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Kin, e um desastre bilionário para a Microsoft

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O iPhone revolucionou a indústria de smartphones em 2007, forçando a Microsoft a entrar no mercado com um sistema operacional próprio. E todo mundo sabe que isso foi um completo desastre por parte da gigante de Redmond.

O projeto “Pink” foi a primeira tentativa da Microsoft de criar um smartphone, mas logo se transformou no “Microsoft Kin”, um produto que se propôs a ser um “telefone social” com foco em redes sociais e comunicação, mas com recursos limitados e um sistema operacional inacabado.

Vamos entender como um desenvolvimento turbulento, uma apresentação atrapalhada e as características técnicas precárias levaram ao fracasso do Kin em apenas seis semanas. Um verdadeiro recorde no mundo da tecnologia.

 

Como o Microsoft Kin apareceu

Quando tudo começou, a Microsoft sequer ajudava a capinar o mato, já que estava atrás da Apple e do Android no mercado de smartphones. Bem atrás, na verdade.

Entre as diversas decisões erradas que a era Steve Ballmer entregou para o mundo (incluindo a compra da Nokia para acabar com os smartphones logo depois), temos o projeto Pink que, depois, virou o Microsoft Kin.

Na prática, o projeto “Pink” começou em 2008, liderado por James Allard, e o dispositivo tinha foco em ser um “telefone social”, ou seja, voltado para um aspecto de usabilidade que estava ganhando muita força na época: as redes sociais.

O Orkut ainda existia, o Twitter ganhava força, e o Facebook estava nascendo. Ou seja, o momento era propício para o lançamento de um telefone focado nas redes sociais.

Mas aqueles corriqueiros conflitos internos entre as equipes envolvidas no projeto e mudanças de liderança entre os responsáveis atrasaram o desenvolvimento do Kin.

O sistema operacional do Kin era baseado no Windows Mobile, mas sem as novidades do Windows Phone 7, sistema operacional móvel mais adaptado para a internet da época e alinhado com as aspirações da Microsoft com o dispositivo.

E para quem não viveu a época, posso dizer que o Windows Mobile era um sistema operacional simplesmente horroroso, que jamais deveria ter existido. Mas não vamos falar sobre isso… por enquanto.

 

Um lançamento desastroso

O Microsoft Kin foi oficialmente apresentado em abril de 2010, e tinha claro foco nos adolescentes e jovens adultos. E no meio de tantos problemas de desenvolvimento de conceito, teve um que deixou a sociedade cristã ocidental revoltada.

O anúncio em vídeo que promovia o Kin para o grande público foi acusado de promover a prática do “sexting”, que é aquela comunicação adulta através de mensagens de texto em redes sociais ou plataformas de comunicação instantânea.

Que orgulho da Microsoft… sempre à frente do seu tempo…

De qualquer forma, eram dois modelos da mesma família de smartphones da Microsoft: Kin One e Kin Two, com características de design diferentes. Em comum, os dois telefones tinham recursos limitados.

Lembra do Windows Mobile instalado no Kin? Então… ele não tinha loja de aplicativos, jogos, calendário, sincronização com Outlook ou mensageiros instantâneos. Ele basicamente vinha com o app do Twitter pré-instalado e, mesmo assim, era incompleto, deixando de lado alguns recursos importantes da plataforma de microblog.

 

O Kin morreu em seis semanas

O grande feito da Microsoft com o Kin foi alcançar o recorde negativo de retirar esse smartphone do mercado em apenas seis semanas, por dois motivos bem óbvios: o baixo volume de vendas e as críticas negativas.

Este é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores fracassos da história da Microsoft. As estimativas mais otimistas apontam que o Kin custou para a gigante de Redmond nada menos que US$ 1 bilhão em prejuízos.

Mas nem tudo foi um grande fracasso com o Kin. Algumas de suas boas ideias foram incorporadas ao Windows Phone, e esse desastre motivou a Microsoft para investir esforços no desenvolvimento do Windows Phone…

…que também fracassou no mercado de telefonia móvel, mas era bem melhor que o Windows Mobile, um autêntico lixo da telefonia móvel.

Vamos deixar o Microsoft Kin em paz. Ele não faz a menor falta, mas não precisa ser necessariamente massacrado por nós, que testemunhamos esse desastre tecnológico.


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