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Não adianta mentir no contrato de trabalho, transformando o trabalho remoto em idas diárias ao escritório

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Há um crescente descontentamento no ambiente de trabalho que está levando a uma série de práticas controversas, conforme relatado por especialistas em recursos humanos ao redor do mundo.

No último ano, testemunhamos uma onda de grandes renúncias nos Estados Unidos, onde trabalhadores abandonaram em massa seus empregos em busca de algo melhor. Enquanto isso, na Europa, a rotatividade entre empregos é comum, prejudicando empresas e criando uma constante busca por oportunidades mais promissoras.

Isso não me afeta diretamente, pois sou dono do meu próprio negócio. Mas sei que muitas empresas e profissionais no Brasil começam a sentir os efeitos dessa dinâmica, e entendo que chegou a hora de falar sobre o assunto com um pouco mais de seriedade.

Ou não, porque decidi que não ia me levar mais a sério nessas plataformas.

 

Uma dinâmica complexa

Dentre as práticas questionáveis está a “renúncia silenciosa”, em que os funcionários desempenham o mínimo necessário para evitar demissões, especialmente quando não se sentem valorizados pela empresa. Aproveitando essa situação, alguns indivíduos chegam a acumular vários empregos, buscando benefícios financeiros sem se dedicar verdadeiramente a nenhuma das tarefas.

As empresas também têm sido acusadas de mentir e enganar seus funcionários. Algumas atraem talentos oferecendo teletrabalho, mas posteriormente forçam um retorno ao escritório, frustrando as expectativas dos trabalhadores. Isso gerou uma crescente insatisfação e uma perda de confiança na palavra das empresas.

Recentemente, uma trabalhadora compartilhou sua história no Reddit, revelando como foi enganada por uma empresa que prometia trabalho remoto, mas mudou as condições após a contratação. Outros usuários do fórum também relataram experiências similares, onde empresas mentiram descaradamente sobre a possibilidade de trabalho remoto.

Como você pode ver, os dois lados estão manipulando o sistema. Funcionários fingem que trabalham, e empregadores mentem sobre as vagas de trabalho. É um círculo vicioso que está deixando a dinâmica laboral complexa e problemática.

 

Falta de empatia dos chefes entra na equação

A insatisfação vai além das condições de trabalho. Muitos trabalhadores têm se queixado de jornadas extensas e da falta de empatia por parte de seus superiores. Além disso, é comum que empresas imponham modelos de trabalho sem considerar as preferências e necessidades dos funcionários, tornando a situação ainda mais dramática.

No contexto de busca por talentos, as empresas estão percebendo que aspectos além de salários mais altos são cruciais para atrair e reter profissionais. Um “bom trabalho”, que ofereça condições de trabalho adequadas, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de valorizar e respeitar os funcionários, tornaram-se elementos importantes na hora de um candidato aceitar uma vaga.

Frente a esse cenário preocupante, trabalhadores estão se mobilizando para conhecer seus direitos laborais e se proteger de possíveis abusos. Além disso, profissionais estão buscando conscientizar outros colegas sobre a importância de estarem informados e não aceitarem situações abusivas no ambiente de trabalho.

Eu sei que já escrevi sobre isso em outras oportunidades, mas vale a pena reforçar neste caso.

Tudo o que aconteceu em nossas vidas desde 2020 mudou drasticamente a dinâmica laboral e a forma em como as pessoas enxergam suas relações com as atividades profissionais, e as empresas e seus empregadores precisam entender isso, e rápido.

Muitas pessoas vão simplesmente abrir mão de receber gordos salários e optar por uma melhor qualidade de vida. Neste aspecto, o home office ou trabalho híbrido entram na equação. E os empregadores que não entenderem isso vão perder bons profissionais por besteira.

E tentar passar os funcionários para trás com mudanças unilaterais de condições de trabalho passam bem longe de ser uma estratégia inteligente. E se torna algo compreensível ver funcionários que fingem que trabalham em empregos que fingem ser bons para esses profissionais.


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@oEduardoMoreira