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Fui conhecer os Sabores da Coreia em São Paulo

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Decidi deixar a Ilha de Florianópolis por alguns dias para aproveitar duas semanas de cultura, gastronomia e trabalho em São Paulo, a cidade que tanto amo. Chegar até aqui é sempre muito bom. Minha identidade com essa terra é total.

E muito melhor é chegar até aqui e, logo de cara, já ter o que fazer. Ainda mais quando esse algo está relacionado com comida. E… podem me julgar, tá? Eu não me importo. Eu realmente amo comer.

Neste caso, visitei a exposição Sabores da Coreia, que aconteceu no Centro Cultural Coreano no Brasil (Avenida Paulista, 460). E, obviamente, não me arrependi do que encontrei por lá.

 

Não tinha o BTS, mas tinha snacks e miojo apimentado

Bem sabemos que o momento é da Coreia do Sul. Ao longo dos últimos 10 anos, o mundo aprendeu a abraçar as manifestações culturais daquele país com toda a força. Sim, amigo leitor modinha e fã de BTS… o país começou a receber algum tipo de visibilidade na música em 2012, quando o PSY quebrou todos os recordes do YouTube copiando a coreografia da “eguinha pocotó” com o seu Gangnam Style.

Sem ele, seu BTS jamais existiria.

De qualquer forma, o brasileiro, assim como os cidadãos de vários outros países do mundo, abraçou a cultura coreana. E parte dessa cultura está refletida em sua gastronomia. E é por isso que a exposição Sabores da Coreia despertou o interesse de muita gente.

Isso… e porque era o último dia da exposição. Logo, eu mesmo tive que encarar a fila de alguns minutos para entrar no recinto, o que não considero de forma alguma um tempo perdido na minha vida.

Logo na entrada, foi possível apreciar alguns itens que contam um pouco da história e das tradições desse povo, como artefatos para trabalhos manuais e armas construídas a mão. É claro que podemos perceber algumas similaridades com a cultura japonesa, mas é possível detectar as singularidades nos detalhes.

Aliás, enquanto eu estava na fila, pude ouvir algumas pessoas falando sobre a preferência pela cultura coreana no lugar das tradições japonesas. Não tenho essa preferência objetiva, mas pude observar que, de fato, os coreanos buscaram a iniciativa de se abrirem mais para o mundo. E o resultado dessa abertura se reflete nos movimentos culturais que hoje testemunhamos de forma mais clara.

Na prática, a exposição Sabores da Coreia estava mais focada nos produtos que podem ser encontrados com relativa facilidade na Liberdade, tradicional bairro oriental de São Paulo. Ou seja, snacks, salgadinhos e ramen (ou miojo, ou macarrão instantâneo… não quero brigar com as pessoas por causa disso…) de forma majoritária, além de algumas bebidas que estavam diretamente relacionadas com o paladar coreano.

Além disso, as telas de TV ligadas no local exibiam o tempo todo os comerciais coreanos que ajudavam a promover os produtos no país. Tudo bem, eles são engraçados aos nossos olhos. Mas refletem de forma direta como é a visão de mundo deles. É a tradição deles. É o jeito deles. E isso é o que mais importa neste tipo de experiência.

Outra parte boa da visita ao Sabores da Coreia foi ouvir e encontrar diferentes pessoas neste tipo de evento. Desde aqueles que usam o cabelo colorido e uniforme da seleção nacional até pessoas comuns como eu, que só estavam ali interessadas em conhecer um pouco mais sobre essa cultura em ampla expansão em todo o planeta e, é claro, comer alguma coisa de graça.

Quem nunca?

E, antes que você pense que eu saí de casa apenas para ver salgadinhos importados, saiba que a exposição teve o cuidado de indicar em um texto breve qual era a origem de cada produto, acrescentando também o contexto e a relevância que os itens agregam na cultura dos coreanos.

Ou seja, você sai de lá conhecendo um pouco mais do povo da Coreia do Sul a partir de snacks e macarrão instantâneo que estão diretamente conectados com sua história, tradição e costumes. Isso tem o mesmo efeito prático de um coreano aprender sobre nós degustando uma feijoada, uma paçoca, um pé de moleque, um baião de dois, um feijão tropeiro, um acarajé e vários outros pratos tipicamente brasileiros.

 

E a comida? Era boa?

Era boa sim.

Não sei se a fome estava apertando naquela hora do dia (por volta de meio-dia), mas posso dizer que os snacks coreanos são sim saborosos. Não carregam no açúcar ou no sal, e podem ser ótimos aperitivos para se degustar durante um filme ou um jogo de futebol. Talvez o Onion Rings fique na zona do “mais do mesmo”, pois nada mais é do que um Cebolitos com um pouco mais de cebola. Porém, o significado que esse salgadinho tem para eles (pois representa os elos de amizade entre as pessoas) compensa.

Onde os coreanos decidem ser um pouco mais ousados é no macarrão instantâneo, onde a pimenta ficou mais evidente, mas não no ponto de ficar algo insuportável. E eu entendo por que o prato é mais picante: dá para imaginar os coreanos tentando se aquecer em períodos do ano que são muito mais frios.

No final das contas, a visita ao Sabores da Coreia foi perfeita para abrir o apetite e aguçar o meu paladar para o almoço que aconteceria logo depois. Além é claro de aprender um pouco mais sobre uma cultura que está no seu momento mais emergente ao redor do mundo, o que é algo excelente para alguém como eu, que apoia a diversidade e a pluralidade em diferentes campos da vida.

E… não… eu não encontrei com nenhum integrante do BTS, infelizmente. Exceto nas telas de TV que exibiam os comerciais coreanos dos produtos em exposição.

Mas vou terminar o artigo com um videoclipe do BTS, apenas para agradar os fãs da banda que se deram ao trabalho de ler o artigo até o final.


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@oEduardoMoreira