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Caro Ricardo Rente… vamos conversar sobre o Gavião Negro “negro e multimilionário”?

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Caro Ricardo Rente,

Eu estou aqui, numa boa, para tentar conversar com você sobre os últimos acontecimentos. E prometo, de coração, que vou me esforçar ao máximo para me expressar com você de forma civilizada e empática, pois acredito, de verdade, que posso fazer isso. Aliás, acredito na sua capacidade de compreensão, porque você aparenta ser alguém minimamente inteligente para compreender as coisas.

Mas… antes de começar… você precisa saber que eu sou um cara negro. Desde que eu nasci, de forma “quase surpreendente”. Não que isso seja realmente relevante sobre tudo o que vou dizer a partir de agora, mas era necessário colocar em contexto para estabelecer uma perspectiva sobre o assunto.

Eu vi os vídeos. Vi inclusive o seu vídeo no YouTube falando a sua versão dos fatos, mas estou aqui porque você bloqueou os comentários. Tudo bem, seu direito. Me esforcei para ouvir você durante 11 minutos, e entendi a narrativa que você tentou colocar na sua opinião sobre o Gavião Negro no filme “Adão Negro”. E, acredite, entendi o que você quis dizer.

Mas como o episódio me fez perder o sono às 4h da manhã de um domingo onde eu deveria estar descansado para pegar o meu voo de volta para casa, estou aqui para dizer a minha versão dos fatos. E espero que você tenha o mínimo de empatia e respeito para receber o conteúdo descrito aqui.

Eu nunca fui um ávido leitor das histórias da Marvel e da DC ao longo dos meus 43 anos de vida, mas sou velho o suficiente para me lembrar dos filmes do Superman (com o Christopher Reeve) e do Batman (no começo da década de 1990). Sim, eu fui um daqueles que torci o nariz para a ideia de um filme sobre o Homem de Ferro, mas no final, achei tudo aquilo excelente, e Robert Downey Jr é hoje o Tony Stark.

E assim continuei a acompanhar essas histórias.

Com o passar do tempo, percebi que as histórias em quadrinhos refletiam não só o mundo ao nosso redor, mas também apresentavam propostas sobre o mundo que poderia ser melhor se as novas gerações abraçassem algumas ideias e valores que, por sua vez, também refletiam um mundo em transformação. Tudo bem, as mudanças podem ser lentas e pouco perceptíveis, mas elas estão acontecendo, e todos nós, de uma forma ou de outra, seremos impactados por essas mudanças.

E as coisas mudam. Em alguns casos, elas se transformam. Porque o mundo precisa mudar.

Eu até posso compreender que, para você, é algo pouco crível que um personagem negro seja multibilionário em um país onde, historicamente, as pessoas negras sistematicamente não tiveram a oportunidade de prosperar por conta de todo um sistema que estabeleceu que os negros não possuem direitos para chegar nesse status. Você fala sobre isso no vídeo. Ou seja, eu entendi exatamente o que você falou.

O grande problema nisso é que não estamos falando exclusivamente da estrutura narrativa de um filme, ou de um roteiro que, para você, não é crível.

É seu direito achar que o roteiro não é crível a partir da sua perspectiva. Mas é meu dever alertar você que o mundo está em plena transformação, e aquele Gavião Negro se torna crível a partir dessa perspectiva. Inclusive quando olhamos para a construção objetiva do personagem naquele universo.

E é importante lembrar para você, Ricardo, que aquele Gavião Negro, aquele Adão Negro e todos os personagens que você viu no filme são daquele universo em específico, e que seus criadores, idealizadores, roteiristas e donos da propriedade intelectual desses personagens contam com a liberdade criativa de transformá-los no que eles quiserem.

Ou seja, um Gavião Negro negro é algo válido e crível, apenas e tão somente considerando os aspectos técnicos e narrativos de uma história de ficção. Mas… eu quero falar para você algo que vai além da letra fria de um roteiro.

