Cassie é um robô bípede desenvolvido pela Oregon State University. Ele seria um robô como outro qualquer, que repete os planos da Boston Dynamics de escravização da humanidade, se não fosse o fato dele bater o recorde mundial dos 100 metros rasos para uma máquina com as suas características.
E eu nem sabia que existia um recorde para isso. Mas como o Livre Guinness registra todo e qualquer tipo de insanidade como recorde mundial… por que não?
Vamos tentar entender melhor o que aconteceu aqui, e tentar descobrir se esse robô consegue correr mais rápido do que eu e você, uma vez que nós escolhemos ter uma vida mais sedentária.
Usain Bolt não precisa se preocupar
Antes de continuar, é importante deixar claro que o Cassie não é páreo para nenhum ser humano, nem mesmo para um cara como eu, que passa o dia sentado escrevendo posts engraçadalhos para blogs que (quase) ninguém lê.
Este robô bípede realmente bateu o recorde mundial dos 100 metros rasos para um equipamento dentro de sua categoria. Porém, ele fez o percurso em 24 segundos e 73 centésimos.
Para um robô com duas patas, é um baita tempo. Mas não é um tempo que supera o meu sedentarismo. Muito provavelmente a sua avó consegue fazer um tempo menor do que esse nos 100 metros rasos.
De qualquer forma, não deixa de ser um feito interessante para uma máquina programada para andar e nada mais.
Inteligência artificial programada para correr
O robô Cassie é basicamente um corpo com duas pernas mecânicas. Ele sequer conta com câmeras e sensores, e se vale dos recursos de uma Inteligência Artificial para fornecer o sentido de equilíbrio e movimento dos motores para o seu deslocamento.
O mais curioso dessa máquina é que ela se move como um avestruz. E o motivo é bem simples: este é o animal bípede mais rápido que existe. Consegue inclusive ser mais veloz que os humanos (e eu aposto que você não sabia disso).
A IA do Cassie permite que ele corra em qualquer tipo de terreno, se adaptando automaticamente ao tipo de piso onde ele está, dispensando inclusive um teste prévio no terreno em questão.
Originalmente, o robô foi concebido para correr longas distâncias com um baixo consumo de bateria. Aliás, o Cassie também tem o recorde de ser o primeiro de sua espécie a correr 5 quilômetros em 53 minutos com uma única carga.
Agora, com a ajuda do machine learning, a IA se adaptou para correr os 100 metros rasos na maior velocidade possível. E isso é um feito para uma tecnologia que está acostumada a utilizar imagens e sons.
Particularmente, me agrada mais este tipo de abordagem dos robôs do que os experimentos aterrorizantes da Boston Dynamics, que certamente será a responsável pela escravização de toda a humanidade.
Mesmo assim, entendo que é melhor os velocistas humanos começarem a colocar as sapatilhas de molho, pois deve ser uma questão de tempo para ver esses robôs nos superando em competições tradicionais.
Mesmo que esse tempo seja bem mais longo do que o esperado ou desejado. Afinal de contas, o Cassie é inspirado no avestruz. E se o animal já corre mais rápido que os humanos, imagine o que as máquinas vão fazer quando dominar o paranauê da corrida.