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Primeiras Impressões | Siberia (NBC, 2013)

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O que acontece quando um reality show dá muito errado? Essa é a pergunta que a NBC quer que você saiba a resposta com Siberia. Ou melhor, que você inclusive ajude a NBC a responder o que vai acontecer com essa nova proposta de entretenimento televisivo. Sim, entretenimento. Afinal de contas, quer mais entretenimento do que ter uma série roteirizada em formato de reality show? Impossível!

De criação de Matthew Arnold, Siberia simula a experiência de um reality show no esquema “Survivor wannabe”, onde 14 pessoas de diferentes origens e personalidades são mandadas para um dos locais mais inóspitos da terra, o deserto da Sibéria. Lá, eles vão ter que recriar a experiência de uma comunidade que viveu por lá há 100 anos atrás, mas que misteriosamente desapareceu, deixando apenas os vestígios que ali tinha gente.

A diferença de Siberia (o reality show fictício) para Survivor (um dos melhores realitys de todos os tempos) é que o primeiro basicamente não tem regras. O objetivo final é sobreviver ao inverno rigoroso da região. O vencedor (ou vencedores) é (são) aquele(s) que prevalecer(em) durante o período de permanência no alojamento. Não há eliminações. Há alguns desafios que serão apresentados ao longo do período (sem falar no desafio de ser obrigado a conviver com pessoas diferentes de você).

Até aí, tudo bem. Os problemas realmente começam quando um dos participantes se dispersa do grupo, e é encontrado morto, em situações misteriosas (e como não?), assim como um dos cinegrafistas é encontrado gravemente ferido.

Mas calma: o mais bizarro vem agora. A decisão do programa continuar ou não… é dos participantes que restaram!

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Olha, como explicar… pra começar, não podemos dizer que a NBC não está tentando nada de diferente para nos surpreender. Siberia é, de fato, diferente de tudo o que temos na TV, apesar de entender que seria mais fácil fazer um reality competition de verdade (mas sem a parte da morte misteriosa, que fique claro). E, se você apresentar o piloto da série para alguém que nunca viu um episódio de Survivor na vida, sem falar absolutamente nada sobre do que realmente Siberia se trata, as chances dessa pessoa acreditar que se trata de um reality e não de uma série roteirizada são grandes.

Porém, para aqueles que já viram os programas reais do gênero, alguns problemas são detectados. O primeiro deles está na atuação dos “participantes”, que é um pouco engessada para a espontaneidade que a proposta pede. Em alguns momentos, as caras de medo e pânico que alguns dos atores demonstram nos lembram que “sim, é um programa pré-produzido, com atores que não sabem atuar direito”, e isso mata um pouco da experiência.

Outra coisa está no principal plot da série. Em um mundo perfeito, quando uma morte acontece durante as gravações de um reality show, a produção é simplesmente paralisada naquele momento, sem questionar aos demais participantes se “o show deve continuar”. Isso aconteceu recentemente em uma versão francesa do Survivor. Logo, eu até compreendo que eles precisavam colocar um mistério intrigante na série para segurar a audiência. Mas falta a devida verossimilidade na solução apresentada (não sabe o que é “verossimilidade”? O Google está aí para te ajudar!).

Deixando isso de lado, Siberia até que tem uma proposta interessante. Tem um piloto meio arrastado, mas não é um desastre. Como boa parte das séries da NBC, vai precisar de um milagre para se salvar do cancelamento (tem uma audiência de menos de 3 milhões de espectadores), mas pode ser um bom placebo para quem está sentido falta de Survivor. É só não tentar comparar muito as duas propostas, e se lembrar sempre que “estamos diante de uma série roteirizada da NBC”, que tudo pode dar certo para você. Talvez. Não sei.


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@oEduardoMoreira