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O que faltou para o Nothing Phone (1) triunfar?

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Pode parecer discurso de invejoso. E parte de mim está mesmo com inveja daqueles que tiveram a chance de usar o Nothing Phone (1), e eu não tive a menor chance de chegar perto do dispositivo até agora.

Então, tudo o que comentei sobre ele até agora caem no campo do subjetivo e a partir das informações obtidas pelas impressões de outros influenciadores digitais e pelo feedback de outros usuários.

Mas nada me impede de emitir uma opinião sobre o chamativo Nothing Phone (1). E não é difícil concluir que, pelo menos até agora, o dispositivo não funcionou.

E é importante explicar por que isso aconteceu.

 

 

 

Ele não passou indiferente a ninguém

Todo mundo tem uma opinião sobre o Nothing Phone (1). Algumas são mais contundentes que outras, mas quem vive o mundo da tecnologia e se comunica com o mundo em função deste tema falou sobre o dispositivo pelo menos uma vez nas últimas semanas.

De fato, não dá para ficar indiferente ao Nothing Phone (1). Até porque é praticamente impossível não perceber que este dispositivo existe com aqueles LEDs tão chamativos na parte traseira.

E toda essa visibilidade naturalmente não fez bem ao dispositivo.

É preciso pensar que esta é a primeira iniciativa da nova empresa do Carl Pei, e toda primeira tentativa de produto não acerta em tudo logo de cara. Isso é algo absolutamente natural.

Porém, como esse telefone veio das mãos de um dos principias responsáveis pelo sucesso da OnePlus, as expectativas se elevam naturalmente, e o nível de exigência com o novo telefone aumentou naturalmente.

Agora, quando testemunhamos que o Nothing Phone (1) não é tão perfeito como se imaginava, e que ainda não representa uma real ameaça para tomar o mercado de smartphones de linha média de assalto, o sentimento de decepção se faz presente.

E é importante entender onde o Nothing Phone (1) não vai tão bem para ser considerado “um fracasso” para um telefone que recebeu tanto destaque de forma natural.

 

 

 

Uma maior potência

Qualquer usuário espera uma enorme agilidade e fluidez de um dispositivo de linha média. Principalmente de um telefone cujo preço está posicionado bem no limite entre os intermediários premium e os modelos top de linha.

A experiência de uso do Nothing Phone (1) não é ruim, principalmente quando pensamos que o processador Snapdragon 778G+ presente no dispositivo é bem competente. Na verdade, é um chip equilibrado para resultar em um smartphone com preço equilibrado.

Porém, ele deixa muito a desejar quando comparado com outros telefones de linha média premium dento da sua categoria de preço.

Em um segmento tão competitivo como é o mercado de smartphones de linha média, não contar com um hardware mais chamativo pode ser um tiro no pé. Um dos exemplos claros do que estou falando é o Realme GT Neo 2, um ótimo telefone que conta com o processador Snapdragon 878, claramente superior ao chip presente no Nothing Phone (1).

Dessa forma, fica difícil defender o telefone transparente cheio de LEDs na parte traseira. Muitos usuários preferem um hardware mais robusto do que luzes que ficam acendendo na parte traseira.

 

 

 

Um reconhecimento facial digno

Hoje, o tema da segurança dos dados em dispositivos conectados na internet é uma das pautas mais importantes para muitos usuários. E muitas dessas pessoas não pensam duas vezes em investir dinheiro para serem mais eficientes na hora de proteger os seus dados no smartphone.

Muitos usuários do Nothing Phone (1) manifestaram publicamente o seu descontentamento com a eficiência do sistema de reconhecimento facial do dispositivo, já que muitos deles simplesmente não conseguiam fazer com que o dispositivo reconhecia o rosto para o registro da biometria.

Resultado: os usuários eram obrigados a recorrer a outros tipos de desbloqueio, como a leitura de digitais ou o código PIN de quatro dígitos. E até o presente momento, não sabemos se os problemas de reconhecimento facial no Nothing Phone (1) estão acontecendo por conta de uma falha de software que pode ser resolvida em um momento posterior, e até agora não há notícias sobre a solução do problema.

Este tipo de problema pode ser considerado menor, dependendo do tipo de usuário que encara o assunto. Muitos preferem utilizar o leitor de digitais por entenderem que esse método de biometria é mais seguro que os demais.

Porém, considerando o preço do dispositivo e todas as promessas feitas, este é o tipo de falha que simplesmente não deveria existir. Muito menos demorar tanto para ser resolvida.

 

 

 

Melhores fotos noturnas

Quem testou o Nothing Phone (1) afirma que o dispositivo consegue realizar fotografias quase perfeitas em ambientes com a luminosidade perfeita, mas perde qualidade quando essa mesma luminosidade se torna escassa.

E a queda de qualidade das fotos em ambientes mais escuros é muito acentuada. E muitos esperavam um telefone mais equilibrado neste aspecto.

Tudo bem, muitos entendem que sensores fotográficos melhores implicariam em um valor final do dispositivo mais elevado. Mas se os resultados fossem acima da média, muitos usuários estariam dispostos a pagar a mais por isso.

 

 

 

É hora de dizer adeus aos erros

O grande lastro do Nothing Phone (1) está nos seus múltiplos problemas de funcionamento que, em grande parte, estão diretamente relacionados com o design do dispositivo e até mesmo com a sua montagem na versão final.

Esses problemas são frutos de um dispositivo que não estava plenamente lapidado e pronto para chegar ao mercado. Se um telefone sofre com as questões de umidade a ponto de afetar os seus componentes internos, é sinal de que o dispositivo não passou por todos os testes de qualidade para chegar ao mercado.

Sem falar nas telas que apresentaram manchas verdes na área da câmera frontal, onde essas marcas ficavam mais visíveis quando o usuário elevava o brilho da tela.

E a cereja do bolo de todos os problemas do Nothing Phone (1) afetou justamente o seu principal diferencial: os famosos LEDs que tanta euforia causaram.

Esses LEDs simplesmente começaram a se desgrudar da parte traseira do dispositivo, sem qualquer tipo de explicação plausível. E isso aponta (mais uma vez) para uma falha de projeto que escapou na versão final do produto.

No final das contas, o Nothing Phone (1) é um interessante smartphone que nasceu cheio de problemas que precisam ser corrigidos na segunda versão do telefone. Caso contrário, todo esse projeto vai virar um grande Nothing nas mãos dos usuários, o que seria péssimo para quem apostou na marca a ponto de investir dinheiro no dispositivo.


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@oEduardoMoreira