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Que fim levou o Ares Galaxy?

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Este post é para conversar um pouco sobre um dos lendários softwares de compartilhamento de arquivos na internet, o Ares Galaxy. Ele foi um dos pioneiros dentro do segmento P2P (peer-to-peer), o que permitiu que uma geração inteira recebesse no seu computador os novos episódios de Lost poucas horas depois do seu lançamento nos Estados Unidos.

O Ares Galaxy era um dos softwares que deixava esse compartilhamento de arquivos algo realmente muito simples. E foi justamente essa simplicidade o grande segredo do seu sucesso. Não era tão cômodo, rápido e acessível que abrir a Netflix e selecionar um filme do catálogo, mas entregava os filmes e séries de TV de graça, e isso bastava para a época.

E, antes de continuar, deixo claro que o Ares Galaxy não tem absolutamente nada a ver com aquela série de smartphones daquela fabricante coreana que não vou citar o nome porque ela não está me pagando absolutamente nada para produzir este conteúdo.

 

Simples e bem-sucedido

O Ares Galaxy nasceu em torno de 2002, quando o P2P era a sigla do momento por causa de plataformas como Napster ou Kazaa. Ele era fácil de instalar, tinha uma interface simples e seus arquivos eram baixados com relativa rapidez. E com essa combinação de fatores, seria muito difícil dar errado no mercado.

A primeira grande mudança do Ares Galaxy aconteceu em 2005, quando o seu código foi liberado sob a licença GPL. Ele se tornou um software livre para (muito provavelmente) evitar os problemas legais que plataformas como o Napster enfrentaram em um passado não muito distante. Ao mesmo tempo, ele seguia aproveitando o crescimento das redes P2P, o que fez com que ele ganhasse uma popularidade comparável ao do Emule.

No Ares Galaxy, você poderia copiar para o seu computador um enorme universo de conteúdo, incluindo músicas, episódios de séries de TV, filmes, jogos de videogames… e, obviamente, uma quantidade obscena de vírus, o que fez com que alguns softwares de segurança o detectassem como uma ameaça a ponto de impedir a sua instalação no sistema operacional em algumas oportunidades.

Algumas mentes mais maliciosas modificava o código interno do software para criar algumas variantes com adware ou malware, que rapidamente circulavam entre os usuários por causa da popularidade do software principal. Isso fez com que a imagem do Ares Galaxy acabasse um pouco arranhada, o que comprometeu em partes o seu legado na história recente da internet.

 

O legado do Ares Galaxy

Mesmo com todos os problemas detectados no seu final de ciclo, o Ares Galaxy se tornou um dos mais populares softwares de compartilhamento P2P do seu tempo, ocupando um lugar importante na história da internet moderna. Dentro do seu segmento, ele está ao lado de outros programas lendários como o eMule, LimeWire ou SoulSeek.

Aliás, o Ares Galaxy é tão importante, que enquanto ele prosperava, as bases para o nascimento do Spotify eram assentadas, e contavam neste software de compartilhamento P2P uma de suas maiores inspirações. Hoje, bem sabemos que são novos tempos. Mas a essência desse software permanece viva em outros programas.

Os novos tempos não querem dizer que softwares de compartilhamento P2P como Ares Galaxy, SoulSeek ou eMule estejam mortos. O nosso protagonista deste post é um dos vários softwares do passado que ainda podem ser baixados e instalados sem maiores problemas e, dessa forma, os mais curiosos podem descobrir mais detalhes do seu funcionamento.

Ao mesmo tempo, os mais nostálgicos ficam se lembrando dos finais de semana ocupando a linha telefônica da mãe com as chamadas de pulso único para pagar o valor de uma única ligação para manter o computador conectado na internet o tempo todo.

Tudo bem que instalar o Ares Galaxy hoje não é a mesma coisa que foi em 2005, pois o volume de conteúdos disponíveis hoje nesta rede é muito menor. Mesmo assim, ele ainda é atraente o suficiente para ser um excelente exercício de nostalgia para os usuários mais veteranos.

Eu realmente não sei se vou instalar o Ares Galaxy nos meus computadores em algum momento no futuro. Estou mais propenso a acreditar que o passado tem que ficar lá atrás, e ter um olhar voltado para o futuro é algo fundamental.

Por outro lado, olhar para o passado de tempos em tempos é uma forma de compreender o presente e, com alguma sorte, mudar a dinâmica do futuro, que pode ser mais promissor, dependendo do campo de atuação que estamos falando.

No caso do compartilhamento de conteúdo, o mundo é bem mais dinâmico que pensar de forma simplória que a pirataria acabou e que o streaming é o futuro. A prova disso é que a tão criticada pirataria está voltando, pois as plataformas de conteúdo por demanda simplesmente perderam a noção, deixando mais caro o pagamento de todas as plataformas do que a mensalidade da TV por assinatura.

Está percebendo como a conta não fecha?


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@oEduardoMoreira