Sério, Motorola… precisamos conversar.
A Lenovo não está cuidando bem de você? E eu acho isso estranho, pois ela cuida bem dos seus notebooks. Tanto, que sou cliente da marca nos computadores portáteis.
Eu acreditava que a Motorola entregaria um maior cuidado com os seus clientes no mercado de telefonia móvel. Afinal de contas, não é por acaso que a empresa é a terceira maior vendedora de smartphones no Brasil, e essa é uma posição de respeito, considerando toda a concorrência por aqui.
Porém, quando a mesma Motorola se apresenta tão desleixada com as atualizações dos smartphones dos seus clientes, fica difícil defender os produtos da marca.
Atualização é tudo neste mundo
Uma das coisas que boa parte dos usuários de smartphones Android valoriza com prioridade é o número de atualizações que o seu dispositivo vai receber. E neste caso, estou falando de grandes atualizações do sistema operacional, e não apenas das atualizações para segurança e correções de falhas críticas, algo que eu entendo que é a obrigação do fabricante em oferecer.
Eu não vejo qualquer sentido na postura da Motorola em não entregar as atualizações do Android que os clientes dos seus smartphones merecem. E diferente do que muitos podem acreditar, esse comportamento nefasto está acontecendo em telefones de todas as categorias da marca.
Antes esse descaso ficava relegado aos telefones de entrada e linha média. Agora, até mesmo o Motorola Edge 30 Ultra, um telefone considerado top de linha, não recebeu até agora nenhuma das três atualizações prometidas pela marca. Ou seja, nada de Android 13 para este modelo.
A tendência de ruindade da Motorola se confirmou nos recentes lançamentos da marca no Brasil. Tanto o Moto G23 como o Moto G53, telefones de entrada com Android 13, só vão receber mais uma grande atualização do sistema operacional do Google, encerrando o ciclo no Android 14.
E no caso do Moto E13, telefone ainda mais básico que recebe o Android 13 Go, a Motorola não vai entregar nenhuma atualização do Android para ele, que morre com este software.
Para todos os casos, a Motorola se compromete a enviar os três anos de atualizações de segurança e correções para problemas críticos. Porém, não há nenhum mérito nessa iniciativa. É a obrigação da empresa, além de ser parte da política do Google para que os dispositivos cheguem ao mercado.
Por que a Motorola trata tão mal os seus clientes nos smartphones?
Essa é uma pergunta difícil de responder, e ao mesmo tempo bem fácil, dependendo da perspectiva que estamos olhando a questão.
Por um lado, é incompreensível a postura da Motorola quando todo mundo entende de forma bem clara que é a atualização de um smartphone Android o que ajuda a melhorar a experiência de uso com aquele produto. Sem falar que esse é um dos fatores que ajuda no processo de fidelização de qualquer marca.
Por outro lado, o que a Motorola realmente quer é vender mais e mais unidades dos seus smartphones, independentemente do fato dos usuários serem obrigados a adquirir um dispositivo que ficou defasado antes do tempo. Ou pelo menos é isso o que a marca dá a entender quando realiza movimentos como esse.
De novo: é meu dever como produtor de conteúdo de tecnologia levantar essas questões pertinentes, já que muitos usuários que não contam com tanta intimidade com o assunto podem se empolgar com os preços teoricamente mais competitivos e investir o suado dinheiro em telefones que ficarão defasados com o passar do tempo.
E entendo também que é obrigação da Motorola dar respostas pertinentes e convincentes para suas posturas. Afinal de contas, os clientes estão pagando pelos seus produtos, e merecem um suporte de pós-venda de longo prazo, tal e como acontece com as outras marcas.
Mas… eu duvido que a Motorola vai responder a um veículo de tecnologia tão pequeno como o meu.