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É oficial: 2022 foi o ano do Linux nos desktops (e eu não estou zoando dessa vez…)

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Desde que o mundo da informática existe e Linus Torvalds apresentou ao mundo as bases do que viria a ser o Linux, muitos entusiastas em tecnologia afirmam categoricamente um mantra que virou meme dentro do segmento: “o ano X será o ano do Linux nos desktops”. E no X, você coloca o ano de sua escolha.

Os anos passaram. A Microsoft jamais teve a sua dominância ameaçada com Windows. O macOS tem o seu nicho de mercado consolidado. E até o Google conseguiu a sua fatia de mercado com o ChromeOS.

Pois bem… 2022 pode ser considerado o ano que matou essa piada, pois dá para dizer que o Linux finalmente deslanchou nos computadores desktops, de alguma forma.

 

Você precisa olhar para os detalhes dos números

Eu sei que os números são frios. Porém, de tempos em tempos, precisamos olhar para os números para compreender alguns detalhes que eles escondem. Pois fatos interessantes podem passar completamente desapercebidos quando não damos a genuína atenção para eles.

No lugar de perder tempo procurando por culpados pelo fracasso do Linux nos computadores, algumas pessoas decidiram observar o comportamento dos usuários ativos. E nesse processo, encontraram evidências do crescimento do sistema operacional em um sentido mais amplo.

Por exemplo, para cada cinco usuários do Linux, existem três sistemas de pacotes e até sete distribuições diferentes ativas. Ou seja, muitas pessoas estão usando mais de um dispositivo com o sistema operacional em casa.

Para os mais leigos, isso também pode indicar uma falta de centralização dessa plataforma, o que prejudica no crescimento de uma distribuição específica.

Acontece que o Linux nunca foi de natureza centralizadora. Ele sempre foi um sistema operacional aberto justamente para oferecer aos usuários a tão desejada liberdade de uso que muitos defendem que a informática deve ter.

Então, quando olhamos para essa fragmentação de distribuições de forma mais ampla e com uma perspectiva periférica, começamos a detectar a enorme quantidade de dispositivos e plataformas que hoje estão funcionado com o Linux.

E é esse o ponto aonde quero chegar para afirmar que, finalmente, 2022 foi o ano do Linux nos desktops.

 

Um crescimento sem interrupções e, agora, mais rápido

Os dados de uma pesquisa realizada pela StackOverflow com desenvolvedores de diferentes plataformas revelam que 2022 foi mesmo o ano do Linux nos desktops.

É importante deixar bem claro que o Linux ainda não é capaz de ameaçar a dominância da Microsoft com o Windows dentro desse segmento, e será muito difícil que esse quadro se modifique a médio e longo prazos.

Porém, o Linux começou a multiplicar o seu crescimento em diferentes tipos de dispositivos informáticos, a ponto de se consolidar na segunda posição dos sistemas operacionais ativos em diferentes categorias de produtos.

E não existem trapaças nos números, já que foram deixados de fora aqueles usuários Linux via WSL (15%) ou que construíram máquinas virtuais para utilizarem esse sistema operacional.

De qualquer forma, os números deixam evidentes esse crescimento. Com mais de meio século de vida, o Linux se manteve em lento e constante crescimento, mas nos últimos anos esse ritmo acelerou.

Entre 2018 e 2021, foi registrado um aumento de 25% no número de dispositivos compatíveis com o Linux. E em 2022, esse salto foi de nada menos que 40,23%.

Isso fez com que já no final de 2021 os dados de uso do Linux já fossem discretamente acima daqueles registrados pelos usuários do macOS. E em 2022, a vantagem para o sistema operacional da Apple foi de nada menos que 9%.

Tá, você pode até dizer que os dados da StackOverflow vem apenas de desenvolvedores, um grupo de usuários onde o Linux tem muita representatividade. Porém, outro segmento que está registrando um expressivo aumento de popularidade do sistema operacional vem de onde o Windows até então tinha uma dominância absoluta: os gamers.

Aproximadamente 1 milhão de pessoas ao redor do mundo começaram a jogar videogame a partir do Linux. E isso aconteceu por causa das plataformas da Steam, principalmente o Steam Deck, videogame portátil que inclui em suas entranhas um desktop KDE completo.

Eu sei que vou sentir falta de tirar sarro dos eternos defensores do Linux que insistiam nessa piada que foi envelhecendo com o passar do tempo. Por outro lado, fico feliz que outras alternativas de software estão aparecendo para deixar o mundo da informática muito mais dinâmico, versátil e democrático.

Confesso que não sou o cara que gosta de usar apenas um sistema operacional. Tenho dispositivos com Windows, Android, iOS e ChromeOS, e me dou muito bem com todos eles. Logo, ver o Linux finalmente prosperar nos desktops é uma maneira de constatar que as minhas escolhas no âmbito informático estavam corretas ou adequadas para o que o mundo como um todo adotaria com o passar do tempo.

E que o Linux reine onde tem que reinar. E a Microsoft que trabalhe para oferecer um Windows melhor para os seus usuários.


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