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O iPhone Mini morreu, e a “culpa” é nossa

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O iPhone Mini morreu. A Apple oficialmente matou o modelo com a chegada da nova série de smartphones iPhone 14, que deixa de lado a versão compacta para inserir um novo modelo base com tela de 6.7 polegadas, o iPhone 14 Plus.

Eu fiquei com o iPhone 13 Mini por alguns meses e acabei vendendo o telefone porque entendi que o Samsung Galaxy S21 Ultra já era o suficiente para as minhas necessidades. Mas só eu sei o quão difícil foi vender este smartphone.

E a conclusão que eu chego é que o iPhone Mini morreu, e a culpa é nossa. Na verdade, não é culpa. Nós simplesmente queremos telas grandes nos smartphones. E é isso.

 

Uma coisa é não gostar. A outra é querer (e comprar)

A Apple era uma das poucas empresas dentro do setor de telefonia móvel que ainda defendia a existência de smartphones compactos. Com ela, só me lembro a Sony fazendo o mesmo com dispositivos com telas de 5 polegadas (a ASUS tem um Zenfone 9 que é bem legal com 5.8 polegadas, mas ele não é tão compacto quanto o iPhone 13 Mini.

O grande diferencial de Apple e Sony para os demais é que ambas entregavam smartphones compactos top de linha. As outras empresas insistiam em lançar telefones com dimensões diminutas de linhas média ou de entrada, relegando esses modelos compactos ao segundo plano.

Porém, o que manda em um mundo capitalista (e eu sei que serei redundante neste momento) é o dinheiro, e não o desejo das pessoas em comprar um produto. Por mais que os usuários desejassem um smartphone compacto, esse tipo de produto não ia muito bem nas vendas.

Os números podem ser frios, mas são reveladores. O iPhone 13 Mini foi um grande fracasso de vendas, e a Apple é uma empresa que precisa gerar lucro nas suas atividades comerciais. Some os dois fatores, e você já tem um cenário claro o suficiente para explicar a morte dos smartphones compactos na gigante de Cupertino.

Some tudo isso ao fato que o iPhone 12 Mini também ficou bem longe de ser um campeão de vendas, e temos um cenário de abandono dos telefones compactos por parte da Apple mais que justificado.

Por isso, a culpa é sua pela morte do iPhone Mini. Mas não precisa se sentir mal por isso. São apenas negócios.

 

As mudanças começaram no iPhone 6

Na verdade, a outra parte da culpa pela morte do iPhone Mini está nas mãos da própria Apple. Principalmente pelo fato da empresa demorar demais para promover mudanças no tamanho de tela dos seus smartphones.

Afinal de contas, não podemos nos esquecer que a Apple defendeu por tempo demais os telefones com telas pequenas. A empresa só saiu das 4 polegadas nas telas dos seus dispositivos depois do iPhone 5.

Foi apenas em 2014 que a Apple começou a mudar o seu paradigma sobre o tamanho das telas dos seus smartphones, com a chegada do iPhone 6 (4.7 polegadas) e do iPhone 6 Plus (5.5 polegadas). E aqui, foi um caminho sem volta, basicamente.

Neste ponto, a Apple estava dando o braço a torcer que os usuários realmente queriam smartphones com telas de grandes dimensões. E aqui, podemos dizer que a Samsung tem algo a ver com isso, já que lançou o Samsung Galaxy Note bem antes da chegada da série iPhone 6, em 2011.

E eu nem preciso dizer que as vendas do iPhone 6 e iPhone 6 Plus simplesmente dispararam tão logo os modelos chegaram ao mercado.

Agora, em 2022, tudo indica que a Apple reconheceu o seu erro estratégico, e retirou do mercado o iPhone Mini. Em termos práticos, poucas pessoas vão sentir falta da versão compacta desse smartphone, e quem quer ter um telefone compacto com iOS terá que se contentar com a versão padrão com tela de 6.1 polegadas.

Ou seja, a Apple não eliminou uma versão Mini no seu portfólio de smartphones. Apenas reposicionou essa ideia para o iPhone 14, que é o menor dos telefones hoje oferecidos pela empresa.

Agora, vamos ver como o restante do mercado, que tende a ser uma “Maria-vai-com-as-outras” quando se trata da Apple, vai reagir diante da morte do iPhone Mini que, muito provavelmente, não vai voltar a dar as caras na gigante de Cupertino.

Será que a Sony finalmente vai desistir de lançar smartphones compactos e potentes? Ou a ASUS vai abandonar o seu interessante Zenfone compacto?

Aguardemos.


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@oEduardoMoreira