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Conheça os “Robin Hoods” do século XXI

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Se Robin Hood existisse em 2020, ele seria um hacker. E digo mais: seria um hacker parecido com o protagonista da série Mr. Robot.

E vou além: ele faria parte do grupo de ciberataque conhecido como The Darkside. Esse grupo pode ser o primeiro da história a doar parte das suas receitas obtidas através dos resgates por ataques com ransomware, mostrando que existem bons e peludos corações nesse obscuro mundo de crimes virtuais.

 

 

 

Reforçando a minha fé na humanidade, mesmo que por linhas tortas

 

 

Isso está acontecendo de verdade, mas de uma forma não convencional. Organizações sem fins lucrativos estão recebendo doações em bitcoins para ajudar nas suas iniciativas. Por exemplo, a The Water Project, que procura oferecer água potável na África subsahariana, recebeu 0.88 bitcoins de doações do grupo de ciber ativistas.

Pode parecer pouco, mas 0.88 bitcoins equivalem hoje a US$ 10.000.

Apenas para compreender melhor este cenário, o grupo The Darkside ataca grandes redes corporativas específicas, codificando os dados relevantes dessas empresas e pedindo resgates no valor de milhões de dólares norte-americanos. Até aqui, tudo dentro do normal para esse tipo de atividade.

Porém, para espanto de muitas pessoas que estão descrentes em um mundo tão absurdo como o que vivemos, esse grupo compreende que é justo que parte do dinheiro que as grandes corporações pagam pelo resgate dos seus dados retorne para a caridade.

E o grupo não se importa com o fato da sua atividade ser vista pelos olhos de muitos como algo muito ruim: os membros do The Darkside colocam a cabeça no travesseiro tranquilamente na hora de dormir por entender que ajudou a mudar a vida de algumas pessoas de forma positiva com as doações.

O grupo também demonstra ter uma boa dose de ética nas suas ações, pois não sequestra arquivos de hospitais, escolas, universidades, organizações sem fins lucrativos e entidades governamentais. Por outro lado, pelo menos na teoria, o dinheiro doado pelos hackers não pode ser utilizado pelas ONGs beneficiadas, já que vieram de um suposto ilícito penal.

De novo: dá para ter um pouco de fé na humanidade quando olhamos para iniciativas como essa. Mesmo que através de uma atitude considerada criminosa aos olhos de algumas pessoas.

 

 

Via ZDNet


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@oEduardoMoreira