O ser humano tem mais de cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato), algo que é um conceito novo para nós, mas não tanto para alguns neurocientistas.
Vamos ver (e tentar entender) como trabalha a teoria da neurocientista canadense Lisa Feldman-Barrett. E devo dizer desde já que o que ela está falando não tem nada a ver com o tal “sentido de aranha” que apareceu em algumas oportunidades nos filmes do Homem-Aranha.
É outra coisa.
Os outros sentidos estão dentro de você
O estudo de Lisa procura explorar sentimentos muito mais profundos do que apenas aquele tal “sexto sentido” que muitos afirmam ter, mas nem todos conseguem desenvolver. A boa notícia é que esse novo sentido pode ser encontrado dentro de qualquer pessoa.
Os cinco sentidos já conhecidos são “exteroceptivos”, ou seja, eles captam a informação do mundo exterior. O corpo humano possui outros receptores, os “interoceptivos”, que podem identificar os movimentos internos, como as batidas de coração e a sua garganta quando você fala.
Tudo o que acontece dentro de você é fundamental para que os cinco sentidos principais continuem a trabalhar de forma adequada ou correta, e Lisa sugere que os tais receptores internos também sejam considerados como sentidos.
Lisa justifica que:
“Alguns dos receptores são usados para mais de um sentido. As retinas, por exemplo, são portas de entrada para as ondas de luz que você precisa para a visão, e algumas células na retina também fornecem informações para o cérebro saber se é de dia ou noite.”
Ou seja, o simples fato do corpo humano obter informações suficientes para diferenciar o dia da noite é um pilar considerado básico para o funcionamento do metabolismo e para a qualidade do sono, e esses receptores acabam se tornando tão importantes quanto os cinco sentidos que já conhecemos.
A neurocientista reforça a sua teoria:
“O cérebro também constrói sentidos para os quais você não tem receptores. Alguns exemplos são o paladar, que o cérebro cria a partir de dados gustativos (sentido do paladar) e olfativos (sentido do olfato), e umidade, que é gerada a partir do tato e da temperatura.”
Ou seja, o tal “sentido do aranha” até pode ser o seu cérebro e a sua percepção mais ampla sobre o mundo ao seu redor. Sem esse tipo de observação, não tem como os demais sentidos funcionarem de forma adequada.
E bem sabemos que o Homem-Aranha só toma uma atitude física (e que envolve parte dos cinco sentidos principais) depois que o tal sexto sentido entra em ação.
Via Science Focus