Press "Enter" to skip to content
Início » Aprendeação Igonorante » Prometer o trabalho remoto e não cumprir?

Prometer o trabalho remoto e não cumprir?

Compartilhe

Nos últimos anos, o trabalho remoto ou home office tem se tornado cada vez mais comum em empresas ao redor do mundo. E esse cenário só se intensificou durante a crise sanitária global que todos nós enfrentamos a partir de março de 2020.

No entanto, muitas organizações estão agora exigindo que seus funcionários voltem à rotina de trabalho presencial, o que nem sempre é bem recebido pelos empregados. Esse movimento tem gerado protestos e insatisfação entre aqueles que se adaptaram à flexibilidade do trabalho remoto.

Não é legal mentir para a pessoas. E mentir para profissionais que decidiram mudar tudo na vida em nome de uma oferta de emprego é algo ainda pior.

 

Exemplos de empresas que “mudaram de ideia”

Um exemplo dessa tensão ocorreu recentemente na gigante do varejo online, Amazon. A empresa enfrentou manifestações de seus funcionários, porém, optou por não levar em consideração suas reivindicações.

Alguns colaboradores da Amazon afirmaram que decidiram mudar de cidade, venderam suas casas e compraram novas residências distantes dos escritórios, com base na afirmação do CEO de que o trabalho remoto seria uma prática duradoura. Agora, esses mesmos trabalhadores são obrigados a desfazer seus planos de vida.

Situação semelhante ocorreu na Farmers Group, uma empresa de seguros dos Estados Unidos, onde os funcionários foram instruídos a retornar ao escritório pelo menos três dias por semana a partir de setembro. Essa mudança de política desencadeou uma revolta entre os trabalhadores, que ameaçaram renunciar em massa ou se sindicalizar.

O jornal The Wall Street Journal teve acesso a uma plataforma interna de comunicação da empresa, na qual mais de 2.000 comentários de funcionários foram registrados, expressando insatisfação com a decisão.

Muitos dos colaboradores que se manifestaram na plataforma alegaram estar considerando deixar seus empregos ou formar um sindicato. Eles afirmam terem sido contratados sob a promessa de que o trabalho remoto seria mantido no futuro. Além disso, alguns revelaram ter tomado decisões financeiras importantes, como vender suas casas e mudar para outra cidade com base nessa promessa (tal e como aconteceu com os profissionais da Amazon), e agora se sentem enganados.

O CEO da Farmers Group, Raúl Vargas, que assumiu o cargo em janeiro, anunciou no mês passado a nova política de trabalho, exigindo a presença dos funcionários no escritório três dias por semana. No entanto, uma porta-voz da empresa afirmou que a decisão de adotar um modelo de trabalho híbrido ainda está em vigor e que os funcionários têm um período de três meses para se adaptarem e fazerem os ajustes necessários.

 

Um problema na contramão do progresso

O conflito entre empresas e funcionários em relação ao retorno ao trabalho presencial reflete a complexidade dessa transição. Muitos trabalhadores apreciam os benefícios e a flexibilidade proporcionados pelo teletrabalho, enquanto as empresas podem ter preocupações com a colaboração, a cultura organizacional e a supervisão. Encontrar um equilíbrio entre as necessidades das organizações e a satisfação dos funcionários pode ser um desafio crucial para o sucesso e a produtividade futura.

À medida que o debate sobre o futuro do trabalho continua, é essencial que as empresas considerem cuidadosamente as expectativas dos funcionários e comuniquem de maneira transparente sobre suas políticas. Promessas não cumpridas podem levar a um clima de desconfiança e insatisfação, com consequências negativas para o engajamento e a retenção de talentos.

Sem falar nas questões legais pelo não cumprimento de termos previstos em contrato, o que deve resultar em discussões sobre o tema também neste aspecto.

Da minha parte, não abro mão do trabalho remoto ou do home office na minha vida. Faço isso há 15 anos, e para algumas funções laborais, não vejo qualquer tipo de sentido o trabalho presencial. E qualquer tentativa em impedir o progresso neste aspecto é algo inútil.


Compartilhe
@oEduardoMoreira