O mundo é cíclico, e as coisas vem e vão. E não podemos negar que são os mais jovens que ditam a tendência de tudo. Neste momento, a chamada Geração Z, composta pelo grupo de pessoas que nasceram de 2000 para frente, é a que aponta o que virá para o futuro do coletivo.
E se eu disser para você que a Geração Z pode determinar o abandono dos smartphones para o futuro? Logo essa geração, que cresceu com o dispositivo na mão, atrapalhando as ceias de Natal de muita gente nos últimos anos?
Se cansaram do smartphone, jovens?
Eu não culpo a Geração Z por isso. Pelo contrário: entendo que tem muitos jovens estão encontrando a libertação de um dispositivo que pode mesmo saturar a vida de qualquer pessoa.
E o movimento de cansaço com a tecnologia não é algo incomum. Eu mesmo passei por isso com a internet.
Comecei a usar a rede mundial de computadores em 1996. Naquela época, onde tudo isso aqui era mato, eu estava simplesmente viciado na possibilidade de acessar vários conteúdos de graça, conversar com pessoas do mundo inteiro, consumir conteúdos de outras cidades ou países e enviar e receber e-mails com os mais diferentes tipos de conteúdo.
Cheguei a afirmar que era muito melhor estar no mundo virtual do que no real, porque as pessoas eram mais próximas nas redes sociais e comunicadores instantâneos. Sim, eu era bem tolo naquela época.
Dez anos depois, e após várias tretas e dores de cabeça na internet, minha mente e personalidade estavam mais maduras para voltar a priorizar o mundo real e as pessoas que estavam mais próximas a mim.
E hoje, eu uso a internet de forma mais racional. Para trabalhar, me divertir, me comunicar e outras atividades. Mas não fico nem metade das horas que ficava no passado. Não passo os meus dias na frente do computador.
O mesmo pode estar acontecendo com a Geração Z, que está alcançando o seu ponto de maturidade.
Tudo cansa nessa vida
Até sexo em excesso pode cansar. Falo por conhecimento de causa (sic). Que dirá o uso do smartphone?
É importante considerar a possibilidade de um maior esgotamento dos jovens no uso do smartphone por conta da pandemia que ainda enfrentamos. A grande maioria que estava acostumada a sair de casa para encontros sociais e baladas tiveram que se virar com o WhatsApp e as chamadas de vídeo para interagir com amigos e familiares.
Isso pode ter acelerado o processo da fadiga ao smartphone, a ponto de alguns jovens investirem algum dinheiro em telefones mais modestos e até mesmo nos celulares básicos ou “dumb phones” para obterem um pouco de paz e tranquilidade no dia a dia.
Pense em passar o dia recebendo notificações o tempo todo, verificar e-mails que, na sua maioria, não são úteis e estudar ou trabalhar, com as chamadas de vídeo que poderiam ser resolvidas em simples e-mails.
Ninguém aguenta isso. Nem mesmo os jovens.
Porém, dá para entender que este é um momento de transição para a Geração Z. Acredito que o movimento de abandono do smartphone é algo natural para um grupo de pessoas que está amadurecendo e, com isso, estabelecendo novas prioridades.
Se eu passei por isso, é certo que eles estão passando pelo mesmo. E isso é algo absolutamente normal.