Que Max Verstappen é o inimigo do entretenimento, todo mundo sabe. E dizer que ele venceu o GP de Mônaco de Fórmula 1 em 2023 é ser redundante. Ou melhor, é “chover no molhado” (sem trocadilhos com as condições climáticas da corrida).
Ver Fernando Alonso chegar em segundo na corrida também é cair no lugar comum. Como o final de semana de Sérgio Pérez terminou no Q1 do treino classificatório, o espanhol acabou ocupando o seu lugar. Em condições normais de temperatura e pressão, ele seria terceiro nessa corrida.
Então, vamos falar do grande vencedor dessa corrida em Mônaco, pois construiu o seu resultado em um Q3 espetacular: Esteban Ocon.
O piloto da Alpine não é um cabeça de bagre. Já tem uma surpreendente vitória no currículo no GP da Hungria, e foi perspicaz para conseguir a terceira posição no classificatório, e assim se manteve até o final da corrida.
Hamilton, que chegou em quarto, não ameaçou Ocon, e prevaleceu por conta das circunstâncias climáticas. George Russell bem que queria tomar a posição do patrão, mas com uma punição a pagar, decidiu sossegar o facho e aceitar a vida como ela é.
E é claro que eu tenho que falar da Ferrari, que conseguiu jogar fora a corrida dos seus dois pilotos porque, mais uma vez, errou na estratégia de pneus, escolhendo compostos médios quando a chuva estava se intensificando. Eu não me lembro de ter visto Carlos Sainz tão furioso, e LeClerc foi um completo invisível na corrida em sua casa.
Confirmado: torcedor da Ferrari sofre mesmo. Tenho pena dessa galera…
E por falar em vida, obras do destino e condições climáticas diversas… o verdadeiro piloto do dia do GP de Mônaco de 2023 foi mesmo São Pedro, que entregou de presente uma chuva com pouco menos de 30 voltas para o final que mexeu com algumas dinâmicas da corrida.
Antes disso, essa procissão chique para milionários estava um saco, onde as principais disputas estavam acontecendo nas últimas posições da corrida. E eu quero aqui deixar o registro e, ao mesmo tempo, o aviso para a dona Netflix.
Sei que eu e essa senhora safada estamos brigados por causa do fim das divisões de contas na plataforma, mas não me custa nada oferecer um conselho gratuito para que ela entregue um pouco de amor e muito entretenimento para aqueles que vão permanecer pagando os elevados valores de mensalidades cobrados pelo serviço de streaming.
Então… dona Netflix… eu imploro: precisamos de um episódio inteiro do Drive to Survive sobre esse GP de Mônaco sob a ótica da Haas.
A equipe completou 150 corridas disputadas, mas tem pouco a comemorar com tudo o que os seus pilotos fizeram na pista. Hulkenberg e Magnussen deram prejuízos enormes, e no processo, se estapearam com Lance Stroll em diferentes momentos.
E antes da chuva acontecer, a diversão só era fornecida pela dupla da Haas, por Stroll e por Logan Sargeant, sendo que este último teve que sobreviver em seu primeiro grande prêmio nas ruas de Monte Carlo.
Devo aqui fazer um registro pessoal sobre essa corrida: eu nunca vi Mônaco tão bonita como esse ano. Como acabou o contrato de exclusividade de transmissão com a TV Monte Carlo, a FIA gerou todas as imagens deste final de semana. E o resultado foi simplesmente espetacular: a mudança mostrou a cidade e a pista por ângulos inéditos, e a mãe natureza ajudou com um final de semana muito ensolarado.
No final das contas, o GP de Mônaco de 2023 foi “bem nutelinha”. Nem teve Safety Car, nem bandeira vermelha… nada. Uma corrida que foi relativamente tranquila, uma procissão na maior parte do tempo, e com alguma emoção por causa da chuva que caiu no final da disputa.
Verstappen está mais líder do que nunca, encaminhando o seu terceiro título mundial de forma sustentável. Pérez quer jogar esse final de semana no lixo e, como bônus nefasto, ainda precisa ficar de olho em Alonso, que está se aproximando na tabela de pontuação.
E é isso. Um conteúdo curto, mas longo o suficiente pro Google perceber que eu existo.
A próxima etapa do campeonato 2023 da Fórmula 1 é o GP da Espanha, no dia 4 de junho. E vou parar de falar agora porque daqui a pouco tem 500 Milhas de Indianápolis, e eu não perco a maior corrida de automóveis do mundo por nada.