Press "Enter" to skip to content
Início » Tecnologia » Meta e Twitter contam com um grande problema em comum: a falta de motivação dos seus funcionários

Meta e Twitter contam com um grande problema em comum: a falta de motivação dos seus funcionários

Compartilhe

Sabe a ideia que muitas gigantes de tecnologia venderam durante anos que trabalhar nessas empresas é a mesma coisa que viver em um parque de diversões o tempo todo? Pois é, parece que as coisas mudaram um pouco de uns tempos para cá. Ou nunca forma do jeito que venderam para todo mundo.

Twitter e Meta são duas empresas de tecnologia que abandonaram os seus funcionários em massa nos últimos dias, e com a demissão dessa galera vieram os relatos de sistemas de semiescravidão que seus diretores exigiam em suas rotinas de trabalho.

Chegou a hora de olhar com um pouco mais de atenção e com riqueza de detalhes para o que aconteceu com esse paraíso que essas grandes empresas de tecnologia venderam, mas que agora se mostra um verdadeiro inferno na Terra.

 

O Metaverso está matando os funcionários do Meta aos poucos

O Meta (antes conhecido como Facebook) mudou a sua estratégia de forma muito radical, deixando de lado as redes sociais e apostando todas as suas fichas no futuro do Metaverso. E, até agora, essa aposta foi um desastre nos aspectos econômicos, gerando prejuízos que afetaram inclusive parte da fortuna de Mark Zuckerberg.

O resultado disso foi o recente anúncio da demissão de mais de 11.000 dos funcionários do Meta. E boa parte desses funcionários devem agora agradecer pela decisão, pois muitos estavam desmotivados e críticos em relação às decisões tomadas pelo menino Zuck.

Um desenvolvedor de software afirmou de forma anônima no fórum Blind que “o Metaverso nos matará lentamente” e que a estratégia de Zuckerberg vai matar o Meta como um todo, e muitos dos profissionais que hoje estão na empresa trabalham para evitar que a plataforma se transforme em um fórum de críticas inventadas.

Ter que trabalhar com a ideia que os diretores da empresa não fazem a menor ideia do que está acontecendo porque confundem movimento com progresso é desmotivador para qualquer funcionário mais lúcido sobre o que está acontecendo com o Meta.

E essa mesma regra se aplica ao Twitter neste momento.

 

A moral também está baixa no Twitter

As críticas aos últimos movimentos de Elon Musk também são diversas, principalmente sobre a demissão de metade dos seus funcionários e a posterior recontratação de alguns deles.

Um dos engenheiros que voltou ao Twitter após ser demitido comentou no Blind que os demais profissionais que está recontratando são classificados como perigosos e agressivos por estarem desmotivados. Aliás, ele ressalta que esses profissionais podem muito bem se voltar contra Elon Musk em suas tarefas.

Eu nem preciso dizer o que penso sobre as mais recentes decisões de Elon Musk no Twitter, e faço coro com aqueles que entendem que o executivo está afundando o Twitter aos poucos. Mas como estamos falando do cara que é dono da Tesla e da SpaceX, é melhor esperar mais um pouco para ver resultados práticos mais incisivos.

 

A Big Tech está se afogando

Os CEOs das grandes empresas de tecnologia pedem por mais produtividade, procurando maneiras para minimizar as distrações e elevar o nível de produtividade dos funcionários. Enquanto isso, Elon Musk já decidiu que o trabalho remoto está proibido no Twitter, onde os funcionários precisam trabalhar presencialmente por pelo menos 40 horas por semana em seus postos de trabalho.

No Meta, existe uma política de denúncia contra os funcionários com um desempenho ruim, a pedido de Zuckerberg, que deseja aumentar a produtividade e afirmando por diversas vezes que um grupo de funcionários não deveria estar na empresa.

Em todos os casos (talvez com exceção do Google, cujo modelo de negócio ainda é sustentável), é possível ver que as Big Techs estão se afundando e procurando desesperadamente respirar nos aspectos financeiros.

A impressão que fica é que são empresas que cresceram demais, chegaram ao seu topo e agora estão se afundando e se afogando dentro do seu próprio crescimento.

Entendo que a recuperação do Meta e do Twitter passam por um replanejamento e reconfiguração do modelo de negócio das duas empresas, e não pela demissão em massa dos funcionários. O recado de “estamos em crise” é muito mais forte para os investidores e para o mercado do que  o “estamos em reforma” que as duas empresas tentam vender.

Veremos se essa imagem apresentada neste momento é apenas uma impressão equivocada sobre os primeiros sinais de problemas sérios que as duas empresas estão passando pelas decisões aparentemente equivocadas dos seus CEOs, ou se são gênios incompreendidos e que nós não fazemos ideia do que está acontecendo.


Compartilhe
@oEduardoMoreira