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Primeiro de abril, dia do jornalista

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O primeiro de abril sempre foi sinônimo de piada no Brasil, mas como os ânimos estão acirrados pelas questões políticas, o brasileiro médio decidiu encontrar um bode expiatório para a data. Enquanto uma parte chamou o primeiro de abril de #BolsonaroDay (e depois os minios tentaram reverter isso para #LulaDay, o que também acho válido pois ambos estão no mesmo grupo), eu vi nas redes sociais alguns ataques aos jornalistas, pois agora todo mundo acha que aqueles que estão nessa categoria de profissionais são mentirosos.

Eu quero aqui agradecer aos ovos podres que foram atirados em minha direção ao longo de todo o dia de ontem, primeiro de abril.

Não dá para fazer um omelete, mas ao menos eu sei como é o cheiro do chorume dos caluniadores. Eu tenho pena de um povo (e até de um governo) que descredencia a imprensa, pois o pensamento irracional de achar que tudo o que é divulgado e denunciado não passa de fake news faz com que (de novo) a tia do Zap Zap tenha mais crédito do que eu.

Sim. Aquela tia velha que acreditou no kit gay e na mamadeira de piroca.

O Brasil já é um país sem memória. Ver pessoas exaltando ditaduras que torturaram e mataram pessoas (e, de forma bem hipócrita, criticando o que acontece na Venezuela e pendido uma intervenção lá) já é de uma tristeza enorme, pois constatamos claramente a pobreza de espírito do coletivo, que não passa de uma massa de alienados que só querem saber de defender de forma cega o seu posicionamento político.

Agora, ver que um povo descredencia a imprensa… é a confirmação que a irracionalidade atingiu a todos, e não escolhe raça, cor, credo ou classe social.

Sinceramente? Eu não me importo muito de ser chamado de mentiroso. Muito provavelmente eu já menti para você em algum texto, mas você nem percebeu porque estava aí brincando de cientista político quando nem sabe que o Nazismo é de direita (sim, essa é a informação correta, e se você pensa o contrário está errado). Provavelmente já menti sobre tecnologia, música, games, esportes e exoterismo. Mesmo porque eu nunca escrevi sobre exoterismo nesse blog.

Mas você não se importa. Porque muito provavelmente você chamou jornalista de mentiroso, ao mesmo tempo que acreditou que entraríamos em uma nova política a partir de 1 de janeiro de 2019. Que pena que Rodrigo Maia fez você perceber que estava errado, e agora você passa vergonha alheia por isso.

De fato, o jornalista virou “persona non grata”. Virou o inimigo, e dos dois lados. E eu acho ótimo que seja assim, pois pelo menos dessa forma eu sei que estamos no caminho certo: o da imparcialidade. Podemos bater em Chico e em Francisco com a mesma facilidade. Podemos criticar direita e esquerda. Apple e Samsung, Bolacha e Biscoito.

Podemos bater em Jair e em Luís Inácio.

Podem me chamar de mentiroso. Eu não ligo. Porque minhas ações falam mais do que mil palavras.

E todas as vezes que eu me sentar diante do computador para escrever as verdades, o simples fato de digitar vai falar mais por mim. Eternizando ideias, pensamentos e histórias. E impedindo que as mentes dispostas a conhecer a verdade caiam no vácuo da ignorância e da alienação.

Sim. Primeiro de abril. Dia do jornalista.

Muito obrigado pelos ovos podres.

P.S.: O Dia do Jornalista é comemorado em 7 de abril… apenas para deixar bem claro.


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@oEduardoMoreira