Quando Marvel e DC decidem mudar as origens de um personagem para uma grande mídia, elas tentam mandar mensagens claras para um público que é muito maior que o dos quadrinhos, com o objetivo de impactar pessoas e, com alguma sorte, plantar sementes que podem dar frutos positivos no futuro. E, até onde me consta, os idealizadores dos personagens das duas editoras sempre deixaram isso muito claro em vários personagens e histórias que foram apresentadas ao público dos quadrinhos nos últimos anos.

E até mesmo você, que afirmou não ser um especialista das histórias da DC, mas que acredita ser minimamente nerd, sabe disso.

As origens dos personagens são alteradas o tempo todo, incluindo obviamente as etnias e gêneros. São regras que eles mesmos criaram e que, em várias oportunidades, você aceitou sem questionar.

Se temos que partir do princípio que tudo o que estamos olhando precisa se alinhar com o mundo que nós vivemos, devo então entender que Bruce Wayne sempre foi crível porque é um cara branco e multibilionário? Que é válido o Superman morrer e renascer tantas vezes porque “é o Superman, e sempre foi assim”? Aliás, eu pergunto para você: quantos alienígenas com a cor de pele roxa vieram até o planeta Terra DE VERDADE dar um estalo e acabar com a metade da vida de todo o Universo?

Sim, Ricardo. Estamos falando de histórias de ficção. Se você aplica a suspensão de descrença para Game of Thrones e O Senhor dos Anéis, qual é a real dificuldade em acreditar que um herói negro, com séculos de vida nas costas (na verdade, milênios, já que ele teve inúmeras reencarnações), atuando no mundo como um arqueólogo bem-sucedido… não pode ser multibilionário?

Para mim, é bem fácil acreditar nisso. Até porque, no mundo real, temos Michael Jordan, Barack Obama, Tiger Woods, Beyoncé, Naomi Campbell, Jay-Z e outros expoentes negros multibilionários.

Talvez você não consiga perceber isso porque, de fato, quero acreditar que você realmente não é racista. De verdade. Porém, infelizmente, você cresceu em um mundo racista, se tornou fruto do meio, e se esqueceu de olhar para outras perspectivas quando emitiu a sua opinião sobre a construção do personagem no filme.

Talvez o racismo seja algo diferente no Canadá do que é no Brasil, e eu torço para que seja realmente uma questão menor aí. Mas eu vivo a minha realidade de homem preto há 43 anos, e sei muito bem o quanto isso impactou na minha vida, tanto nos aspectos pessoais como nos profissionais. Aliás, deixo o registro que, ao longo de 15 anos como jornalista do mundo da tecnologia, os meus colegas de profissão sempre olharam para o meu talento e não para a minha cor de pele, e serei sempre grato por isso.

Porém, eu reconheço também que o mundo ao meu redor nunca me olhou com um igual. Sempre ignorou a minha personalidade, meus valores e habilidades para colocar em primeiro plano a cor da minha pele e, por conta disso, me tratar de forma diferente, em todos os aspectos. E eu nunca pedi para que acontecesse dessa forma.

Na verdade, nunca me perguntaram como eu queria ser tratado. Nunca me deram a dignidade da escolha de tratamento. Até porque, no Brasil, desde que a “abolição dos escravos” aconteceu, o povo preto teve que lutar para existir. Basta ter a capacidade de olhar para trás e ver todos os lamentáveis capítulos de nossa história a partir de 1889.

E aqui, estou falando de mundo real. Não é uma história de ficção, onde um cara voa com asas enormes tentando derrotar o outro que é superpoderoso o suficiente para matar todo mundo.

Quando Marvel e DC decidem alterar as origens étnicas dos seus personagens, elas tentam oferecer uma perspectiva nova. Estão propondo mudanças para o coletivo e, ao mesmo tempo, apresentando novas ideias para as novas gerações. E, principalmente, querem entregar REPRESENTATIVIDADE para quem não se sente representado.

