Dragon Ball me ensinou tantas coisas…
Me ensinou o valor da amizade, do esforço coletivo e a resiliência a partir da empatia. Me fez acreditar também que o poder não vem de sete esferas, mas de tudo o que aprendemos com a jornada, e o que carregamos como essenciais valores que se transmutam no bem ao próximo.
Aprendi muito sobre o ato de levantar a cada queda e não se dar por vencido diante de um desafio considerado impossível. E que você não está sozinho nos dias mais sombrios. Sempre vai ter alguém estendendo a mão.
Essas histórias me ensinaram a acreditar. A ser persistente. A desejar plantar, semear e cultivar o bem para quem está ao meu redor. Me ensinaram a ser alguém melhor diante de um mundo que esperava o pior de mim.
E olhar para todas essas histórias e perceber que consegui aprender só um pouco com elas me dá uma alegria imensa. Uma satisfação que apenas quem viveu essa geração sabe como é.
Agora, a minha geração tem como missão compartilhar com as novas gerações essas mesmas lições, reforçando o legado de alguém que soube entender de forma impecável quais eram os recados que o mundo precisava ouvir naquele momento.
É uma pena perder Akira Toriyama, mesmo sabendo que a morte é o inevitável. Porém, foi ele mesmo quem nos mostrou que a vida terrena é apenas uma passagem, um momento. Uma fase do jogo.
Com alguma sorte, vamos olhar para cima e ver ele ao lado do Goku. Quem sabe ele volta de tempos em tempos para interagir conosco ou deixar novas histórias.
Pode até parecer um mísero ato de “sonhar demais” que acabei de escrever. Mas foi o Toriyama que me fez acreditar nisso. E não me arrependo em nada por estabelecer crenças positivas a partir de linguagens lúdicas.
De qualquer forma… muito obrigado por isso, Toriyama. De coração.
Todos nós fomos pegos de surpresa com a notícia da morte de Akira Toriyama, um dos mais importantes criadores de mangás japoneses. A minha geração cresceu consumindo suas obras, e Dragon Ball se tornou mainstream em todo o planeta, se tornando símbolo e referência da cultura japonesa.
Na mesma semana que “O Menino e a Garça”, filme do genial Hayao Miyazaki, recebe todo o merecido destaque pela beleza e grandiosidade da obra (e pode render para o diretor japonês mais um Oscar em Melhor Longa de Animação), perdemos um dos responsáveis por alguns dos melhores momentos da infância e adolescência de, pelo menos, quatro gerações.
Crescer assistindo as histórias contadas em Dragon Ball (e aprendendo com elas) foi uma honra e um privilégio para a minha geração. Jogar Chrono Trigger e conhecer a capacidade criativa de Akira em desenvolver histórias que se tornaram populares ao redor do mundo foi uma forma extraordinária de ver um importante capítulo da cultura pop ser escrito diante dos nossos olhos.
E pensar que o mundo se beneficiou desse importante artista é algo que enche o coração de qualquer pessoa que dedicou tempo para abrir a mente e absorver todas essas lições.
Muito obrigado, Akira Toryiama, por me ajudar a sair da mediocridade cultural e, ao mesmo tempo, desenvolver em mim valores e pensamentos que vou carregar pelo resto da minha vida.
Você vai fazer falta. Dê as caras por aqui de tempos em tempos.
P.S. faço questão de deixar esse coral infantil cantando a versão brasileira do tema de abertura de Dragon Ball GT. Por favor, preste atenção na letra… essas foram as lições que eu aprendi na minha infância, e ajudam a explicar o adulto que sou hoje.