Hora de falar de coisas que não existem, mas que temos evidências claras de sua materialidade em nosso mundo. Mesmo que, neste caso, a conversa esteja diretamente relacionada ao software, que não é algo necessariamente material e que está com as suas vendas físicas em extinção.
Enfim, tenta me acompanhar aqui, que não é difícil de entender.
O Windows 9 é como 29 de fevereiro de 2020: ele existe, mas não existe oficialmente. Afinal de contas, o ano bissexto é algo oficial, mas nunca entra nas contas oficiais de fevereiro porque só acontece de quatro em quatro anos.
Ou seja, parecia algo óbvio pensar no Windows 9 quando olhamos nas sequências lógicas dos sistemas operacionais da Microsoft, tanto na numeração do software como do calendário, mas ambos não existem em uma realidade prática. E temos que lidar com isso.
Com o passar dos anos, muitas teorias sobre o Windows 9 apareceram. Porém, nenhuma delas explicou por que a Microsoft saltou do 8 (ou 8.1, como queiram) para o 10, deixando uma lacuna evidente na numeração.
O Windows 9 nunca existiu oficialmente, mas sempre esteve em nossas vidas, inclusive aparecendo em algumas documentações oficiais da própria Microsoft. E vamos tentar explicar o que aconteceu com essa numeração bagunçada neste caso.
As teorias em torno do Windows 9
O senso comum indicava que a Microsoft iria trabalhar no Windows 9 depois do lançamento do Windows 8.1. Porém, em algum momento, a empresa decidiu saltar direto para o Windows 10, deixando muitos usuários sem entender se a gigante de Redmond estava consultando especialistas em numerologia ou se a empresa simplesmente queria que pessoas como eu produzissem conteúdos sobre o assunto, tal e como estou fazendo neste momento.
A partir de agora, vou compartilhar com você algumas das teorias formuladas ao longo dos anos sobre a inexistência do Windows 9.
Depois da péssima acolhida ao Windows 8, a Microsoft pegou todo o trabalho até então desenvolvido para o Windows 9 e jogou tudo no Windows 8.1, na tentativa de limpar um pouco a imagem do sistema operacional. Por causa disso, o salto para o Windows 10 foi inevitável.
E para quem não era vivo na época, saiba que o Windows 8 foi uma das piores versões de sistema operacional que a Microsoft lançou em sua história. Bom, na verdade ele não era tão ruim assim. Ele só não foi tão bem recebido e compreendido como a gigante de Redmond esperava. Quem sabe ele não estava alinhado para o que o mundo da informática estava propondo.
Outras teorias indicam que tudo o que seria o Windows 9 se transformou em atualizações do Windows 8.1. Já tem aqueles que afirmam que a decisão para o salto direto para o Windows 10 foi do pessoal do marketing da Microsoft, pois a ideia era marcar um forte ponto de separação em relação ao Windows 8.
Por fim, a última teoria plausível para o salto direto para o Windows 10 estava no fato que o número 9 poderia causar alguns problemas em alguns aplicativos mais antigos, que poderiam confundir o Windows 9 com Windows 95 ou Windows 98.
As evidências que o Windows 9 existiu
As provas da existência do Windows 9 aparecem nos dias de hoje. Por exemplo, o @XenoPanther detectou vestígios desse sistema operacional na Build 22567 do Windows 11, que está no canal Dev do Windows Insider.
Na informação compartilhada por ele, o código menciona o seguinte:
“Compilar os blocos necessários para a coleta de dados do Windows 8, Windows Blue e alguns sistemas com Windows 9.”
Durante um tempo, o nome de código do Windows 8.1 foi Windows Blue. Ou seja, pela lógica, a Microsoft chamava internamente o Windows 10 como Windows 9.
Por outro lado, existe a possibilidade de um código similar ser destinado de forma específica para o Windows 10, o que reforça a teoria que o Windows 9 foi na prática o Windows 8.1, em forma de atualizações.
Seja como for, o Windows 9 existiu sim. E existe até hoje, já que está no DNA das versões mais recentes do Windows.
A Microsoft precisava de um Windows 9?
Talvez sim, talvez não. É difícil dizer.
Quem sabe seja mais válido levantar questionamentos hoje sobre a validade do Windows 11, mesmo com todas as novidades que a versão apresenta. Muitos usuários estavam felizes com o Windows 10, e hoje precisam lidar com certas inconsistências e perdas de autonomia de bateria nos computadores portáteis em função da nova versão do sistema operacional.
O que sei é que, na época, muitos usuários estavam muito insatisfeitos com o Windows 8, e a Microsoft precisava marcar um ponto de mudança muito forte para convencer essas pessoas a aderirem para uma nova versão do sistema operacional. E a empresa fez de tudo para que o maior número possível de computadores migrasse rapidamente para o Windows 10.
Não sei se o poder de convencimento da gigante de Redmond seria tão forte a ponto de fazer com que todos adotassem em massa o Windows 9. O trauma com o Windows 8 era enorme, e as diferenças precisavam ficar mais claras ou acentuadas no sistema operacional.