Querem incluir. Agregar. Contar a história para todos, e não apenas para um grupo pseudo dominante.

Você não sabe, Ricardo, mas quando descobri que existia um herói negro, multimilionário e rei de um reino escondido na África, eu me senti completamente representado. Me empolguei com o fato de “Pantera Negra” ser indicado ao Oscar de Melhor Filme (mesmo sabendo que não ia ganhar e questionando com força aquele CGI de gosto duvidoso do final do filme), por entender que essa simples decisão era uma evolução da ideia plantada uma década antes com “12 Anos de Escravidão”.

O mundo do entretenimento entender que o preto pode receber um protagonismo de empoderamento que oferecer a perspectiva positiva para as novas gerações é sim uma evolução. Afinal de contas, fica claro que passamos da fase em que os negros só chamam atenção quando são violentamente chicoteados e acorrentados em um filme com mais de duas horas de duração. E essa representatividade positiva com empoderamento fará com que crianças e adolescentes negros construam em suas personalidades a ideia de que eles podem ser o que sonham ou desejam na vida.

Agora, sobre o seu comentário no podcast… eu acho no mínimo redutivo pensar que os personagens precisam manter a sua origem étnica, e que isso não pode ser adaptado para os cinemas pelo simples conceito de representatividade. Esse tipo de fala passa a ideia que “foi muito fácil transformar Gavião Negro em um homem negro” ou que “isso só foi feito pela militância e lacração”.

E eu juro que não vou falar de política aqui, pois esse não é o tema central dessa fala.

Stan Lee, Jack Kirby e tantos outros autores de quadrinhos sempre desejaram entregar a representatividade nos seus personagens e em suas histórias. E sempre deixaram muito claro que escreviam essas histórias pensando principalmente nos excluídos e nos oprimidos. E aqui, eu incluo os geeks e os nerds, grupos que só são populares hoje, mas eram extremamente marginalizados entre as décadas de 1960 e 1990.

Logo, me causa no mínimo surpresa alguém que se autodeclara como nerd não compreender a real essência desse universo, dos seus personagens, dos seus idealizadores e dos movimentos de mudança promovidos pelos criadores dessas histórias. Isso é tão canônico quanto a própria origem do Thor ou de Ned Stark.

Aliás, sua fala dá a entender que Miles Morales como Homem-Aranha só é crível porque ele faz parte de um universo alternativo, deixando Peter Parker intocável no universo principal. Apesar de ser uma teoria excludente, até mesmo esse pensamento foi derrubado pela própria Marvel nos quadrinhos, que já destruiu suas linhas de tempo, colocando vários personagens de mundos diferentes em um mesmo universo (e há quem diga que Kevin Feige pode fazer o mesmo no MCU).

Sua fala me fez lembrar o episódio que recentemente explodiu na internet, onde alguns “nerdolas” (adoro esse termo… genial…) começaram a protestar pelo simples fato da Ariel na versão live-action de “A Pequena Sereia” será negra, alegando que essa mudança estava “destruindo a infância de toda uma geração”.

Ou seja, acreditar em uma sereia branca, tudo bem. Mas… uma sereia negra? É algo inadmissível!

Você consegue perceber como isso é algo simplório, pequeno e, efetivamente, racista?

Você não acha que uma das principais funções do cinema contemporâneo (ou, talvez, a principal função) é justamente propor mudanças no coletivo, incluindo a maneira em como grupos do coletivo se identificam nas histórias e oferecendo representatividade para grupos que, historicamente, sempre foram marginalizados?

A mudança étnica do Gavião Negro pode não ser perfeita nos aspectos narrativos NA SUA OPINIÃO, e eu até posso entender isso. O que eu não consigo entender é você achar essa mudança absurda e pouco crível baseado apenas nos contextos históricos e sem entender que essa mudança no presente existe justamente para propor essa nova visão objetiva sobre os grupos étnicos que precisam e merecem se sentirem incluídos nessas histórias.

