayn Malik dos smartphones da Xiaomi, com uma simples diferença: ele não quer sair da família POCO tretado com todo mundo, alegando que quer “viver a vida de um garoto normal de 22 anos” para logo depois procurar uma carreira solo, sob os mesmos holofotes que ele alegou querer fugir.

Desculpa, viúvas do One Direction, mas… foi basicamente isso o que aconteceu. Aceitem isso.


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@oEduardoMoreira