Rumores (ou melhor, pessoas que afirmam saber mais sobre esse assunto do que eu e você) apontam para um hipotético iPhone dobrável que pode chegar em 2023. Nada confirmado pela empresa, mas alguns movimentos internos indicam para esse produto no futuro.
Porém, alguém decidiu passar por cima da Apple e criou um iPhone dobrável com tela flexível. E isso é possível porque não são poucas as pessoas que contam com tempo livre, paciência e os equipamentos necessários para essa tarefa.
Além do meme e da curiosidade que um produto como esse pode gerar, é preciso olhar com detalhes como foi concebido esse espetacular trabalho de engenharia.
O iPhone dobrável existe, mas você não pode comprar
Vamos explicar o que aconteceu aqui, pois o processo é bem mais complexo do que se imagina.
Alguém construiu um iPhone dobrável, no melhor estilo Galaxy Flip, com tela flexível e 100% funcional. Para isso, foi necessário realizar uma redistribuição completa dos componentes do dispositivo, pois foi isso o que permitiu que o telefone se tornasse um dobrável por completo.
O primeiro objetivo do responsável pela criação do iPhone dobrável era preservar a tela original e suas funções de toque, mas reduzindo a sua durabilidade para obter o ponto de flexão. E aqui, estamos falando da primeira capa da tela, que é a fina capa touch que precisou ser extraída para aumentar a flexibilidade do display.
Só nessa parte do processo, o desenvolvedor passou por longos cinco meses de testes, com diversos ensaios que falharam nesse tempo.
Superada a questão da tela, o próximo passo era construir uma estrutura dobrável. Neste aspecto, uma unidade do Galaxy Z Flip foi utilizada para obter os mecanismos de dobra de forma direta, o que acelerou parte do processo (já que não era necessário construir esse mecanismo manualmente).
O grande problema é que o Galaxy Z Flip é mais estreito que o iPhone, o que fez com que a tela do smartphone da Apple não se adaptasse ao corpo do dispositivo da Samsung. A solução aqui foi optar pela estrutura do Moto RAZR, que poderia acomodar o display do dispositivo que estava em processo de transformação.
O próximo passo foi reestruturar toda a placa-mãe para que os componentes se tornassem funcionais quando o smartphone se dobrasse. O responsável para construção imprimiu em 3D a nova estrutura e literalmente cortou em dois o telefone da Apple para acomodá-lo no chassi modificado do RAZR, além de adicionar alguns detalhes personalizados, como o logo e a dobradiça central.
Foram meses e meses de trabalho duro para alcançar o resultado que você vê nas fotos deste artigo e no vídeo no final do texto.
E como é esse primeiro iPhone dobrável?
Esse iPhone dobrável é totalmente funcional, mas ele não é perfeito. E nem precisava ser: a façanha por si já é enorme apenas por construir um dispositivo que funciona mesmo com tantas modificações.
Por exemplo, a tela deixa algum espaço solto quando o telefone está dobrado, já que a lâmina touch do iPhone X que foi utilizado para essa transformação está acoplada a um corpo que, no final das contas, é dobrável, e são conceitos de hardware diferentes em um mesmo corpo.
O sistema de carga de bateria funciona, as câmeras funcionam e até alguns aspectos do iOS foram modificados para que sistema de janelas múltiplas (algo que faz ainda mais sentido em um dispositivo com tela dobrável) funcionasse de forma plena.
O único grande problema desse iPhone dobrável é que ele não é um dispositivo pensado para o uso do dia a dia, já que a sua autonomia de bateria foi reduzida e a própria tela acaba naturalmente quebrando com os múltiplos movimentos de dobra. O que, de novo, faz todo o sentido, já que esse hardware não foi concebido para essa finalidade.
Ou seja, ele não é um dispositivo para o uso recorrente, e é por isso que a Apple está levando tanto tempo para lançar o seu telefone dobrável. Como você mesmo pode constatar, essa não é uma das tarefas mais simples de se concretizar.
De qualquer forma, é curioso ver alguém com habilidades alcançar o feito de entregar o primeiro iPhone dobrável da história. Mesmo com uma tela que quebra com relativa facilidade.