É justamente para pessoas como você, que recorrem ao contexto histórico da nação norte-americana para defender que um Gavião Negro negro e multimilionário é algo não crível em um país racista, que as mudanças acontecem. Para que você entenda que essa perspectiva é velha, ultrapassada e, acima de tudo, preconceituosa. Porque o mundo está em plena transformação.

Pessoas pretas são sim bem-sucedidas. Existem alguns multimilionários pretos por aí. Eu citei alguns deles neste texto. Eu mesmo me considero alguém que venceu na vida, e não é exatamente pela audiência que tenho na internet, por poder manter um padrão de vida legal aqui em Florianópolis (SC) ou por poder comprar os gadgets que sempre quis na vida (parcelado no cartão de crédito – o que é um perigo em tempos de crise econômica).

Sou um vencedor como homem preto porque desde cedo eu sei que o mundo não foi construído para que pessoas como eu tivessem uma chance real de vencer. Todo um sistema se desenvolveu ao longo de mais de 130 anos para apagar a cultura e relevância histórica do povo preto no Brasil, indo de leis que criminalizavam a prática do samba no começo do século XX até senhoras racistas que até hoje não são presas em flagrante por falas preconceituosas e até ameaças de integridade física a um homem negro, sendo que as leis deixam claro que isso é crime inafiançável.

Talvez isso não seja importante para você. Quem sabe você tenha um pensamento mais edificante sobre essas questões, mas não soube expressar com as palavras adequadas. Mas não foi o que você demonstrou, principalmente com a forma em como você reage às críticas.

Devo aqui registrar que suas reações revelam traços de uma personalidade que não está propensa a reconhecer erros. Tá, eu até posso entender que não dá para abaixar a cabeça para tudo. Porém, eu nem precisava dizer isso, mas… se você veio a público para contar a “sua versão dos fatos”, é porque está, no mínimo, tentando conter danos. E isso, no meu mundo de jornalista, significa “eu tenho culpa no cartório”.

Se você realmente estivesse convicto sobre sua razão em sua fala, não teria a necessidade de se explicar para ninguém. Poderia fazer exatamente como disse no vídeo: explicar apenas para aqueles que se importam com o seu lado e demonstraram solidariedade com a sua pessoa, e deixava aquilo que você chama de “hate” se dissipar com o passar do tempo.

Seu colega de podcast veio a público pedir desculpas pelo ocorrido. No seu lugar. E eu consigo imaginar como isso foi humilhante para ele, já que quem proferiu a fala foi você.

Agora… o que realmente mostra como você tem sim o chamado racismo estrutural no seu código moral e ético é um trecho do seu vídeo de “versão dos fatos”, onde você faz a analogia do “se o Pantera Negra fosse branco, não funcionaria”. E aqui, você perdeu o foco argumentativo, já que é o pior tipo de comparação possível.

Eu entendi o que você quis dizer nessa fala, e até acho algo minimamente interessante vindo de alguém com a sua personalidade. Todo mundo sabe que o Pantera Negra foi concebido como personagem para ser uma pessoa negra e ponto. Mudar isso seria algo ridículo, e eu concordo com isso.

Por outro lado, usar esse exemplo para dar a entender que a origem do Gavião Negro se torna pouco crível porque ele virou um homem preto e multibilionário passa a ideia que todo e qualquer personagem ficcional só pode conter as características estabelecidas em sua primeira versão. Algo que, de novo, é muito redutivo considerando que 1) é um personagem de ficção, criado por alguém ou um grupo de pessoas; 2) os quadrinhos vivem mudando as origens desses personagens o tempo todo, e esse é um processo considerado canônico; 3) a não compreensão que uma simples mudança como essa gera a representatividade em um grupo que, historicamente, nunca foi bem representado e 4) ignora completamente o mundo presente, em plena transformação, onde pessoas pretas podem sim ser empoderadas e multibilionárias.

