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Shaan Pruden mudou para mudar a Apple

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A trajetória de profissionais que dedicam décadas de suas vidas a uma mesma empresa é, invariavelmente, uma narrativa que cativa a curiosidade dos leitores, sobretudo quando se trata das gerações mais jovens, como os millennials e a Geração Z.

O fenômeno se torna ainda mais interessante quando se insere no contexto gigantes da tecnologia, que constantemente buscam atrair e reter o melhor talento do mercado. A Apple não é exceção, obviamente.

Entre os corredores da empresa de Cupertino, encontramos inúmeras histórias, algumas delas protagonizadas por figuras de grande relevância. Uma dessas histórias é a de Shaan Pruden, Diretora Sênior de Gestão de Associações e Relações com Desenvolvedores da Apple, uma figura que exerce um papel de extrema importância na linha de desenvolvimento de produtos da empresa.

 

O velho e o novo convergindo

Recentemente, a Apple anunciou a busca por novos talentos para integrar sua equipe de desenvolvedores de jogos. Essa iniciativa tem como principal objetivo levar títulos de qualidade para os dispositivos iPhone, iPad, Mac e Vision Pro.

O que isso significa no dia a dia de Pruden? Significa um constante diálogo com desenvolvedores de diferentes partes do mundo, oferecendo suporte e orientação. Nas palavras dela, seria como atuar como uma “conselheira de produtos”, embora os produtos em questão não sejam da Apple, mas sim criações de terceiros que podem (e devem) ter um bom desempenho nos dispositivos da empresa.

E é correto dizer que o papel de Pruden na Apple é mesmo semelhante ao de um mestre Jedi dentro do universo Star Wars. Afinal de contas, ela tem experiência de sobra dentro dos corredores da gigante de Cupertino e testemunhou como a empresa ficou nos seus períodos mais complexos, sem e com a presença e a influência de Steve Jobs.

 

O que a história de Shaan Pruden pode nos ensinar?

A história de Shaan Pruden na Apple remonta a 1984, quando o primeiro Macintosh cativou sua atenção e despertou a convicção de que, de alguma forma, precisaria fazer parte daquela empresa. Com formação em ciências da computação pela Universidade de Victoria, sua jornada profissional teve início como analista de sistemas no Instituto de Tecnologia do Sul de Alberta, no Canadá, onde utilizou as máquinas Macintosh no ambiente acadêmico.

Em 1989, uma reviravolta no destino a levou a aceitar um cargo na Apple Canadá, mesmo que a mudança de local não fosse sua primeira opção. A época marcava a ausência de Steve Jobs na empresa, e os problemas eram de conhecimento público. Provavelmente esse não seria o local que a maioria dos profissionais gostaria de estar na época.

No entanto, o rumo de sua carreira se redefiniria com o retorno do icônico cofundador da Apple. Quatro anos após ingressar na empresa, Pruden tomou uma decisão importante: mudar-se para a sede da empresa em Cupertino, na Califórnia. Lá, seu papel principal passou a ser a gestão das relações com os desenvolvedores, uma tarefa árdua, mas fundamental para a nova fase que a empresa iria passar com Jobs de novo no comando.

A carreira de Pruden acompanhou momentos cruciais da história da Apple, desde o renascimento de Steve Jobs na empresa até o lançamento do iPhone e o fenomenal sucesso da App Store.

Sob a liderança de Shaan Pruden, a Apple Developer Academy ganhou vida, formando quase 5.000 estudantes. Além disso, mais de 103.000 aplicativos e 10 start-ups foram criados na App Store em sua passagem dentro desse setor.

 

Reconhecimento no grande palco

O tempo passou, e todo o trabalho de Shaan Pruden foi reconhecido pela Apple.

Em 2018, ela teve a oportunidade de subir ao palco durante o lançamento de uma nova geração do MacBook Air, descrevendo o dispositivo como um “pedaço de cristal mágico”, capaz de se adaptar às necessidades de cada usuário. Sim, é uma fala meio exagerada, mas ao menos ela teve a chance de se expressar no palco principal de um evento da Apple, e não é todo mundo que consegue isso.

Aliás, ela levou quase 35 anos para receber essa honraria que poucos dentro da Apple receberam.

Mesmo que sua atual função não envolva programação, Pruden acredita que compreender os fundamentos dessa atividade é uma habilidade essencial. Ela argumenta que, em uma era em que o software permeia todas as áreas da vida (desde eletrodomésticos a carros), é vital para um indivíduo curioso compreender como essas tecnologias funcionam e como construí-las de forma adequada e funcional para os mais diferentes produtos.

É a liderança de Shaan Pruden que faz com que a Apple continue a investir na formação de novos talentos e na promoção da educação tecnológica. Dessa forma, a empresa segue colaborando com universidades e criando oportunidades para o desenvolvimento de habilidades que hoje são consideradas cruciais em um mundo cada vez mais digital.

 

Uma decisão que muda tudo

É curioso ver como a tal da “teoria dos pontos” de Steve Jobs mais uma vez se torna efetiva.

Jobs defendeu uma vez que uma decisão que aparentemente não faz sentido em um tempo presente se conecta a um evento no futuro que justifica essa escolha. E quando Shaan Pruden decidiu ir para Cupertino, ela certamente não projetou a volta daquele que transformou a Apple em uma marca icônica.

Mas sem essa mudança, talvez a Apple sequer se tornaria a gigante de tecnologia de hoje, trabalhando com os desenvolvedores de software de forma tão próxima e proativa.

É claro que os eventos se alinharam de forma perfeita neste caso. Mesmo assim, são esses encontros pontuais que normalmente se transformam em grandes transformações no mundo, nos mais diferentes campos.

E sempre podemos aprender com essas trajetórias profissionais.

 


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