Press "Enter" to skip to content
Início » Aprendeação Igonorante » Influencer quis comer de graça, ameaçou restaurante e perdeu o canal no YouTube por isso

Influencer quis comer de graça, ameaçou restaurante e perdeu o canal no YouTube por isso

Compartilhe

Dica: se você é um influenciador digital, não queira tudo de graça.

Se a empresa, estabelecimento comercial ou parceiro quiser oferecer o produto ou serviço sem qualquer tipo de ônus, tudo certo. E, ainda assim, deixe a sua opinião sincera sobre esse item.

Agora, não caia no ridículo de querer coisas de graça de qualquer empresa ou estabelecimento. Isso pode custar a sua credibilidade na internet.

Ou, no caso que vou abordar neste post, a perda do seu canal no YouTube.

Comer de graça é legal. Mas deixe que o estabelecimento pague a conta. Caso contrário, é sempre melhor colocar a mão no bolso.

 

 

 

Tentou comer de graça e se deu mal

O youtuber espanhol Borja Escalona quis porque quis ter uma refeição de graça, e isso resultou no fim do seu canal no YouTube.

Ele estava na cidade de Vigo, e decidiu gravar um vídeo comendo uma empanada em um bar da cidade. Depois de explicar para os seus 3.700 seguidores (eu mesmo tenho mais inscritos que ele, e não peço coisas de graça na internet) quais são as comidas típicas do local, ele recebeu a conta de 2.35 euros pela refeição.

Escalona não só se recusou a pagar a conta (alegando que avisou antes que só comia coisas de graça, mesmo sendo informado pela garçonete do estabelecimento que isso não iria acontecer), mas ameaçou cobrar do bar suas taxas de publicidade.

Diante de sua audiência, ele ameaçou emitir uma fatura de 2.500 euros pela “promoção” do estabelecimento.

Resultado: vários usuários de internet fizeram pressão, e tanto o YouTube como o Twitch eliminaram os canais de Escalona das respectivas plataformas.

 

 

 

Uma polêmica que mostra vários problemas

Para começar, Borja se valeu da polêmica para ganhar visibilidade, sem falar no seu próprio discurso de ódio nas redes sociais quando enfrenta algum tipo de problema.

A Tapa do Barril, estabelecimento com 50 anos de atividades, foi alvo de muitas críticas negativas de usuários que tentaram defender Escalona, com avaliações negativas no Google para desacreditar o trabalho do restaurante, mesmo sendo pessoas que sequer chegaram perto de experimentar um prato do local.

Muitas pessoas estão espalhando mensagens e discursos de ódio e violência nas redes sociais, e usam “vale tudo pelo clique”. O próprio Escalona foi alvo desse sentimento negativo, recebendo inclusive ameaças de pessoas conhecidas.

 

 

 

O problema do “vale tudo pela fama”

Por outro lado, Borja Escalona conseguiu o que queria… em partes.

Ele não era tão conhecido assim no YouTube, mas foi parar na imprensa de toda a Espanha (e ao redor do mundo) com o episódio. E ele tentou de tudo para ser famoso, pois já entrou de graça em jogos da LaLiga e ameaçou um funcionário do Metrô por não deixar ele entrar sem pagar.

Ou seja, Escalona é a versão light do ReSet, youtuber que deu biscoitos cheios de pasta de dente para moradores de rua, que foi sentenciado a ficar 5 anos sem enviar vídeos para o YouTube.

Aliás, os “influenciadores digitais” que estão tentando a notoriedade através de vídeos estúpidos e polêmicas inúteis estão enfrentando a justiça com maior frequência ao redor do mundo, mostrando que a liberdade de expressão tem sim um limite: quando começa o direito do outro.

Só no Brasil que essa farra do boi acontece, quando um idiota com nome de bicicleta velha defende a criação de partido nazista e entende que quem consome, armazena e/ou distribui pedofilia não é um criminoso.

De qualquer forma, o episódio lá na Espanha levanta mais uma vez a discussão sobre essa mania insuportável que os influenciadores digitais desenvolveram ao entender que contam com o “legítimo direito” de obter experiências gratuitas para mostrar as suas atividades nas redes sociais.

Não é assim que a banda toca. Não é assim que funciona.

É a empresa que tem que oferecer espontaneamente a gratuidade de um serviço ou atividade para o influenciador. Isso não pode ser exigido ou cobrado pelo produtor de conteúdo.

E ter muitos seguidores nas redes sociais não quer dizer grande coisa. Qualquer pessoa pode comprar uma quantidade enorme de usuários no Instagram e em outras redes sociais. Ou seja, nem sempre a publicidade realizada na conta de um influenciador digital se converte em clientes para uma empresa.

Em muitos casos, o pagamento pelos serviços oferecidos para o influencer pode sair bem mais caro do que os lucros gerados para a empresa que investe naquele indivíduo.

Fica a dica para várias empresas que vão ler este post no futuro.


Compartilhe
@oEduardoMoreira