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Canonical imita a Microsoft colocando publicidade no Ubuntu (e irritando muita gente com isso)

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Não adianta elogiar.

Falar bem da Canonical, a empresa responsável pelo desenvolvimento do Ubuntu Linux, não adiantou de nada. Todo mundo falou bem da decisão que a empresa tomou em deixa ro Ubuntu Pro gratuito para os usuários, com o limite de uso do sistema operacional em até cinco dispositivos registrados.

O problema é que os usuários que agora contam com suporte estendido de 10 anos para a mesma versão terão que aguentar a publicidade dessa gratuidade nas instalações atuais do Ubuntu Pro, através de uma linha que aparece na lista dos pacotes atualizáveis.

E isso até parece algo copiado na cara dura da Microsoft, que é especialista em irritar os seus usuários com publicidade no Windows.

 

Um debate entre filosofias tecnológicas

Os usuários do Windows já estão mais do que acostumados com a aparição nefasta de mensagens publicitárias na metade da interface do software, mostrando as promoções de outros produtos da empresa. Agora… pergunta para esses usuários (eu, inclusive) se estão contentes com isso.

A prática é uma inaceitável violação do contrato entre usuário e desenvolvedor, onde o primeiro jamais pediu ou concordou com o segundo sobre a exibição de publicidade dos seus serviços. Aqui, é importante lembrar que o Ubuntu não é como o Debian ou o Arch Linux, que são distribuições respaldadas por toda a comunidade, o que reduz drasticamente as chances desse comportamento incômodo acontecer.

O Ubuntu tem a Canonical por trás. Uma empresa que tem como principal objetivo obter lucro, monetização e/ou visibilidade para os seus outros produtos. E isso faz com que a dinâmica da relação entre desenvolvedor e usuário seja um pouco diferente, resultando em alguns efeitos colaterais desagradáveis em função de eventos como esse.

É importante lembrar que não é a primeira vez que a Canonical faz isso. Há 5 anos, um dos seus aplicativos incluiu publicidade paga da série de TV Silicon Valley (HBO), e mais recentemente foi veiculado publicidade de outro de seus produtos, o Microk8s, em meios de comunicação.

No final, não existe almoço grátis no mundo da tecnologia. Alguém tem que pagar as contas em algum momento, e a Canonical deve ter muitas contas para pagar a ponto de chegar neste resultado. Só que ela se esqueceu de lembrar aos seus usuários que a dinâmica da empresa precisa ser essa para ser minimamente sustentável, e não é todo mundo que vai entender essa questão dessa forma.

 

Como remover a publicidade no Ubuntu?

Existe uma forma bem simples para remover a mensagem de publicidade na sua instalação do Ubuntu.

Realize uma busca com o comando ‘strace’, e você vai ver que o anúncio está escondido em um arquivo que está armazenado dentro do diretório ‘/var/lib/ubuntu-advantage/messages/’. Para apagar esse arquivo, basta executar o comando abaixo:

sudo rm /var/lib/ubuntu-advantage/messages/apt-pre-invoke-no-packages-apps.tmpl

Pronto. Problema resolvido.

Mesmo que esse desagradável evento da publicidade no Ubuntu Pro seja resolvido com relativa facilidade, é fundamental que a Canonical estabeleça uma comunicação mais clara com os usuários do seu sistema operacional, até mesmo para que tudo fique mais claro para todos.

O Ubunto é uma excelente versão do Windows e é um software muito popular. E eu entendo perfeitamente que a Canonical quer obter lucro com a popularidade do seu software (especialmente esse, que é um dos mais utilizados entre os adeptos do Linux). O que fica difícil de aceitar é a inclusão de uma publicidade que não foi solicitada e fora dos padrões previamente estabelecidos pelo vínculo usuário-desenvolvedor.

De qualquer forma, esperamos que esse episódio de publicidade seja considerado como algo temporário, e que o software volte ao normal em breve. Tudo bem, é um detalhe minúsculo quando comparamos com o indecente banner que a Microsoft exibe em praticamente metade de uma tela por cima da interface do sistema. Mesmo assim, não deixa de ser uma publicidade um tanto quanto desagradável para os usuários.


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@oEduardoMoreira