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A Alienware de volta ao Brasil, pelas mãos da Dell

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Alienware-Logo

Antes de qualquer coisa, seja bem vinda de volta, Alienware. Independente de qualquer coisa, vale o fato de que é uma marca mundialmente conhecida, sendo uma das referências para o mercado de games nos PCs. Sem falar que, com essa iniciativa em trazer a marca de volta para o Brasil pode de alguma forma movimentar o mercado de computadores, mesmo em um segmento específico. Porém, essa aposta já é considerada de risco.

A marca Alienware chegou ao Brasil pela primeira vez em 2009, e já em 2012 estava fora do nosso mercado. Naquele momento, ainda era o começo do declínio nas vendas de desktops e notebooks no mundo todo, mas o momento ainda era favorável no segmento econômico para uma iniciativa desse porte. O dólar não estava tão alto, e ainda haviam os incentivos fiscais do governo federal, que deixavam as coisas um pouco mais fáceis para os fabricantes.

Agora, tudo está diferente.

Hoje, com o atual cenário político brasileiro (e a crise econômica que originou esse cenário), o dólar tem um comportamento de cotação mais temperamental do que adolescente chato. Isso atrapalha na hora dos fabricantes que oferecem produtos com componentes importados estabelecerem preços visando uma margem de lucro. Sem falar no “fator Brasil”, que deixa tudo o que vem de fora mais caro.

Dell Alienware 17 R3 (codename Echo MLK) Non-Touch notebook computer.

Dell Alienware 17 R3

Além disso, ninguém tem grana por aqui. A maioria está devendo na praça. Se bem que eu reconheço que os produtos da linha Alienware não foram feitos para o grande público, mas sim para os gamers endinheirados, que estavam dispostos a pagar o que fosse preciso para obter o máximo de performance durante os jogos. Talvez essa aposta no público exclusivo, na linha premium e focada nesse consumidor tão diferenciado pode funcionar. Afinal de contas, no Brasil, quem tem dinheiro tende a ter mais dinheiro, desde que seja inteligente, saiba onde investir…

Outro fator que tem que deixar a Dell esperta é o cenário do mercado como um todo. Tem gente pregando a morte aos PCs, mas acho que isso não vai acontecer. Os segmentos específicos de mercado se encarregarão de manter os computadores tradicionais bem vivos. Empresas, setores de criação e desenvolvimento, os desenvolvedores de softwares e produtores de conteúdo, como é o meu caso. Não conseguiria desenvolver todas as atividades dos meus blogs em um tablet. Precisa ser um computador.

Mesmo assim, o mercado de PCs está em queda livre. Se sustentar apenas por conta dos usuários específicos, sem pensar nas vendas em larga escala ou no grande público pode ser sinônimo de prejuízo em um futuro a médio prazo. A não ser que você seja uma Apple ou Samsung da vida, que sabem muito bem como trabalhar o marketing em cima do fator “sou diferentão porque tenho um smartphone mais caro que o seu carro usado”. E, mesmo assim. No setor de PCs, isso não funciona da mesma forma.

Dell Alienware 13 Non-Touch notebook computer with Alienware Graphics Amplifier (codename Caldera) external graphics processor docking peripheral, on a black background.

Alienware Graphics Amplifier

Em todo caso, a Alienware volta ao Brasil pelas mãos da Dell, oferecendo dois novos notebooks (Alienware 15 e Alienware 17) e o novo amplificador gráfico, para quem já tem um computador potente e quer uma maior performance gráfica. As brincadeiras dessa linha não saem nada baratas, podendo alcançar os surreais R$ 20 mil. Só os fortes e corajosos investem tanta grana em um computador potente o suficiente para fazer qualquer coisa, mas que será basicamente utilizado para os games.

Não que eu não quisesse todo esse poderio para o meu dia a dia. Mas jamais desembolsaria essa quantidade de dinheiro em um dispositivo de tecnologia.


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