Vamos falar um pouco sério neste momento: onde que o jogo Doom (o original, que chegou ao mercado em 1993) não pode ser jogado?
Esse é o tipo de jogo que roda em basicamente qualquer coisa que manipula dados de alguma forma e, em alguns casos, em objetos que estão offline ou que não gerenciam nenhum tipo de informação inteligente ou compatível com qualquer sistema operacional.
Agora, o lendário jogo de tiro foi executado no Bloco de Notas do Windows. Isso mesmo, amigo leitor: aquele mesmo aplicativo que serve para você anotar as suas senhas que podem ser hackeadas a qualquer momento é útil também para jogar um jogo de videogame lançado na década de 1990.
Como isso é possível?
Um youtuber chamado Samperson publicou um vídeo que mostra a sua façanha: rodar o jogo Doom no Bloco de Notas do Windows, o que é considerado desde já uma verdadeira loucura ou aberração tecnológica. Afinal de contas, são dois mundos que jamais deveriam sequer chegar perto de se conversar, mas o excesso de tempo livre de nosso protagonista resultou no que os seus olhos vão testemunhar a partir de agora.
Mas se você não está preocupado em ver os resultados práticos dessa fusão dos infernos, eu posso passar algumas informações que podem ajudar a sanar a sua curiosidade sem comprometer a sua integridade visual no processo.
Todo o processo passa pelo uso de gráficos ASCII como motor de renderização que exibe as imagens a 60 frames por segundo. O youtuber jura que o vídeo publicado não foi acelerado e nenhuma alteração foi feita no código interno do software do Bloco de Notas.
O jogo está bem longe de ser plenamente jogável porque, por motivos que você bem pode imaginar quais são, a execução de Doom no Bloco de Notas do Windows sofre da ausência de uma boa taxa de frames por segundo para a exibição das imagens. Por outro lado, o simples fato dos gráficos do jogo serem construídos com caracteres escritos no editor de texto torna a missão de identificar os elementos do game algo bem difícil.
Mesmo assim, o processo é fascinante. Quase hipnótico, diria eu.
Quem fez isso (pelo amor de Deus)?
Sampeson é uma espécie de desenvolvedor de videogames e, nas horas vagas, criador de experimentos malucos. No seu histórico, ele também está trabalhando na ressureição do Xbox Kinect… de forma ilegal, obviamente. E ele só está fazendo isso porque a Microsoft não tem a dignidade de oferecer o poder para os usuários em modificar ou personalizar o dispositivo do jeito que quiser, e não deixar o periférico cair no esquecimento ou esquecido no churrasco.
Voltando ao nosso amigo Samperson… ele afirma que ainda está polindo o NotepadDOOM (nome oficial de sua implementação do jogo Doom no Bloco de Notas do Windows – e é sempre importante lembrar a todos sobre o que estamos lidando aqui), e ele quer que o jogo seja distribuído para que outros malucos testem a sua solução no conforto dos seus lares.
De acordo com a última atualização que ele fez nas redes sociais, o NotepadDOOM já deve estar disponível para qualquer pessoa quando este artigo for publicado. E eu tenho “quase certeza” que toda a comunidade gaming está esperando por este lançamento que, sem medo de errar nessa afirmação, “tem tudo para revolucionar o mercado de videogames”, além de mostrar mais uma vez que Doom é o tipo de jogo que é um autêntico inimigo dos limites e da aposentadoria.
E é óbvio que o parágrafo anterior possui algumas boas doses de ironia nas aspas mencionadas. Ou você acreditou que em algum momento eu estava falando sério na hora de falar sobre essa combinação bizarra de dois mundos que jamais deveriam se conhecer?
Apenas em 2022 foram reveladas nada menos que 19 formas de jogar Doom em um sistema que não chega nem perto de estar pronto para funcionar com esse jogo. E é claro que os videogames são ótimas formas de se obter entretenimento. Por outro lado, os desenvolvedores estão tentados e desafiados a nos surpreender a todo o custo, colocando os sistemas informáticos no limite de suas capacidades.
E… depois de ver Doom rodando em um teste de gravidez e em uma calculadora da Casio… ver o jogo rodando no Bloco de Notas deixa de ser algo tão absurdo assim.
Viu? Eu não sou uma pessoa que fica muito tempo com a velha opinião formada sobre tudo.