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Só agora o governo japonês abandonou os disquetes e CDs para receber documentos

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O Japão, conhecido ser um país que preserva as suas tradições (até demais, neste caso), ainda utilizava formatos físicos como disquetes e CD-ROMs, apesar de ser lar de empresas tecnológicas avançadas como Sony, Toshiba e Panasonic.

Uma antiga lei japonesa exigia o envio de documentos oficiais em disquetes ou CD-ROMs em pleno 2024. Isso incluía cerca de 1.900 trâmites, a maioria relacionada a empresas, o que prejudica a eficiência e agilidade de qualquer empresa.

E só agora é que as mudanças vieram nas legislações japonesas, e finalmente os cidadãos e empresas podem utilizar métodos mais modernos para enviar documentos para o governo.

 

As definições de obsolescência foram atualizadas

Disquetes e CD-ROMs estão mais do que obsoletos. Estão totalmente desatualizados e caíram no desuso ao redor do mundo. Exceto é claro no Japão, que tem enorme resistência a mudanças.

O atraso é tamanho, que ficou cada vez mais difícil encontrar os disquetes, e menos ainda dispositivos que são capazes de ler as unidades de armazenamento. Um cenário quase inimaginável para qualquer pessoa que vive o mundo moderno.

Resultado: o governo japonês reconheceu a necessidade de mudança, anunciando a alteração da lei em 2022. Essa mudança entrou em vigor em 23 de janeiro de 2024, permitindo que os cidadãos enviem documentos oficialmente usando métodos mais modernos, como pendrives, cartões micro SD e formatos digitais como e-mail ou upload direto via armazenamento na nuvem.

 

Os problemas do atraso tecnológico

Usar CDs e disquetes só entregam desvantagens em nosso mundo moderno. Além de serem formatos de armazenamento com leitura de dados muito lenta, eles são naturalmente antiquados e até prejudiciais ao meio ambiente.

Descartar essas unidades de armazenamento de forma adequada pode ser um desafio para os usuários mais leigos, e cabe (também) aos governos em orientar e determinar um descarte de material adequado e sustentável.

As mídias físicas contrastam com as opções de armazenamento e transferência de dados mais rápidas e ecologicamente eficientes. O que não depõe a favor do governo japonês na manutenção do uso das mídias físicas.

 

Quando o uso da mídia física é adequado?

É claro que o armazenamento em mídia física ainda tem a sua utilidade prática.

Vale a pena salvar os arquivos em formatos físicos quando queremos preservar a propriedade intelectual, os direitos dos consumidores e para fins de colecionismo. E, ainda assim, HDs e SSDs externos são mais adequados que uma tecnologia de armazenamento que tem mais de 40 anos de vida.

Para todos os efeitos práticos de momento, a antiga lei japonesa perdeu completamente o sentido, e o fim dos CDs e disquetes demorou tempo demais para um país que ficou por muito tempo na vanguarda da tecnologia.

A impressão que fica é que os japoneses decidiram ficar estacionados depois que foram ultrapassados pelos chineses. O país deixou de ser a meca da tecnologia para parecer mais um grande armazém de computadores e videogames do passado.

Pode ser bom para alimentar a nostalgia dos usuários mais veteranos, mas dá lentos sinais de que podem avançar para buscar novas visões do mundo tech.


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@oEduardoMoreira