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Aquele velho reprodutor de fitas cassete que você tem pode valer uma boa grana hoje

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A nostalgia está na moda, e todo mundo que vive hoje o mundo da tecnologia sabe disso. E está alcançando a todo o tipo de dispositivos eletrônicos que reinavam nas décadas de 1980 e 1990, uma época onde todos que hoje são adultos na verdade se consideram crianças crescidas que pagam boletos e contam com um cartão de crédito na carteira.

Agora, a nostalgia alcançou as fitas cassete. Bom, na verdade sempre esteve, pois várias pessoas estão investindo o seu dinheiro suado nesse formato de consumo musical, cujas vendas não param de crescer.

Então, ficamos sabendo que os japoneses estão pagando pequenas fortunas para ter nas mãos um rádio toca fitas cassete. Aquele mesmo que pode estar comendo poeira na garagem do seu avô. Ele pode valer uma grana pesada para você.

 

Um amor que supera o passar do tempo

Até mesmo os mais jovens estão se seduzindo pelas fitas cassete, mas são os usuários mais velhos e nostálgicos que estão investindo o dinheiro que tem e que não tem hoje para obter aquela boa experiência de bons tempos que não voltam mais.

Essas fitas cassete começaram a se popularizar em todo o mundo no começo da década de 1970, e os motivos são bem fáceis de serem detectados. O principal deles era a portabilidade: antes disso, as pessoas ou ouviam as músicas preferidas em grandes discos de vinil, ou compravam rolos de fita magnética, que eram caros e grandes demais.

Outra vantagem das fitas cassete é que elas permitiam que qualquer pessoa pudesse criar a sua seleção de músicas preferidas, também conhecidas como mixtapes. Quantas e quantas madrugadas eu fiquei esperando aquela música preferida tocar na rádio, ou copiei as sequências de uma fita para outra, apenas para ouvir em casa ou nas ruas de Araçatuba, minha cidade natal.

Aliás, o Walkman foi outro fator que contribuiu de forma considerável para a popularidade das fitas cassete. O avô do iPod permitiu que muitos de nós escutássemos nossas músicas preferidas em qualquer lugar, algo que era inimaginável antes da chegada dessas fitas.

Hoje, aquelas crianças que não tinham tantos recursos financeiros decidiram resgatar o passado investindo o dinheiro que tem e o que não tem nos reprodutores de fitas cassete, incluindo é claro o micro system, o protagonista desse artigo.

 

A volta da música analógica

Muitos defendem a experiência de ouvir música no vinil ou em fitas cassete com argumentos tangíveis e alinhados à nossa realidade. Por exemplo, a baixa qualidade das músicas em formato digital disponíveis nos planos básicos ou gratuitos dos serviços de streaming e até mesmo a morte dos CDs (e do hábito em colecionar os discos) fez com que os mais românticos voltassem para o vinil e as pequenas fitas que todo mundo amava ter.

Muitas pessoas sentem que perderam a paixão pela música ou o hábito em ouvir pacientemente uma sequência de canções com o advento das plataformas de streaming. Algumas pessoas não conseguem mais vivenciar a experiência de conhecer álbuns faixa a faixa, o que aumentaria as chances de alguém criar uma coleção de músicas a partir de um repertório mais amplo.

Faz algum tempo que os nostálgicos estão vencendo essa batalha. Tanto, que hoje os vinis vendem mais do que os CDs. E isso fez com que artistas importantes (que não são nada bobos ou burros) entendessem o momento e o movimento do mercado, e estão lançando os seus discos novamente em vinil, para atender a esse público fiel.

Esse é um fenômeno global, e o Brasil não está de fora desse movimento. As vendas de discos de vinil e fitas cassete também dispararam em nosso país, o que mostra que a nostalgia vende, e que os mais velhos estão reformulando o conceito e status quo de consumo de música.

Dito isso, as vendas de fitas cassete nos Estados Unidos simplesmente duplicaram de um ano para cá, alcançando a marca de 340 mil unidade vendidas. Pode parecer pouco (e é, na verdade), mas ainda assim é algo significativo, pois é um volume de vendas de alguma coisa que simplesmente dobrou, ainda mais em tempos de crise financeira.

Uma das coisas que contribuíram para o aumento das vendas das fitas cassete (além da era retrô que está em evidência) foi a franquia de filmes Os Guardiões da Galáxia, onde a “Awesome Mixtape” fez um sucesso enorme entre os fãs da Marvel, entrando rapidamente na cultura pop do coletivo.

Outro produto de entretenimento que reforçou ainda mais essa vibe retrô foi a série Stranger Things, totalmente ambientada nos anos 80, período do auge das fitas cassete.

E então, chegamos ao Japão, onde os reprodutores de fitas cassete simplesmente duplicaram de preço nos últimos três anos, onde os aparelhos que se encontram hoje em bom estado podem ter os seus preços variando entre 360 e 716 euros.

Aqui, é importante deixar bem claro que estamos falando de produtos antigos ou vintage (como queiram), e muitos podem estranhar tais valores para produtos usados (e estranhar mais ainda que tem gente disposta a pagar essa quantia de dinheiro em produtos antigos), mas existe uma explicação razoável para isso.

Os reprodutores de fitas cassete mais modernos podem custar a partir de 35 euros, mas são produtos fabricados em plástico na sua maioria. Os fãs de música mais convictos preferem os reprodutores vintage, porque são de metal e com componentes de maior validade. Até mesmo aqueles produtos que estão em um estado de conservação muito ruim conseguem alcançar um preço interessante, custando em torno de 214 euros.

Ou seja, se você tem um reprodutor de fitas cassete parado em casa, não jogue ele no lixo. Quem sabe daqui a algum tempo ele pode se transformar em uma boa quantidade de dinheiro.

Aqui no Brasil, eu acredito que os maiores interessados neste tipo de produto são mesmo os colecionadores mais exigentes. E dependendo do tipo de produto que você tem em casa, o valor a ser pago é sempre mais elevado, principalmente se o estado de conservação atende aos usuários mais exigentes.

Então, não deixe que a sua avó jogue o seu micro system fora. Se você conseguir uma grana boa por ele, leve ela para jantar e diga “viu como valeu a pena guardar o meu rádio por todos esses anos?”.


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