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Ou a Samsung se coça, ou perde a liderança. Fato!

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A Samsung precisa começar a se coçar para não perder a liderança global no mercado de smartphones. E eu estou falando isso em dezembro de 2018, não apenas para erguer a placa do EU JÁ SABIA quando isso acontecer, mas também para deixar bem claro que não sou um profeta do Apocalise, e sim alguém que decidiu olhar para os lados e observar as movimentações do mercado.

Dois sintomas bem claros que a Samsung corre o risco de perder esse controle de mercado global. E são sintomas bem claros e (sem trocadilhos) sintomáticos.

O primeiro deles está no mercado chinês. O avanço das marcas chinesas como Xiaomi e Huawei, que cada vez mais mostram que “santo de casa faz milagre sim”, com uma consolidação sustentável. Sem falar no movimento de contração do próprio mercado chinês como um todo, apesar de vendas de 100 milhões de unidades.

Olhando de forma mais detalhada para os números da Samsung na China, a marca não vai bem onde mais deveria lucrar: nos modelos top de linha. A família Galaxy S é responsável por apenas 1% dos 100 milhões de unidades vendidas. E isso é preocupante porque este é simplesmente o maior mercado global. E a prova que as coisas estão piores é o recente anúncio do fechamento de uma das fábricas da empresa naquele país, o que aponta para uma clara redução de investimentos. A linha de produção em Tianjin empregava 2.600 pessoas e era responsável pela produção de 36 milhões de smartphones da marca por ano.

Até pode ser que a Samsung optou por racionalizar a distribuição dos seus recursos, com uma política de deslocar esses funcionários para a outra fábrica chinesa da marca, que é maior. Mesmo assim, é uma mostra clara que a empresa está ciente que Xiaomi e Huawei estão fortes no país, e que precisam fazer alguma coisa para mudar este cenário.

Já o segundo sintoma que a Samsung pode mesmo perder a liderança do mercado de smartphones a médio prazo é a insustentabilidade da marca no segmento de linha média. E, de novo, as responsáveis por isso estão no mercado asiático: Xiaomi, Huawei, OnePlus e outras.

Vários relatórios de análise de mercado apontam para o mesmo cenário: a Samsung é líder, mas não faltam alternativas cada vez mais válidas, especialmente no segmento de linha média. A linha Galaxy A possui modelos que custam praticamente o mesmo que modelos com características top de linha de outros fabricantes, como OnePlus 6, OnePlus 6T e Xiaomi Pocophone F1.

A queda nos volumes de vendas da Samsung na linha média é perceptível, ao mesmo tempo que os modelos da marca nesse segmento se apresentam como um tanto quanto genéricos. Isso quando ultrapassam o absurdo de contar com um hardware de entrada com preço de linha média premium (beijo, Galaxy A8) ou por contar com câmeras demais de forma desnecessária (beijo, Galaxy A9).

Sem falar que são dispositivos que deixam de receber atualizações de software depois de um ano, um paradigma que a Samsung até tenta mudar, mas é algo que está muito arraigado na percepção geral.

Nesse aspecto, o Xiaomi Pocophone F1, que é uma quebra de paradigma, mais atrapalha do que ajuda. O modelo não é um top de linha como um todo, por conta de acabamento, tipo de tela e sensores de câmera de qualidade inferior, mas as suas especificações técnicas são, e derrubam qualquer argumento a favor da linha Galaxy A.

Em resumo: apesar de muitos fabricantes considerarem o Pocophone F1 uma ofensa, eles terão que lidar com isso com maior frequência. E a Samsung vai ter que se reorganizar em 2019 para que a profecia da Huawei não se faça cumprida em 2020.


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@oEduardoMoreira