Press "Enter" to skip to content
Início » Internet » Elon Musk conseguiu acabar com o trabalho remoto no Twitter

Elon Musk conseguiu acabar com o trabalho remoto no Twitter

Compartilhe

Elon Musk segue tocando o terror no Twitter.

Além de demitir 50% dos seus funcionários (e tentar trazer alguns deles de volta porque descobriu que são indispensáveis para o funcionamento da plataforma), tornar a vida daqueles que ficaram um autêntico inferno, realizar adições e remoções de recursos e ameaçar anunciar a bancarrota da empresa, Musk conseguiu algo que era considerado até então intocável na filosofia do Twitter: o trabalho remoto.

Musk, que sempre defendeu o sistema de semiescravidão do trabalho presencial, exigiu que todos voltassem aos escritórios do Twitter para tentar salvar a rede social de um desastre que parece ser cada vez mais próximo e inevitável.

Como se a presença dos funcionários no escritório fosse fazer a diferença…

 

A volta aos escritórios do Twitter

Musk mandou um e-mail durante a madrugada para os funcionários que ainda tinham um emprego no Twitter para anunciar que o trabalho remoto a partir daquele momento estava proibido, com algumas exceções que não foram confirmadas.

Reforçou que o trabalho que estaria por vir era árduo e intenso para se obter o sucesso, e que todos os funcionários teriam que cumprir uma jornada de trabalho presencial de, no mínimo 40 FUCKING HORAS SEMANAIS.

De novo: eu sou dono do meu próprio negócio, e trabalho no máximo 25 horas semanais (ou 20 horas, considerando que a minha semana laboral dura de segunda a quinta).

Musk quis explicar para os seus funcionários mais detalhes sobre a sua posição em relação ao trabalho remoto:

“Basicamente, se você pode aparecer no escritório e não aparece no escritório: demissão aceita. Fim da história.”

E é isso. O fim do trabalho remoto anunciado oito meses antes pelo ex-CEO do Twitter, Parag Agrawal, foi anunciado dessa forma.

 

As reais consequências dessa decisão

Além de acabar com o trabalho remoto, Elon Musk também eliminou a política dos “Dias de descanso” estabelecida por Jack Dorsey em 2020, durante o pico da pandemia, com o objetivo de reduzir o estresse no trabalho. As medidas incluíam a não marcação de reuniões em determinados dias da semana e um dia extra de folga por mês de descanso para cada funcionário.

A visão de Musk e sua falta de sensibilidade em relação às condições laborais no Twitter confirma o que foi dito sobre a situação dos profissionais da Tesla, que chegavam em condições extremas de jornadas de trabalho de 12 horas por dia, 6 dias por semana.

Musk estabeleceu como “prioridade” o desenvolvimento do serviço de assinatura Twitter Blue, onde metade da receita da rede social teria que vir dessa via para que a empresa pudesse sobreviver à iminente crise econômica.

Além disso, o novo CEO do Twitter confirmou os planos em transformar o Twitter em uma espécie de fintech, vinculando o cartão de débito dos usuários para realizar transferências através de mensagens diretas. Outra ideia de Musk é transformar a rede social em plataforma de vídeos similar ao YouTube e ao TikTok, também para capitalizar em cima de produtores de conteúdo e da audiência, em função da publicidade paga nos vídeos.

 

Todos estão (obviamente) preocupados

A ONU publicou uma carta aberta para Elon Musk, solicitando que o empresário respeite os Direitos Humanos em suas decisões no Twitter. Além disso, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que considerava examinar as relações técnicas e colaborativas do magnata sul-africano com o governo da Arábia Saudita, pois isso poderia ser considerado uma ameaça à segurança nacional.

Por fim, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou o lançamento do Laboratório de Proteção Infantil Online, organização que busca proteger a integridade das crianças na internet, mencionando o dono da Tesla e questionando se o Twitter vai proteger os menores de conteúdos e comportamentos perigosos.

A resposta de Musk? Foi: “absolutamente”.

Entendam como quiser.


Compartilhe
@oEduardoMoreira