Viver é complicado. Se você parar para pensar, se manter vivo em um mundo onde você pode perecer a qualquer momento é um enorme desafio. Especialmente em tempos tão divididos como esse.
Não é uma surpresa ver um monte de pessoas que eu conheço (eu, inclusive) com problemas de saúde mental. Depressão e ansiedade se tornaram epidemias da vida moderna e hiperconectada, e buscar outras formas de encarar nosso cotidiano representa de alguma forma a retomada de uma rota que se perdeu em algum momento.
Neste artigo, quero compartilhar uma dessas formas que eu estou propenso a pelo menos tentar: o “Modo Surf”.
A origem do “Modo Surf”
Phil Stutz, psiquiatra internacionalmente reconhecido, propõe o “modo surf” como uma abordagem para enfrentar a vida. Sua notoriedade vem não apenas de seus livros de autoajuda, mas também por trabalhar com celebridades em Hollywood.
Ele se tornou o psiquiatra da moda quando apareceu recentemente em uma série da Netflix que mostra de forma mais detalhada o seu modo de ver o mundo e lidar com os problemas.
O “modo surf” destaca-se por não buscar explicações românticas para o sofrimento. Stutz argumenta que o sofrimento é inevitável na vida humana, e a melhor abordagem é aceitá-lo para evitar que influencie negativamente.
Ele não é a primeira pessoa que ouço falar sobre isso. Outros já levantaram a bola do “aprender com a dor de verdade”, pois a tendência da maioria é ignorar o aprendizado e focar mais no sentimento de vitimização.
O “modo surf” é comparado à prática do surf, onde a mente humana pode impulsionar-se sobre os desafios da vida, assim como um surfista utiliza as ondas. Essa perspectiva otimista busca utilizar as adversidades para avançar.
Se o surfista desiste na primeira onda que ele não supera, ele perde o quão incrível é vencer o mar e a natureza na ideia de passear em cima de uma prancha. E como diz o Charlie Brown Júnior: “não deixe o mar te engolir”.
Os princípios básicos do “Modo Surf”
O principal segredo para fazer o “Modo Surf” funcionar em sua vida é não se deter diante das desilusões, conflitos e adversidades da jornada.
Em vez de tentar resolver todos os problemas, a ideia é “surfar” sobre eles, aceitando que as complicações existem e continuar avançando, encontrando resignação para ser feliz apesar delas.
Na prática, você desenvolve a resiliência sem ter o peso do sofrimento dos desafios vencidos. Essa habilidade desenvolvida pela “filosofia zen surfismo” pode ajudar na naturalização do processo de aprendizado e do superar problemas.
Confesso que tudo isso para mim é um enorme desafio, muito maior do que as ondas no mar. Por outro lado, procuro compreender a teoria por trás de tudo isso.
De fato, se você encarar cada problema como uma oportunidade e aproveitar a viagem, será muito mais leve passar por tudo isso e, de quebra, aprender as lições necessárias para se tornar uma pessoa melhor (e um surfista melhor).
Mas… eu estou teorizando. E é claro que, na teoria, tudo é muito mais fácil.
Em uma era em que muitas pessoas buscam vidas perfeitas e têm dificuldade em lidar com imprevistos, a abordagem do “modo surf” aparece como uma maneira útil de compreender a vida e seguir em frente, mesmo diante das adversidades.
No fundo, é o sonho de qualquer pessoa: superar os desafios sem se perder no processo.
Bom… vou ali buscar a minha prancha e já volto.