Não há escândalo que parece derrubar Mark Zuckerberg do comando do Meta. Todos os problemas que o antigo Facebook teve nos últimos anos eram motivos de sobra para derrubar o menino Zuck do posto máximo da empresa, e isso não aconteceu.
E tentativas não faltaram. Desde 2018, um grupo de acionistas cada vez maior pedem a cabeça de Zuckerberg no Meta, e a pressão para isso acontecer só aumenta com o passar do tempo.
Zuckerberg e CEO e presidente da junta de acionistas do Meta desde 2012, e os acionistas opositores entendem que os dois cargos são cruciais na empresa, e que não podem ser exercidos pela mesma pessoa, alegando que a concentração de poder do fundador do Facebook “debilita a gestão, a responsabilidade e a supervisão” da empresa.
Porém, até o momento em que este post foi produzido, nada de Zuckerberg sair, apesar de contar com apenas 14% das ações da empresa (que contam com mais votos do que aqueles vendidos para investidores, entregando à ele 58% dos votos).
Ele fez isso basicamente para não perder o controle da empresa que ele criou, ao mesmo tempo que pode obter financiamento extra que vem do mercado de valores públicos.
E é por isso que não adianta nada mais de 200 investidores espernearem pela saída de Zuckerberg do Meta. Ele vai fazer o que quiser na empresa, e até quando ele quiser.
Um clamor por maior transparência
O Investor Alliance For Human Right é o grupo de acionistas que quer reduzir o poder de Zuckerberg no Meta. O mais chamativo argumento do grupo (e o mais difícil de obter sucesso) é a renúncia do fundador do Facebook do posto de presidente da junta de diretores.
Outro pedido quase impossível é a produção de um relatório sobre os problemas que o desenvolvimento do Metaverso pode resultar, como danos psicológicos ou violação dos direitos humanos pelo uso e abuso da plataforma.
Com esses dados, esse grupo quer tentar barrar o desenvolvimento do Metaverso da forma como Zuckerberg o apresentou. Por outro lado, ele ainda pode acalmar os acionistas cedendo a outras medidas, como por exemplo a análise da não eficiência das políticas de moderação da empresa para controlar a difusão do discurso de ódio, violência ou desinformação.
Além disso, esse grupo também pede que seja investigado o impacto real e potencial da publicidade direcionada, com os resultados publicados no site do Meta antes de 1 de junho de 2023.
O que pode acontecer?
Diante dos fatos apresentados, e com tudo o que conhecemos sobre a personalidade de Mark Zuckerberg, entendo que as chances deste cenário se reverter a médio prazo são bem pequenas.
Zuck é extremamente controlador, e manteve o sangue frio para retomar o controle de sua narrativa. Sobreviveu a todos os escândalos anteriores, e só deve sair do posto de controle absoluto do Meta quando um meteoro cair sobre a cabeça dele.
Só não consigo imaginar qual é o tipo de pedra ou problema que precisa acontecer para que a cabeça de Mark Zuckerberg venha a prêmio. Se as diversas violações de privacidade de vendas de dados dos usuários para empresas de publicidade sem o conhecimento ou consentimento das pessoas não são suficientes para arrancarem ele dos seus postos de liderança e controle, eu não sei o que mais poderia ser.
Nem Darth Vader tinha tanto poder concentrado.