Bom… são 5h06 da manhã. Esse episódio acabou com a minha noite, mas ao menos expressei de forma educada e civilizada o que eu penso sobre a sua visão de mundo. E não adianta, Ricardo: todo mundo vai ter uma opinião sobre as coisas que nós falamos e fazemos diante do coletivo, e é melhor você começar a aprender a lidar com isso de forma mais racional e menos emocional.

Assim como eu acabei de fazer neste texto. A versão do Eduardo Moreira de 2014, que bloqueou você nas redes sociais por conta de alguma insensatez que você disse por conta de sua personalidade frágil e imatura já teria escrito uma série de impropérios e ofensas, acreditando que você se sentiria mal com isso.

Hoje, aos 43 anos, quero entender que posso, de forma civilizada, discordar de sua visão de mundo e, quem sabe, despertar em você um processo de reflexão interna. Quem sabe você ainda consegue rever posicionamentos e aprender alguma coisa com esse episódio.

De qualquer forma, quero encerrar esse texto e, quem sabe, descansar um pouco antes de pegar um avião de volta para Florianópolis.

Mas gostaria que você soubesse de uma coisa.

Os últimos anos da minha vida foram ótimos nos aspectos profissionais e pessoais. Minha vida melhorou desde que me mudei para Florianópolis, e acredito que vou avançar ainda mais nos próximos anos com as mudanças que estou promovendo no meu trabalho.

Porém, eu bem sei o quão difícil é ser um homem preto em Santa Catarina e no Brasil. Só quem sente o racismo de forma direta e escancarada tem a real dimensão do quão importante é testemunhar qualquer traço de empoderamento e evolução do povo preto em qualquer esfera da sociedade.

Se um homem preto, empoderado e multimilionário não é crível para você, eu lamento em dizer, mas… você está muito desatualizado. Para dizer o mínimo.

Não quero afirmar que você foi objetivamente racista em sua fala. Mas o seu pensamento estruturado é preconceituoso, e eu sugiro que você reveja isso em sua essência. Aliás, um detalhe importante: ser racista é uma condição interna, e não apenas uma atitude externa. É a forma de estruturar um pensamento discriminatório. É a sua essência que determina isso, independentemente se seus parentes e amigos são pretos.

Repensar a forma de ver o mundo não é abaixar a cabeça para os haters. As pessoas estão reclamando com razão, Ricardo. É inaceitável viver no mundo de hoje onde as pessoas normalizam expressões de pensamento discriminatório. Acreditar que o mundo não pode sair do “status quo” historicamente estabelecido é até contraditório com a essência do nerd, que sempre teve o olhar para o futuro, com a esperança de viver um amanhã mais empático e inclusivo.

Aliás, deixo o registro que os bons nerds que eu conheci na vida sempre entenderam a real essência do herói: arriscar a vida pelos indefesos, utilizar os seus poderes para defender quem não tem poder algum e atuar como a resistência contra um império que tentar destruir quem é diferente.

E eu tenho dúvidas se você realmente compreende esses conceitos. De verdade.

Eu não sei se esse texto vai chegar até você. Acredito que não. Mas sei que vai chegar a algumas pessoas que consomem o seu conteúdo. E se alguns deles decidirem fazer essa autocrítica e reflexão sobre suas posturas, pensamentos e atitudes em função do lamentável episódio ocorrido no seu podcast, eu já me dou por satisfeito.

Mais uma vez, peço que receba isso com o mínimo de respeito e empatia. Da mesma forma em que procurei demonstrar isso em minhas palavras.

Lembre-se: não adianta ser contra o racismo… é preciso ser antirracista.

Do preto que aqui vos escreve,

Eduardo Moreira


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