Press "Enter" to skip to content
Início » Internet » O que é o breadcruming?

O que é o breadcruming?

Compartilhe

Vivemos em um tempo em que ainda estamos muito sensíveis por tudo o que aconteceu durante a maior crise sanitária global dos últimos 100 anos, e muitos estão tentando refazer suas relações afetivas.

Algumas pessoas são mais sensíveis aos gestos de empatia e manifestos de carinho, mas não percebem que isso pode ser a porta de entrada para manipulações sociais que podem resultar em prejuízos dos mais diversos.

As redes sociais ajudaram a emergir mais uma prática de engenharia social manipulativa, e entendo que é importante deixar os mais leigos cientes e conscientes sobre os perigos do breadcrumbing.

 

O que é o breadcrumbing?

O termo breadcrumbing, que em inglês significa “migalhas de pão”, refere-se a relações românticas originadas na internet, especialmente nas redes sociais.

Esse fenômeno social envolve criar ilusões de um relacionamento afetivo sólido que, na prática, resultam em interações online superficiais.

As pistas do breadcrumbing são frequentemente claras, e se manifestam em vínculos online intermitentes e interesses geralmente superficiais.

Essas conexões são mantidas de maneira inconstante, com algumas pausas entre as interações, deixando a sensação no outro de um comprometimento que, no final, não existe.

Agora, leve em consideração que algumas pessoas ainda estão emocionalmente abaladas pelas perdas da pandemia e pela solidão do isolamento social, e temos um campo enorme para a prática do breadcrumbing.

E quando combinamos esse fenômeno com o famigerado catfish (que é quando a pessoa se passa por outra nas redes sociais), e o potencial para a ilusão nas relações online é enorme.

 

E isso é um grande problema?

Sim. Para as pessoas emocionalmente mais sensíveis, a prática do breadcrumbing é um enorme problema.

A verdadeira complicação do breadcrumbing surge quando uma das partes se ilude com as interações online, alimentada por comentários em redes sociais, WhatsApp ou outras plataformas de mensagens instantâneas.

O cerne da questão é que muitas pessoas não conseguem estabelecer uma efetiva desconexão entre o virtual e o real nas relações afetivas. E nem é culpa delas.

Muitos entendem que o mundo virtual é uma extensão do que vivemos no mundo real. Logo, consideram como genuínas aqueles manifestos afetivos em plataformas online.

Mesmo vindo de pessoas que nunca viram na vida.

A principal razão para o breadcrumbing existir é sua facilidade de execução. Um relacionamento virtual alimenta o ego da pessoa sem exigir o esforço e a dedicação típicos das relações tradicionais.

A busca por elogios e validação nas redes sociais impulsiona esse comportamento que, na maioria dos casos, vem de pessoas inseguras ou com ego inflado.

Quem pratica o breadcruming com uma pessoa que está emocionalmente mais frágil também possui fragilidades emocionais que precisam ser trabalhadas de forma adequada, e não pela manipulação do sentimento de outras pessoas através da internet.

Ou possui o caráter tão frágil, que não consegue conquistar outra pessoa pela empatia e respeito. E então apela para a mediocridade de oferecer migalhas de sentimentos para o próximo.

 

Mais um efeito colateral das redes sociais

O breadcrumbing está intimamente ligado à busca pela admiração nas redes sociais, onde receber “likes” e elogios é uma prioridade.

Essa dinâmica explica por que muitos buscam sensações de romance virtual sem compromissos reais. O problema é combinar isso com a pessoa que está do outro lado do smartphone.

No cenário do breadcrumbing, enquanto uma parte busca um relacionamento real, a outra oferece apenas “migalhas”, desculpas ou desinteresse, enganando e manipulando o outro.

A facilidade de interação online (pelas redes sociais e aplicativos de mensagens) e a comodidade da falta de compromisso dão força para o breadcruming na internet moderna, e as pessoas precisam ser alertadas sobre essa prática.

O descompasso entre as expectativas virtuais e a realidade pode resultar em frustração, danos emocionais e, em alguns casos mais graves, danos materiais ou financeiros.

E… sinceramente… ninguém precisa passar por esse tipo de crueldade.

 

Um conselho (se você aceitar, é claro)

Para aquelas pessoas que, neste exato momento, estão se sentindo emocionalmente mais frágeis pelos mais diversos motivos, a dica é: procure ajuda com profissionais, como psicólogos e terapeutas.

Ou procure amigos que possam ao menos ouvir suas dores. Na pior das hipóteses, busque por relações reais, com pessoas reais.

Não estou afirmando que todo mundo que procura se conectar com os seus sentimentos pela internet está buscando apenas oferecer migalhas. Quero acreditar que os bons são a maioria neste mundo.

Além disso, tem muitas pessoas que estão igualmente fragilizadas nos aspectos emocionais que só querem dar e receber amor, e usam a internet para conhecer outras pessoas dispostas a se entregar em uma relação genuína.

O problema é que, infelizmente, existe um grupo de pessoas propensas a manipular o sentimento dos outros. Por puro ego e vaidade. Por pura maldade. Ou porque são fracas mesmo.

Tente detectar o breadcrumbing antes de se envolver de forma mais profunda com alguém. E tente fugir de pessoas que manipulam os sentimentos dos outros, revelando a toxidade que carregam em suas essências.

Espero ter ajudado de alguma forma.


Compartilhe
@oEduardoMoreira